O acolhimento das vítimas é realizado tanto na delegacia de Polícia Civil quanto no Centro Integrado da Mulher (CIM), ambos no mesmo prédio, no Parque das Américas
Casos de violência doméstica em Uberaba estão cada vez mais comuns (Foto/Ilustrativa)
Lesão corporal, ameaça e vias de fato são os principais crimes cometidos contra as mulheres em Uberaba. A delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Mariana Pontes Andrade, revelou à Rádio JM, nesta sexta-feira (30), que as vítimas de violência doméstica estão cada vez mais alertas sobre a importância das denúncias e que o número de pedidos de medida protetiva pode chegar a 15 durante os finais de semana.
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A delegada expôs, em entrevista ao JM News 1ª Edição, que a situação da violência doméstica em Uberaba ainda é crítica e sensível, visto o aumento dos registros de crimes nos últimos anos. No entanto, ela pondera que isso mostra a força da rede de acolhimento e a clareza que as mulheres têm sobre a importância de denunciar.
“Uberaba não é diferente do resto do país. Tem números altos de violência. A média de atendimento diário [na delegacia] é grande. A gente faz de 4 a 5 medidas protetivas por dia. No final de semana, chega de 10 a 15. Significa que as mulheres estão denunciando bastante, por isso há esse aumento, mas é importante a gente encarar que existe e muito esse tipo de violência”, conta Mariana.
Questionada sobre a eficiência das medidas protetivas, a delegada analisa que houve avanço significativo em todas os mecanismos de proteção à mulher. “Hoje em dia, a própria Lei Maria da Penha cria mecanismos de eficácia na medida protetiva. Um deles é o crime de descumprimento, que cabe a prisão preventiva. Em alguns casos, existe a fiscalização por tornezeleira eletrônica, que cabe a uma decisão judicial. E a própria Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica faz o acompanhamento da vítima e do autor de violência doméstica, que dá o panorama de fiscalização e faz o envio das informações para a delegacia”, esclarece.
O acolhimento das vítimas é realizado tanto na delegacia de Polícia Civil quanto no Centro Integrado da Mulher (CIM), ambos no mesmo prédio, no Parque das Américas. A mulher chega com a denúncia, conversa com a equipe multisetorial, passa por uma avaliação diagnóstica e recebe os suportes jurídicos e criminais necessários. Em alguns casos, é possível que ela, acompanhada dos filhos ou não, seja encaminhada a um abrigo temporário.
“A violência é multifacetária. Muitas vezes ela [a mulher] tem outros problemas, que desencadearam a violência doméstica. Por isso ela passa pelo atendimento psicossocial e recebe o encaminhamento para a rede, serviços de saúde, apoio social, ajuda na questão de moradia, suporte jurídico, principalmente na questão de filhos e separação... Na delegacia fazemos os procedimentos criminais necessários”, finaliza Mariana Andrade.