PROBLEMAS

Mais uma vez, chuvas danificam muros de arrimo no Alfredo Freire IV

Letícia Marra
Publicado em 11/01/2023 às 17:04Atualizado em 11/01/2023 às 22:33
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Muro de arrimo do bairro Alfredo Freire IV é atingido pelas chuvas (Foto/Jairo Chagas)

Pelo terceiro ano consecutivo, o muro de arrimo do bairro Alfredo Freire IV é atingido pelas chuvas. A reportagem do Jornal da Manhã esteve no local nesta quarta-feira (11). 

De acordo com a loteadora responsável pela obra, a rede de água no espaço não é compatível com a demanda recebida e atinge os muros de contenção, sendo necessária sua demolição preventiva. Uma moradora foi retirada de casa nas imediações por precaução, uma vez que o local sofria risco de desabamento. A Defesa Civil deve ir ao local nesta quinta-feira (12) para avaliação de riscos.

Loteadora diz que spaço não é compatível com a demanda recebida e atinge os muros de contenção (Foto/Jairo Chagas)

Mas este é um problema recorrente no Alfredo Freire IV. Ainda em 2022, o mesmo problema se repetiu, com a retirada de quatro famílias de suas casas. À época, muro de arrimo com quatro metros de altura desabou devido à chuva forte, ocorrida no início de janeiro, causando deslizamento de cerca de cinco metros em cima de quatro residências. Após o problema, o responsável pelo loteamento, Carlos Jreige, revelou à reportagem que foi construído um novo muro, com reforço, para evitar que cedesse novamente. Foram gastos cerca de R$500 mil para o trabalho. 

Além disso, segundo ele, foi acordado com a Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) que seria realizada obra para ampliação da rede hidráulica e evitar que o problema se repetisse. Entretanto, passado um ano, o serviço ainda não foi realizado, segundo o construtor. 

Jreige aponta que desde dezembro, com o início das chuvas, o muro começou a ceder novamente, apresentando rachaduras. Ele entrou em contato com o Governo Municipal, mas não recebeu retorno, segundo relatou ao JM. Com receio de nova queda, decidiu derrubar o muro por precaução. Além disso, estão sendo despejadas britas próximas às grades de contenção da rede de água. 

“A água não faz a curva, ela vai direto e atinge as casas e o muro. Isso já aconteceu no ano retrasado, no ano passado, e esse ano, porque eu sei que vai acontecer de novo, eu já tirei a família que estava ali embaixo, coloquei em outra residência, só que se a Codau, a Prefeitura ou o órgão competente não arrumar lá (no Alfredo Freire 1), não adianta. É tragédia anunciada, vai acontecer de novo. Eu estou antecipando para não ter nenhuma perda de vida, mas eu não vou fazer um muro de novo, porque se eu fizer, vai cair de novo, enquanto não arrumar lá”, explica Jreige.

A previsão é que a retirada do muro e limpeza do espaço, além das obras emergenciais, sejam finalizadas em cerca de três dias. A previsão é que sejam investidos cerca de R$40 mil nos serviços paliativos. 

Obras emergencias no Alfredo Freire IV (Foto/Letícia Marra)

A reportagem entrou em contato com a Codau, que, através de nota, informou "que a solução para o acúmulo de água no local é de responsabilidade do empreendedor do loteamento Alfredo Freire IV". 

Ainda segundo a Codau, a rede pluvial implantada pela empresa, com tubulação mais estreita, é incompatível para suportar a drenagem pluvial do conjunto Alfredo Freire I. De acordo com a Lei 375/2007, qualquer construção que tenha um bairro acima do seu nível, deve ter capacidade para suportar esta drenagem. 

"Diante dos riscos oferecidos à população do local, a Codau irá executar o projeto de adequação das redes pluviais, fazendo a readaptação na ligação do sistema de drenagem dos bairros Alfredo Freire I e IV. O objetivo é solucionar o problema de incompatibilidade no dimensionamento das tubulações, evitando acúmulo de água no local e minimizando riscos aos moradores, como a queda de muro de arrimo", informou a Codau. 

A expectativa da Codau é iniciar a obra em fevereiro, já que o serviço não pode ser executado em períodos de chuva frequente, como tem ocorrido neste mês. "Posteriormente, a Companhia irá apurar as responsabilidades deste caso e tomar as providências cabíveis", informou a Codau.

Mas esse não é o único desafio do Alfredo Freire 4. Levantamento técnico de viabilidade do conjunto habitacional será realizado. 

Em entrevista à Rádio JM no mês passado, o promotor Carlos Valera explicou que a proposta do estudo é identificar se é possível a conclusão das obras ou, caso seja identificado que oferece risco, demolição do local, recuperação da área e indicação de uma nova área para o programa Minha Casa, Minha Vida ser construído.

O loteamento Alfredo Freire IV foi aprovado em 2012, com quatro etapas sucessivas e interdependentes de execução, com previsão de construção de 540 unidades residenciais. Após a desistência de outras empreiteiras, diversas reuniões foram realizadas pelo Ministério Público (Estadual e Federal), Prefeitura e Caixa Econômica visando solução para o conjunto habitacional. Em síntese, foi apurado que, antes mesmo da adoção de quaisquer medidas, era necessário realizar estudos básicos, como o levantamento completo da infraestrutura (água potável, drenagem pluvial e coleta de esgoto, incluindo as situações do sistema de saneamento); estudo de viabilidade para resolução do lançamento do esgoto, incluindo sondagem e caracterização do tipo de solo, com definição da melhor solução técnica e econômica disponível; avaliação da situação estrutural das edificações, incluindo muros de arrimo e indicação do melhor método construtivo, assim como da pavimentação do loteamento.

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