MAIO VERMELHO

Pare de fumar hoje: malefícios do hábito vão além dos cânceres

Especialistas alertam para os diferentes tipos de câncer decorrentes do hábito de fumar e como prevenir

Dandara Aveiro
Publicado em 29/05/2025 às 10:06Atualizado em 29/05/2025 às 10:41
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Dados apontam que o câncer bucal acomete mais de 15 mil pessoas por ano no Brasil e está entre os dez tipos mais frequentes no país (Foto/Reprodução)

Dados apontam que o câncer bucal acomete mais de 15 mil pessoas por ano no Brasil e está entre os dez tipos mais frequentes no país (Foto/Reprodução)

A campanha Maio Vermelho alerta para os riscos do câncer bucal e reforça a ligação direta com o tabagismo, um dos principais fatores para o desenvolvimento da doença. Mais frequente do que se imagina, esse tipo de câncer está entre os dez mais diagnosticados no Brasil, com maior incidência em homens. Dessa forma, as ações do mês se somam ao Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado neste sábado (31), para reforçar a importância da prevenção e do abandono do cigarro. 

O impacto do tabagismo vai além das estatísticas. Ele molda histórias de vida, como a de Maria Ângela Ribeiro, idosa de 69 anos, que começou a fumar aos 18, influenciada por amigos e pela naturalização do hábito na sociedade dos anos 70 e 80. “Foram 30 anos fumando e 20 tentando parar. Teve vezes em que acordava meu marido quase meia-noite só para ele ir comprar cigarro. Ou então eu ia buscar com a minha mãe, que fumou até o fim da vida”, relembra. A decisão de parar veio com o tempo, gradualmente, com estratégias simples como evitar a compra. 

Em entrevista ao programa Pingo do J, Márcia Nomelini, chefe do Departamento de Saúde Bucal, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), explicou que o câncer de boca é um dos mais comuns relacionados ao tabagismo, sendo o quinto que mais atinge homens acima dos 40 anos. Entretanto, qualquer pessoa pode desenvolver a doença. “Feridas que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas e rouquidão persistente podem ser sinais de alerta”, explica. Ela reforça a importância das consultas regulares ao dentista, já que muitos casos são descobertos durante atendimentos de rotina. 

Dados apontam que o câncer bucal acomete mais de 15 mil pessoas por ano no Brasil e está entre os dez tipos mais frequentes no país. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são cerca de 10.900 casos entre o público masculino e 4.200 entre o feminino. O consumo excessivo de álcool e tabaco é a principal causa da doença, que também pode estar relacionada à má higiene bucal, à exposição prolongada ao sol e à infecção pelo vírus HPV, como mencionou Márcia, à Rádio JM. 

O cigarro também se associa a doenças como enfisema pulmonar, infarto, AVC e outras complicações. Segundo o oncologista Rafael Scandiuzzi, o tabagismo está diretamente ligado ao surgimento de tumores na língua, gengiva, céu da boca e garganta. “O cigarro contém uma mistura complexa de mais de sete mil substâncias químicas, muitas das quais são tóxicas e carcinogênicas. O seu funcionamento no organismo e o aumento do risco de câncer ocorrem por meio de vários mecanismos, como composição química, danos ao DNA, inflamação, imunossupressão, alterações na produção de hormônios, comprometimento vascular, entre outros”, revela. 

Além do câncer bucal, o uso do cigarro pode desencadear outros tipos de câncer. Para Sacandiuzzi, os principais são de pulmão, esôfago, bexiga, pâncreas, rins e colo do útero. “Eles representam apenas uma parte dos riscos associados ao tabagismo, que também pode contribuir para outras doenças graves”, destaca o especialista. 

Mais de 20 anos após largar o cigarro, Maria Ângela afirma sentir os benefícios: “Melhorei da ansiedade, durmo melhor e respiro com mais facilidade”. Sua experiência reforça as orientações de Márcia Nomelini, que destaca a importância dos hábitos de vida na prevenção e chama atenção para o diagnóstico precoce. “O grande perigo é que esse tipo de câncer costuma ser indolor no início, o que faz com que muitas pessoas confundam os sinais com simples aftas. Toda lesão branca ou avermelhada na boca que não some em até 15 dias precisa ser avaliada por um cirurgião-dentista”, finaliza.

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