Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), foi preciso liberar os alunos, pois não há energia para abrir o portão da instituição de ensino (Foto/Divulgação)
A Prefeitura de Uberaba deve divulgar em breve a decisão e o resultado da investigação das denúncias feitas contra o diretor do Cemei (Centro Municipal de Educação Infantil) Mônica Machiyama, no bairro Alfredo Freire. A situação foi denunciada ao Jornal da Manhã em julho.
No programa Pingo do J, nesta sexta-feira (9), a prefeita Elisa Araújo anunciou que “as providências já estão sendo elaboradas e a decisão será anunciada em breve”. Em entrevista, a chefe do Executivo reforçou que as denúncias também chegaram ao conhecimento do governo municipal por meio da ouvidoria. A afirmação reforça a nota da Secretaria Municipal de Educação (Semed), enviada ao JM no dia 19 de julho. Segundo a nota, relatos foram recebidos pelos canais internos da administração.
A situação foi noticiada em primeira mão pelo Jornal da Manhã após a reportagem receber o relato de seis servidoras que trabalham no local. As mulheres apontam casos de assédio moral e maus-tratos por parte do diretor da unidade. Segundo as denunciantes, que preferiram manter o anonimato, o comportamento do dirigente é caracterizado por falta de respeito, falas caluniosas e até abuso contra as funcionárias.
Após a publicação do relato pelo Jornal da Manhã, outras denúncias contra o diretor chegaram ao conhecimento da redação. De acordo com uma denunciante, que teria trabalhado no local como membro da empresa terceirizada responsável pela merenda, ela e outros membros da equipe teriam sido humilhadas e ameaçadas com facão. O fato teria ocorrido entre 2022 e 2023.
“Na época, falei com a nutricionista da Prefeitura e nada foi feito. Eu até saí de lá por conta dele. Vi ele humilhar funcionários, professoras com depressão, chorando. Eu podia dar comida para elas quando sobrava, mas ele fazia eu jogar tudo fora e não deixava elas comerem. Levava crianças para a sala dele, fechava a porta, e quando saíam do castigo, saíam descabeladas, com os olhos arregalados, sem querer nem lanchar”, afirma.
Uma segunda denunciante aponta que as ameaças de demissão eram constantes, bem como a rotatividade de funcionárias. Conforme o relato, o homem não deixava as crianças interagirem com as servidoras e vigiava até o trajeto da cozinha para a lixeira, além de demonstrar falta de educação. A mulher ainda confirma situações relatadas anteriormente, como a proibição do uso de papel higiênico e os castigos impostos aos alunos.
“Devido a tudo isso que passei, precisei me afastar do serviço, pois eu já não conseguia mais me concentrar naquele lugar. Eu vomitava, passava mal, parecia que tinha medo, mas, na verdade, eu sentia ódio do que ele vinha praticando. E nada mudava, ninguém fazia nada”, relata.