Fenômeno é comum nesta época do ano e medições da UFTM indicam nível moderado de poluição nesta terça-feira (9)
O levantamento da UFTM mostra que a maior concentração é de partículas sólidas de poeira e fuligem, conhecidas como material particulado, que chegou a 48 µg/m³ (Foto/Joana Prata)
Uma nuvem de poeira tomou conta de Uberaba no início da tarde desta terça-feira (9), resultado das fortes rajadas de vento registradas na cidade. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas podem chegar a 51 km/h, intensificando a suspensão de partículas no ar. O fenômeno é comum nesta época do ano, quando a baixa umidade relativa favorece a formação de tempestades de poeira.
De acordo com os medidores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), instalados na Univerdecidade, a qualidade do ar em Uberaba atingiu índice 43, classicação amarelo tido como moderado na escala do IQAir. A umidade relativa no início da tarde era de apenas 25%, número considerado baixo e que contribui para o agravamento do cenário.
Na prática, isso significa que a maioria das pessoas não sente efeitos imediatos, mas grupos mais sensíveis, como crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias, podem apresentar algum desconforto. O índice moderado está relacionado à presença de diferentes poluentes suspensos na atmosfera, entre eles o material particulado, o ozônio e o dióxido de enxofre.
O levantamento da UFTM mostra que a maior concentração é de partículas sólidas de poeira e fuligem, conhecidas como material particulado, que chegou a 48 µg/m³. Essas partículas, embora visíveis na forma de poeira em suspensão, podem ser inaladas e provocar irritação nas vias respiratórias. Também foram identificados níveis de material particulado fino, de 10 µg/m³, formado por partículas ainda menores, capazes de penetrar profundamente nos pulmões quando há exposição contínua.
Outro elemento monitorado foi o ozônio, que apresentou concentração de 70 µg/m³. Esse gás se forma a partir de reações químicas na atmosfera e pode causar irritação nos olhos e na garganta. Já o dióxido de enxofre, com 21 µg/m³, geralmente está ligado à queima de combustíveis e, mesmo em baixa quantidade, pode provocar tosse e mal-estar em pessoas mais vulneráveis.
Com a combinação de ventos fortes, baixa umidade e partículas suspensas no ar, especialistas reforçam a importância de manter a hidratação, evitar atividades físicas intensas ao ar livre e proteger principalmente os grupos de risco.