OAB e PCMG reforçam alerta contra o golpe do falso advogado

Golpe do falso advogado continua acumulando vítimas em todo o território nacional, inclusive em Uberaba, o que motivou ação conjunta entre a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Uberaba e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para reforçar alertas à população. Não há informações de quantas vítimas tenham caído no golpe na cidade, mas a PC reforça a necessidade de representação para a abertura de inquéritos. Atualmente, há diversos procedimentos em andamento na corporação, segundo o Departamento de Fraudes. O golpe do “falso advogado” já foi divulgado na coluna do advogado Luciano Camargos no JM Online, no início deste ano. 

Os golpistas usam fotos e dados reais de advogados para fraudar documentos. Acessando processos, eles entram em contatos com clientes e oferecem vantagens. Advogada inscrita na OAB de Sacramento relatou ao Jornal da Manhã ter sido uma das profissionais com dados usados criminalmente. 

“Eles enviam um alvará e um ofício; falsificações muito grosseiras com o timbre do Tribunal de Justiça, falando que o dinheiro está disponível, já contendo o valor de supostos honorários e pedindo dados bancários. Todos os meus clientes foram contatados pelo mesmo número de telefone, com DDD 31. E é um risco de alguém ter interesse no recebimento imediato e nem me ligar para verificar se é verdade esse ganho do processo. Vários advogados e clientes estão passando por isso”, relata a advogada.  

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O presidente da OAB/Uberaba, Luciano Del Duque, relata que, embora o órgão esteja fazendo alertas desde 2024, a situação continua a se repetir, com novos casos sendo registrados. “A existência de casos dessa natureza é grande e recorrente no país. Esse tipo de golpe está ganhando visibilidade, pois a maioria das vítimas são advogados e envolvem processos judiciais, mas está acontecendo com muitos prestadores de serviço autônomos, de forma geral”, destacou.  

Desde o início do ano, a OAB/MG e a PCMG firmaram parceria visando combater o golpe do falso advogado, com a criação de equipe especializada para investigar os casos e um canal exclusivo para denúncias. O canal está em funcionamento em Uberaba, segundo o presidente Del Duque. 

Contudo, o delegado Elinton Feitosa, reforça a necessidade de representação criminal para fins de abertura de inquérito policial. “Existem inquéritos instaurados e investigações preliminares já, mas essa demanda depende muito que as vítimas formalizem a denúncia, já que a ação de estelionato é condicionada à representação. E, dependendo da adequação de conduta, há possibilidade de investigar o crime de invasão de dispositivos de informática, isso quando a gente identifica que, por algum tipo de mecanismo eletrônico, os criminosos tiveram acesso às informações dos advogados”, explicou o delegado.