Usuários do serviço de saúde da Unidade Regional de Saúde Teresinha da Graça Girão Carvalho, no bairro Boa Vista, reclamam da falta de medicamentos
Usuários do serviço de saúde da Unidade Regional de Saúde Teresinha da Graça Girão Carvalho, no bairro Boa Vista, reclamam da falta de medicamentos. Ontem, um tumulto causado por um paciente psiquiátrico mobilizou a Polícia Militar.
Comandante da viatura, Cabo Torres relatou que o paciente estava ansioso e disse ter sido desacatado, fato não comprovado pela PM, que simplesmente orientou o paciente.
Na porta da Unidade de Saúde, algumas pessoas aguardavam atendimento, enquanto outras trocavam experiências sobre a ineficiência do serviço.
Edmalson José da Silva, de 34 anos, depende do medicamento Midaron para controlar a doença do coração. “Desde outubro do ano passado, o remédio chegou uma só vez”, conta. Enquanto isso, o aposentado espera e faz um desabaf “Onde está o nosso direito como cidadão? Chegam ao posto de saúde e eles dizem que está tudo bem. Mas está tudo bem para eles. Para nós, que precisamos dos remédios, não está!”, desabafou.
Aos 71 anos, Maria Aparecida sente o peso da idade e as dificuldades na saúde pública. Pelos corredores, ela se arrastava com o auxílio de uma bengala até a sala onde solicitou os medicamentos. O ferimento no pé impede que ela se locomova com facilidade. A moradora do bairro São Cristóvão fez uma peregrinação às unidades de saúde para conseguir os remédios do coração, pressão e colesterol, mas na Unidade do bairro Boa Vista não consegue nem a gaze para fazer um curativo.
Ivone Silva Pereira trabalha como auxiliar de saúde e, ironicamente, agora depende do sistema. Ela conta que a mãe dela, de 84 anos, está muito doente e esteve em várias unidades de saúde sem conseguir a autorização para fazer o exame que precisa. “A gente fica que nem bolinha de pingue-pongue, mas não tem resposta”, reclama, não escondendo em seu semblante o cansaço nem a falta de esperança.
Um motoboy que trabalha em frente da Unidade de Saúde não se identifica, mas chega dizend “Não tem médico nem remédio aqui. Está todo mundo perdido”.
A coordenadora da Unidade de Saúde do Boa Vista, Heloísa Helena Melo, diz que não há nenhum problema. “O atendimento continua normal e não há nada de diferente”, informa.