CIDADE

Avó perde guarda do neto após surrá-lo com câmara de ar

A pensionista Maria Aparecida da Silva contou que o neto, de 9 anos, começou a pegar determinada quantia de dinheiro escondido, gerando preocupação da família

Publicado em 14/01/2011 às 22:17Atualizado em 20/12/2022 às 02:09
Compartilhar

A pensionista Maria Aparecida da Silva contou que o neto, de 9 anos, começou a pegar determinada quantia de dinheiro escondido, gerando preocupação da família.

No dia 28 de dezembro de 2010, quando a criança cometeu o ato pela terceira vez, Maria Aparecida narrou que perdeu a cabeça, batendo no garoto com uma câmara de ar de bicicleta.

Mas, após surrar o neto, a avó foi denunciada ao Conselho Tutelar pelo pai do menor e foi encaminhada a uma delegacia de polícia. Moradora do bairro De Lourdes, ela relatou que ficou na delegacia por três horas e sofreu retaliações. Segundo a avó, a criança chegou a cair em contraversão e o Conselho decidiu privá-la da guarda do neto, encaminhando o menino para a casa do pai.

Aparentemente abalada, a avó disse que está arrependida e quer reaver a guarda da criança, que, de acordo com ela, sempre foi criada de maneira correta. “A gente que cria não pode bater, mas a polícia pode bater mais para a frente, quando virar bandido. Que lei é essa?”, questionou. Maria Aparecida ainda reclamou que o pai do infante não permite visitas e ela mal consegue falar com a criança pelo telefone.

O Conselho Tutelar esclareceu que conflitos familiares não são resolvidos pelo órgão, mas na situação denunciada precisou cumprir o papel, haja vista que o garoto apresentava manchas vermelhas pelo corpo e afirmou ter sido agredida pela avó.

A ocorrência levantou uma discussão sobre a chamada “lei da palmada”, assinada em julho do ano passado pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. A lei da palmada foi criada em comemoração aos 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com o objetivo de proibir a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes. Penalidades são previstas e vão desde a advertência, o encaminhamento a programas de proteção à família, além de orientação psicológica. Os pais também podem estar sujeitos à obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado. Mas a lei ainda aguarda discussão e não foi aprovada.

 

O promotor substituto da Vara da Infância e Juventude, Carlos Valera, não pôde dar detalhes do caso, que corre em segredo de Justiça, mas se prontificou a receber a avó da criança para uma conversa. Do ponto de vista do promotor, é difícil fazer juízo de uma lei que sequer foi aprovada, mas Valera deixou clara a apreciação de que a legislação não pode tirar dos pais ou responsáveis o direito de correção do filho, ao mesmo tempo em que essa educação não pode incluir nenhuma forma de violência. “É preciso achar um contraponto, um equilíbrio.

 Segundo psicólogos, a melhor maneira de educar um filho é privar a criança ou adolescente de um bem que lhe apeteça. Bater, definitivamente, não resolve”, finalizou.   

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por