A pediatra e diretora do Hospital da Criança, Ana Paula Bosi, explica que durante o período escolar há maior contato entre os alunos, o que favorece o aumento de doenças, o que reforça a necessidade de manter o cartão de vacinas atualizado
Cartão de vacinação infantil precisa estar sempre atualizado (Foto/Divulgação)
Com o início do ano letivo em Uberaba, no dia 2 de fevereiro, muitos pais e responsáveis agilizam a documentação referente à matrícula. Uma delas é a declaração sobre o estado do cartão de vacinação da criança, exigida pela rede municipal de ensino. A vacinação é fundamental no combate a doenças em todas as fases da vida e é obrigação de pais e responsáveis fornecer às crianças aquelas preconizadas pelo Ministério da Saúde, disponíveis nos postos de vacinação da cidade.
Apesar de não ser obrigatório que o cartão esteja completo, a pediatra e diretora do Hospital da Criança, Ana Paula Bosi, explica que a vacinação age de forma preventiva e tem função essencial no combate à transmissão de doenças, sobretudo no período escolar, quando o contato entre as crianças se intensifica.
“A maioria das doenças que existe vacinação são transmissíveis e a transmissão é muito maior em período escolar, pelo contato maior de criança com criança. Existem vacinas que são virais e as que são para bactérias, que evitam dar uma doença mais grave. Por exemplo, a pneumocócica evita que se de uma pneumonia grave de evolução rápida”, explica.
Ana Paula Bosi também esclarece que essa necessidade acontece fundamentalmente porque a imunidade de crianças, até os cinco anos de idade, ainda não está adequada. “Por isso ela é mais suscetível a doenças, a quadros virais, tanto respiratórios quanto intestinais, do que o adulto. A criança e o idoso têm imunidade suprimida”, pontua.
A pediatra finaliza com a informação de que existe a possibilidade de erradicação de doenças caso a adesão da vacinação seja abundante e contínua. “A vacina não é importante só a nível de prevenir as doenças, mas de erradicar mesmo. Porque se você para de ter doença, você para de ter a transmissão de doenças. Então, muita doença erradicada pode voltar se não houver a adesão à vacinação. Sarampo, coqueluche, rubéola, paralisia infantil, são doenças praticamente erradicadas, mas que se não houver uma campanha, uma responsabilidade dos pais, podem voltar”, analisa.
Covid-19. A Central de Vacinas do município ainda aguarda a chegada de uma nova remessa de imunizantes infantis contra a Covid-19. Apesar do anúncio de distribuição de novas doses para crianças pelo Estado de Minas Gerais na quarta-feira (18), a referência técnica da Central, Priscilla Amaral, afirma que aguarda posicionamento da Rede de Frios, pertencente à Superintendência Regional de Saúde.
Enquanto isso, a imunização das crianças uberabenses permanece suspensa, devido à falta de doses. Já são 20 dias sem imunizantes infantis contra o coronavírus. “Parece que tinha chegado no Ministério da Saúde sexta e sábado passado um quantitativo de vacinas Pfizer Kids. Estamos até verificando como foi a chegada e como será repassado ao estado e também aos municípios. Estamos no aguardo da rede de frios”, afirma Priscilla.
A responsável pelo setor ainda reforça que os pais e responsáveis de alunos da rede municipal podem ficar despreocupados em relação à matrícula escolar, pois está sendo ressaltado na declaração de imunização a falta das doses. No entanto, Amaral reforça que outras vacinas oferecidas no calendário vacinal estão disponíveis para as crianças começarem o ano letivo protegidas.
“É importantíssimo [a busca pela imunização]. Geralmente, no meio de janeiro nós observamos o aumento da procura em função de ter essa necessidade de levar esse documento. Então, muito em função disso, a gente verifica que em janeiro os pais já procuram, mas a gente tem intensificado aqui, falado bastante, justamente para que eles procurem durante esse momento, já que a criança está em casa”, afirma.
Vacinação de adultos. Apesar do atraso nas doses contra a Covid infantis, a imunização para adultos continua sem empecilhos. De acordo com Priscilla, as unidades de vacinação estão abastecidas com doses para o público acima de 12 anos, apenas no aguardo para a aplicação. Segundo o vacinômetro, apenas 0,07% das pessoas aptas para se imunizarem com a 4ª dose compareceram aos postos de vacinação.