Dia da Consciência Negra é marcado por ações de combate ao racismo em Uberaba

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é marcado por uma ampla programação liderada pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) em Uberaba. Sob a coordenação da presidente Maria Abadia Vieira da Cruz, as atividades deste ano reforçam o compromisso contínuo com a igualdade racial e a valorização da cultura afro-brasileira.  

A agenda do Compir este ano inclui ações realizadas em parceria com diversas organizações, como escolas, universidades, a Pastoral Afro e a Fundação Cultural de Uberaba. Um dos destaques é a Missa Afro, que acontece ao meio-dia na Igreja da Abadia, integrando espiritualidade e ancestralidade.

Leia também: Mês da Consciência Negra movimenta Uberaba com várias atividades

Câmara de Uberaba fez retratação em 2015 por não ter reconhecido a abolição

Segundo Maria Abadia, o trabalho do Compir transcende a data comemorativa, com iniciativas baseadas nas Leis 10.639/03 e 11.645/08, que promovem a inclusão da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares. “Estamos monitorando e propondo políticas públicas com base no Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial e no Pacto de uma Cidade Antirracista. Essas ações são construídas para serem práticas de todo o ano”, afirma.  

Para a presidente, o Dia da Consciência Negra é um momento de reconhecer a história, as contribuições e os desafios enfrentados pela população afro-brasileira. "É um dia para honrar a memória de Zumbi dos Palmares e para dialogar sobre igualdade racial e justiça social, enquanto celebramos a riqueza cultural e a resiliência da nossa comunidade", pontua.  

Maria Abadia enfatiza a importância de usar a data como inspiração para mudanças, reforçando a luta contra o racismo e fortalecendo a representatividade em todos os espaços. "A celebração acontece quando transformamos diversidade em ações concretas e promovemos justiça social no cotidiano", completa.  

A presidente do Compir reconhece avanços no diálogo sobre questões étnicas, como o aumento da visibilidade do tema e a criação de políticas públicas. Contudo, desafios estruturais ainda precisam ser enfrentados. Ela ainda destaca a necessidade de fortalecer o financiamento de pesquisas, desenvolver políticas públicas eficazes e ampliar a representatividade em espaços de poder. "Só com ações concretas e diálogo aberto construiremos uma sociedade mais justa e igualitária."  

O Dia da Consciência Negra, para o Compir, é mais do que uma celebração. É um chamado à ação coletiva e um lembrete do papel de cada indivíduo na construção de uma sociedade antirracista. "Esse dia nos inspira a refletir e agir para um futuro onde a igualdade racial seja uma realidade, não apenas um ideal", conclui Maria Abadia.