Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontou que foram 170 encaminhamentos para cirurgias, com 51 desistências
Atualmente, o CAISM tem em tramitação pedidos de 81 laqueaduras e 41 vasectomias (Foto/Pixabay)
A realização de cirurgias de laqueadura e vasectomia em Uberaba tomou grande proporção após o discurso da secretária de Saúde, Valdilene Rocha, sobre a dificuldade com abandonos e desistências dos procedimentos. Diversas pessoas procuraram o Jornal da Manhã para reclamar da morosidade do processo e da demora no chamamento, que seriam os verdadeiros causadores do gargalo no serviço.
"Mentira! Quando ligamos para marcar, eles informam que a cirurgia não está mais sendo realizada e que não há vagas. Não é falta de pacientes", disse uma das reclamantes nas redes sociais do JM. "Além disso, quando você passa pela triagem, eles pedem que a pessoa espere 60 dias para decidir se desistirá", desabafou outro leitor.
Questionada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) respondeu que, de março a julho, o Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher (CAISM) encaminhou 101 cirurgias de laqueadura e 69 vasectomias para o Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU). Destes, 51 não compareceram para a realização do procedimento, sendo 17 desistências nas laqueaduras e 34 nas vasectomias.
Atualmente, o CAISM tem em tramitação pedidos de 81 laqueaduras e 41 vasectomias. Segundo a coordenação do programa de Planejamento Familiar, o primeiro passo é participar de uma reunião informativa. Se houver interesse no método, será agendado atendimento com os profissionais do programa. Por fim, uma comissão de ética avaliará os critérios para atender à legislação em vigor.
Para evitar esterilização precoce, a lei manteve a exigência de que a solicitação da cirurgia seja feita por escrito. A pessoa interessada receberá orientações médicas sobre as vantagens, desvantagens, riscos e eficácia do procedimento.
Pela lei federal 14.443/2022, mulheres podem realizar laqueadura e os homens vasectomia a partir dos 21 anos. Antes, esses procedimentos só podiam ser realizados depois dos 25 anos. Também não é mais necessário o consentimento do cônjuge para a cirurgia ser realizada.
Outra novidade da lei, que entrou em vigor em março deste ano para as mulheres, é a possibilidade de realizar a laqueadura durante o parto, o que não era permitido na legislação anterior.
"As reuniões do Programa de Planejamento Familiar acontecem às terças-feiras, às 8h, no CAISM. É necessário apresentar o cartão do SUS, cartão da Unidade de Saúde, cópias das Certidões de Nascimento dos filhos, comprovante de endereço e Título de Eleitor. Para mais informações, ligue para o telefone 3332-0559", reforçou a SMS, em nota.