EDUCAÇÃO

Pais relatam falta de professores em salas da rede municipal de ensino

Larissa Prata
Publicado em 07/03/2024 às 10:38Atualizado em 07/03/2024 às 20:20
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Após divulgação de falta de professor de matemática na Escola Municipal Uberaba, outros casos semelhantes foram denunciados ao Jornal da Manhã.

Entre eles, pelo menos duas escolas municipais iniciaram o ano letivo sem professor regente, mesmo após a realização de concurso destinado ao magistério. Questionada, a Secretaria Municipal de Educação restringiu-se a informar que novas convocações do certame ainda ocorrerão.

Segundo as denúncias recebidas, na Escola Municipal Anísio Teixeira estaria faltando professor de História e na Esther Limírio Brigagão não há professores nas disciplinas de Ciências, Inglês e Ensino Religioso. Em ambos os casos, os denunciantes relatam que o ano letivo já começou sem professores titulares para essas disciplinas. Ou seja, desde o dia 2 de fevereiro, os alunos frequentam as salas de aula sem professor designado.

Os casos são diferentes do relatado na Escola Municipal Uberaba, onde o professor regente de Matemática estaria afastado por motivos pessoais, com retorno previsto para maio. Até lá, segundo informou a Secretaria Municipal de Educação, as aulas são ministradas por professor substituto.

Até o momento, duas convocações de aprovados no concurso do Magistério foram feitas em Uberaba. A expectativa da Semed era empossar 468 concursados antes do início letivo, o que representaria mais da metade das vagas abertas no certame.

Ainda de acordo com denunciante, a falta de professores leva ao que ele chamou de “dividir turma”, quando os alunos do professor faltoso são realocados em outras salas de aula para receberem o conteúdo referente à disciplina. A prática é comum nas escolas, de acordo com o denunciante, e gera situações diversas para o professor que recebe esses alunos, sobretudo relacionadas à sobrecarga de serviço. Em alguns casos, a turma chega a estar com até 50% ou mais de alunos acompanhando o conteúdo ministrado.

Denunciante ainda aponta que outra solução habitualmente apresentada em âmbito escolar é ter colaboradores de outras funções, como coordenadores pedagógicos e vice-diretores, assumindo aulas de professores faltosos. Em muitos desses casos, o conteúdo ministrado aos alunos não é referente à disciplina correlata e o conteúdo faltoso não é reposto, ao arrepio do preconizado na Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB).

Assédio. “Mas essas denúncias não podem ser feitas à Secretaria de Educação”, também segundo o denunciante, uma vez que a orientação repassada às direções das escolas é para “não criar problemas para a administração”; caso contrário, reclamantes seriam duramente perseguidos.

O relato evidencia mais um caso de possível assédio no âmbito escolar. Nesse sentido, a reportagem do Jornal da Manhã voltou a acionar a Secretaria de Educação em busca de explicações sobre os quadros relatados. Contudo, a pasta restringiu-se a reiterar os canais de denúncia, como o Fale Com a Semed (3318-0713 e pelo e-mail falecomasemed@edu.uberabadigital.com.br), e a afirmar que “nova convocação de professores aprovados no concurso do magistério está marcada para esta semana. A quantidade total de nomeações ainda será definida internamente”.

Não houve qualquer resposta à falta de professores nas referidas escolas, tampouco o tamanho do déficit de professores na rede municipal de ensino. No tocante às recorrentes denúncias de possível assédio moral pela sensação de insegurança do servidor em acionar a pasta por providências, a Semed também optou pelo silêncio.

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