EMPREENDEDORISMO

Desde o início do ano, cerca de 5,4 mil MEIs foram registrados em Uberaba

Rafaella Massa
Publicado em 04/03/2023 às 18:16
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Consultora do Sebrae, Daiana Rodrigues, diz que a busca por aumento da renda das pessoas é a maior motivação de formalização de Microempreendedores Individuais (Foto/Jairo Chagas)

Em apenas dois meses, Uberaba passou a ter cerca de 5.400 Microempreendedores Individuais (MEIs) a mais do que no balanço registrado no fim de 2022. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a cidade acumula quase 24 mil MEIs. 

Se durante o período pandêmico o empreendedorismo foi visto como uma saída para recolocação no mercado de trabalho, hoje ele é visto como uma oportunidade para aumentar a renda. A analista técnica do Sebrae Minas, Daiana Rodrigues, explica que esse resultado é atribuído ao aumento no custo de vida e desejo por uma remuneração melhor entre as pessoas. 

“O que a gente tem percebido é que as pessoas querem ter uma remuneração maior. O custo de vida aumentou bastante e as pessoas enxergam no empreendedorismo uma opção para melhorar a renda média mensal. Muitas pessoas nos procuram para formalizar, para abrir empresa, pensando no aumento desta renda mensal”, explica Daiana. 

Entre os setores que mais crescem estão o de cosméticos, principalmente no ramo de cabeleireiros, manicures e pedicuros. Em segundo lugar está o comércio varejista, com a área de vestuário e acessórios, e, por fim, promoção de vendas. 

Ainda segundo pesquisa realizada pelo serviço, 31% das pessoas consideram mais vantajoso empreender pela possibilidade de maiores ganhos do que trabalhando em regime de CLT.

Muitos empreendedores consideram que as condições para ser empregado são desfavoráveis, pois há alta oferta de profissionais no mercado, o que possibilita que empresas reduzam a média salarial, ou optem por pagar pela prestação de um serviço por CNPJ, ao invés de contratarem um funcionário para fazê-lo. 

Inflação e falta de experiência em gestão são os principais desafios enfrentados

Apesar do aumento, ainda existem dificuldades para manter as portas de um negócio próprio abertas. No caso dos empreendedores, Daiana analisa que uma das principais dificuldades do ambiente externo que impactam os pequenos negócios é a inflação. “Nesse contexto, torna-se difícil dispor um bom capital de giro, porque ele fica um pouco mais enxuto. Outra questão que a gente entende como dificuldade é o acesso ao crédito. Esse é um grande gargalo”, afirma. 

Também foi citada como dificuldade entre os pesquisados a falta de conhecimento em gestão. Cerca de 50% dos empreendedores iniciais têm a impressão de possuir nenhum ou baixo grau de conhecimento sobre gestão. “Então, tudo isso dificulta a definição de estratégias e táticas que podem ser deficientes para se firmarem no mercado. E 56% desses empreendedores abrem suas empresas sem a realização do planejamento. E dos 44% que realizam planejamento, uma minoria levantou uma quantidade de informação relevante para o funcionamento do negócio”, afirma a analista. 

Além disso, práticas consideradas essenciais dentro do empreendedorismo, como separar finanças pessoais das da empresa, precificar os produtos e controle interno, é praticado apenas entre sete a cada dez empreendedores. Enquanto isso, dois a cada dez relatam muita dificuldade em gerenciar suas empresas. 

“A desorganização interna se agrava pelo ambiente externo, já que esses empreendedores têm dificuldade de lidar com a concorrência dessas empresas de maior porte e concorrência também dos trabalhadores que estão na informalidade. Isso porque quem trabalha na informalidade consegue vender a preços mais competitivos, porque tem menos custos”, finaliza Daiana. 

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