Membros do Conselho de Administração e de pastorais da Igreja questionam guarda das ofertas financeiras, por parte do pároco local
Fiéis da Paróquia Santo Expedito, em Uberaba, registraram um boletim de ocorrência relatando falta de transparência, por parte do pároco local, quanto a destinação das doações e dízimo da comunidade, recolhidos no último domingo (9). O grupo, formado por membros da coordenação paroquial, procurou a Polícia Militar (PM) na terça-feira (11) para formalizar as denúncias.
De acordo com o registro policial, os valores arrecadados nas missas — por meio de ofertas, dízimos, cartão e Pix — eram tradicionalmente repassados à tesouraria da igreja, responsável pelos depósitos na conta vinculada ao CNPJ da paróquia, sob acompanhamento do conselho administrativo. Entretanto, nas celebrações ocorridas no último domingo, o pároco teria determinado que todo o valor arrecadado, cerca de R$ 3,3 mil, fosse entregue diretamente a ele, o que contrariaria o procedimento adotado até então. O “confisco” contraria a rotina estabelecida na Paróquia para destinação das coletas e do dízimo.
Segundo paroquianos ouvidos pelo Jornal da Manhã, o episódio seria o ponto de tensão final após uma série de desentendimentos envolvendo a gestão financeira da igreja. Eles relatam que o padre teria afastado o tesoureiro e passado a controlar pessoalmente todas as movimentações de recursos. “A intenção do boletim de ocorrência não é acusar ninguém, mas buscar respaldo e transparência, já que o dinheiro da comunidade deve ser administrado pelo conselho”, afirmou um dos membros da coordenação.
O grupo também alega que o sacerdote recebe salário mensal de R$ 4.500, além de auxílio-alimentação de R$ 1 mil, e que despesas pessoais estariam sendo incluídas nas prestações de contas, como notas fiscais de produtos diversos e multas de trânsito. “As doações são feitas com fé, para manutenção e melhorias da igreja, não para gastos particulares”, comentou um fiel.
Conselheiros informaram ainda que o caso foi comunicado à Cúria Metropolitana de Uberaba, e que o assunto já chegou ao conhecimento do bispo diocesano. Uma reunião foi marcada para esta quarta-feira (12) com o objetivo de discutir a situação e definir eventuais providências.
Enquanto aguardam uma posição oficial da Diocese, os fiéis afirmam que pretendem manter o diálogo aberto e cobrar esclarecimentos. “Queremos apenas transparência e respeito com a comunidade”, reforçou um integrante da paróquia.