Governo prorroga dívidas rurais

O presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Rivaldo Machado Borges, afirmou ontem que a prorrogação do prazo para a renegociação de dívidas rurais trata-se somente de um alongamento. “Não basta pagar a dívida, é preciso, também, não contrair novas. Infelizmente, a política econômica do governo não favorece os produtores rurais”, disse. De acordo com a resolução, com o objetivo de estimular a quitação das dívidas, todos os débitos originários da concessão do crédito rural inscritos até o dia 30 de novembro deste ano em dívida ativa da União poderão ser pagos com descontos ou renegociados com um prazo de amortização de até dez anos, através de parcelas pagas semestralmente ou anualmente. “Pedimos prazos de 20 anos porque não acreditamos que em 10 anos seja possível quitar a dívida sem a geração de lucro. Que objetivo tem um negócio que não gera lucro no final da colheita e com grande possibilidade de prejuízos?”, indaga o presidente.   Segundo ele, o setor agrícola no Brasil enfrenta dificuldades devido, principalmente, a fatores como queda de preços, alta de insumos e alterações climáticas. “Com certeza, passamos por uma crise e eu não consigo ver uma solução em longo prazo. Em outros países, a agricultura é subsidiada e segurada, o que aqui é impossível em função dos altos custos em investimentos”, afirma Rivaldo. Para ele, o Governo Federal deveria olhar não para a dívida, e sim para os motivos que a geraram. “Sem um plano de gestão econômica audacioso, médios produtores de Uberaba, que têm uma locação agrícola e pecuária tão grande, tendem a não se desenvolver”, sentencia o presidente.   Para receber os benefícios referentes à negociação de prazos previstos na publicação, os produtores devem se inscrever até o dia 31 de março de 2010. No caso de liquidação da dívida, o prazo é até 30 de dezembro deste ano.