(Foto: Fernando Frazão Agência Brasil)
Qualificação profissional. É essa a aposta do governo federal para fazer andar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 3. A promessa é instalar um programa transversal — chamado Qualifica-PAC — para mapear os locais com maior escassez de mão de obra qualificada e preparar profissionais para atuarem nos setores prioritários, como construção civil, transição energética e saúde.
A ideia do programa é unir esforços nacionais, estaduais e municipais para promover educação técnica nas áreas identificadas como mais escassas desses profissionais. Para isso, o governo conta com a ajuda do Sistema S, instituições públicas, privadas e universidades. Isso é visto como o grande diferencial desta para as outras edições do programa pela economista Carla Beni, professora de MBAs da FGV.
“O programa tem o objetivo muito interessante de tentar equacionar essa questão entre sobra de mão de obra num local e falta num outro, num primeiro momento. E depois junto com o sistema S — Sesi, Senai, Senac — fazer a formação dessas pessoas. Então quando você pega todas essas pontas, me parece um programa muito interessante e inovador.”
PAC 3
O Novo PAC foi lançado em agosto pelo governo federal e prevê investimentos em infraestrutura divididos em nove eixos, como transporte, cidades sustentáveis e inovação. O investimento deve chegar a R$ 1,7 trilhão em infraestrutura, entre recursos públicos e privados.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 2019 e 2022 os investimentos em infraestrutura cresceram o equivalente a 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, chegando a 1,86% do PIB ao fim do ano passado. No entanto, a modernização efetiva da infraestrutura exigiria aportes equivalentes a 4,2% do PIB.
Para o deputado federal Alencar Santana (PT-SP), ter o PAC de volta é fundamental por diversos aspectos. “Retomada obras paradas, novas ações, novos projetos, e isso é fundamental porque está levando um serviço público, resolvendo um problema de uma cidade, estado, uma comunidade melhorando o serviço para aquela região, mas ao mesmo acaba girando a economia, fomentando a geração de empregos, compra de material prestação de serviço.”
Segundo o parlamentar, “é um conjunto de fatores positivos. Não dá para um país do tamanho do Brasil, com tantas carências e deficiências não ter investimento público para garantir melhores serviços, é um contrassenso”, complementa.
Retomada de obras inacabadas
O Pacto Nacional pela Retomada de Obras Inacabadas foi criado através de um projeto de lei, sancionado no começo de novembro, que regulamenta a reativação de mais de 10 mil obras inacabadas, em áreas como saúde e educação.
Segundo um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), nos PACs 1 e 2 — durante os governos Lula e Dilma — 2.688 obras financiadas pelos programas não foram finalizadas até 2022.
Fonte: Brasil 61