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Após a proibição da chamada capina química em área urbana pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) através da Nota Técnica 04/2016, manter as cidades livres do mato se tornou um desafio para os gestores públicos.
Na nota a Agência Governamental se restringiu a interpretar a bula dos produtos registrados para este fim e que exigem um período de segurança de 24 horas para reentrada de pessoas e animais numa área tratada, o que seria incompatível com a aplicação em vias públicas de livre circulação.
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Mas é certo que o problema vai além, com riscos de afetar a saúde das pessoas, da fauna urbana, o fácil carreamento destas moléculas para os cursos d’água, além de problemas operacionais como ineficácia da aplicação após chuva, logística reversa de embalagem de agrotóxicos e a seleção indesejada de plantas tolerantes ou resistentes.
Mas nesta mesma época já estava em curso o desenvolvimento de uma tecnologia direcionada à agricultura orgânica, baseada em descargas elétricas capazes de eliminar a planta daninha (mato) das folhas até a raiz. O mesmo efeito do herbicida, porém sem os danos colaterais nocivos.
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A tecnologia patenteada é brasileira, os equipamentos são produzidos em Indaituba/SP, o grupo Zasso se internacionalizou e hoje tem sua sede administrativa na Suiça, e também uma fábrica na Alemanha. A Minas Capina Elétrica, hoje distribuidora exclusiva em Minas Gerais, participou da adaptação para as aplicações urbanas além de cuidar da manutenção, treinamento e certificações das empresas que pretendem prestar serviços com a tecnologia.
A primeira cidade no Triângulo Mineiro a testar o novo método foi Uberaba que tem uma máquina desde janeiro de 2024 disponibilizada através do CONVALE - Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional, cedida à Codau. O cronograma ainda está em fase de avaliação.
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Mas a cidade de Conquista, que também fez uma licitação própria, acaba de receber a execução completa do que solicitou e com ampla aprovação dos gestores.
“Estavam sufocados pelo mato. Foi um alívio em apenas 15 dias de trabalho. Agora as equipes da Prefeitura podem ir fazendo a manutenção pelo máximo de tempo possível, antes da próxima aplicação”, salientou o responsável pelo serviço.
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O Engenheiro Agrônomo Gustavo Carvalho, diretor da Minas Capina Elétrica, explica que além do banco de sementes já depositado nestas áreas a dispersão de determinadas espécies pode ocorrer por quilômetros. “Em algum momento essas sementes germinarão, mas é muito mais fácil combater uma plantinha de semente do que uma rebrota de uma planta adulta. O segredo está na raiz, quanto mais nova a planta, menor a raiz, a produtividade e o intervalo entre aplicações aumentam, diminuindo o banco de sementes e os custos para a Prefeitura.”
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O desafio de conciliar a eficiência com o orçamento exige responsabilidade com o erário público, mas não se submete a ilegalidades arcaicas como a aplicação de herbicidas químicos colocando em risco a população, por mais normal que um dia isso possa ter sido considerado, seja por desconhecimento ou por falta de opção. Modelos de contratação flexíveis permitem Prefeituras, mesmo que pequenas, ter acesso a uma inovação tecnológica legal e limpa sempre que necessário e possível e em complemento a outras metodologias de controle.
Além de Uberaba e Conquista, em Minas a tecnologia já vem sendo amplamente difundida e usada em cidades com Lagoa Santa, Catas Altas, Itabirito dentre outras.