A piora na qualidade do ar em Uberaba tem ligação direta com incêndios e queimadas não só na cidade, como também na região (Foto/JM)
Pela primeira vez, desde o início do monitoramento em maio deste ano, a qualidade do ar de Uberaba está oficialmente classificada como ruim (Foto/Reprodução)
A combinação de calor, baixa umidade, fumaça e radiação solar intensa cria um cenário preocupante para a saúde pública, sobretudo para grupos em vulnerabilidade (Foto/Reprodução)
O resultado reflete a soma de fatores críticos: queimadas, poeira em suspensão, baixa umidade relativa e calor intenso, condições que transformam o ambiente em um risco concreto para a saúde da população (Foto/Reprodução)
Monitoramento realizado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), aponta piora significativa da qualidade do ar em Uberaba desde terça-feira (9). O Índice de Qualidade do Ar (IQAr), que era de 39 pontos na manhã da última terça-feira (9), saltou para 94 pontos nesta quarta-feira (10), classificando o ar como “ruim”, traduzindo a dificuldade em respirar que os uberabenses já sentem desde o início da estiagem e se agrava diariamente. O IQAr chega a 200 pontos, quando toda a população sofre as consequências, inclusive com risco de morte. A piora na qualidade do ar em Uberaba tem ligação direta com incêndios e queimadas não só na cidade, como também na região. Isso aliado à ventania nesta terça, quando os ventos chegaram a 60km/h, propaga ainda mais o fogo e a fumaça.
Pela primeira vez, desde o início do monitoramento em maio deste ano, a qualidade do ar de Uberaba está oficialmente classificada como ruim. O resultado reflete a soma de fatores críticos: queimadas, poeira em suspensão, baixa umidade relativa e calor intenso, condições que transformam o ambiente em um risco concreto para a saúde da população.
Segundo parâmetros internacionais do IQAr, a faixa “ruim” indica que toda a população já pode sentir efeitos da poluição, não apenas grupos vulneráveis. Pessoas saudáveis podem apresentar irritação nos olhos, tosse ou falta de ar em atividades ao ar livre, enquanto indivíduos com doenças respiratórias ou cardíacas enfrentam riscos ainda maiores de crises e complicações. A umidade relativa prevista para esta quarta-feira (10) é de apenas 29% e ventos de até 22 km/h, segundo o Inmet, devem ajudar a manter a má qualidade do ar durante o dia.
O material particulado grosso (PM10) foi o principal poluente responsável pela piora. Essas partículas, formadas por poeira, cinzas e fuligem, podem provocar irritação nos olhos e garganta, crises de asma e bronquite, além de reduzir a capacidade pulmonar em pessoas expostas por longos períodos. Além dele, outras substâncias inspiram atenção, como o material particulado fino (PM2.5), que penetra profundamente nos pulmões e pode atingir a corrente sanguínea, aumentando o risco de doenças cardíacas, infartos e acidentes vasculares cerebrais. Também presente está o dióxido de enxofre (SO2), que, mesmo em concentração moderada, está associado à bronquite, irritação das vias respiratórias e piora de quadros asmáticos.
Outro alerta vem do índice de radiação ultravioleta (UV), que pode chegar a 11 ao meio-dia, classificado como extremo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em dias de clima quente e céu limpo, a incidência de radiação solar se intensifica, aumentando os riscos de queimaduras, manchas, envelhecimento precoce da pele e até câncer de pele.
A combinação de calor, baixa umidade, fumaça e radiação solar intensa cria um cenário preocupante para a saúde pública, sobretudo para grupos em vulnerabilidade, aumentando a incidência de crises de asma, bronquite, falta de ar, alergias e até aumento da pressão arterial, já que o organismo é mais exigido para se adaptar ao ambiente hostil. As autoridades de saúde recomendam evitar exercícios físicos intensos ao ar livre, manter hidratação constante e permanecer, sempre que possível, em ambientes internos e arejados.
O monitoramento é feito pela estação instalada na Univerdecidade e pode ser acompanhado em tempo real pelo MultiLab Univerde I.