A Justiça do Rio de Janeiro aprovou o pedido de recuperação judicial apresentado pela cervejaria Petrópolis no final de março, segundo decisão vista pela Reuters. O Grupo Petrópolis possui em Uberaba cinco linhas de latas, com capacidade para envasar 128 mil latas/hora. A capacidade da unidade é de uma produção de 11,4 milhões de hectolitros/ano.
A decisão foi emitida pela juíza Elisabete Longobard, da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, com a Petrópolis sendo representada pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados.
A companhia afirma ter dívidas em aberto estimadas em cerca de R$ 4,2 bilhões, das quais R$ 2 bilhões seriam derivadas de operações financeiras e de mercados de capitais, e R$ 2,2 bilhões com grandes fornecedores, de acordo com o pedido encaminhado à Justiça no fim de março pelos escritórios Galdino, Coelho, Pimenta, Takemi, Ayoub Advogados e Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados. Nessa última, haveria também operações de risco sacado.
A Petrópolis citou "redução do volume de vendas, da receita e das margens veio acompanhada do aumento incessante da taxa Selic" que "gera um impacto de aproximadamente 395 milhões de reais por ano no fluxo de caixa" do grupo.
Dentre as marcas de seu portfólio, a unidade de Uberaba produz as cervejas Crystal, Lokal, Itaipava, Itaipava 100% Malte, Petra e Cacildis, atendendo com mais agilidade todos os 853 municípios mineiros. As cervejas produzidas na fábrica de Uberaba também são distribuídas para as regiões Norte e Noroeste de São Paulo, além de Goiás, Distrito Federal e Sul do País.