Somente nos 12 primeiros dias de abril de 2023, foi registrado 92% da média mensal histórica de chuva para o mês em Uberaba. O alto volume pluviométrico, apesar de ser bastante utilizado na produção rural, prejudicou a relação de qualidade dos grãos e plantações na zona rural da cidade. As informações são do secretário de Agronegócio, Agnaldo Silva.
Em entrevista ao JM News 1ª Edição, nesta sexta-feira (14), Agnaldo Silva contou que não só a quantidade de água das nuvens foi prejudicial, mas também o nível de umidade, que atrapalha a colheita. “Nós tivemos uma perda significativa dado ao período longo de chuvas. Logicamente, as plantações não se desenvolveram como deveriam na qualidade dos grãos. E também tivemos o problema no ato da colheita, quando a umidade chegou em até 21% e contamos uma perda considerável”, revelou o secretário.
Essa situação pode ser verificada diretamente em hortifrutis, que já registram o aumento em alguns produtos sensíveis ao período chuvoso, como o pimentão. O Jornal da Manhã recebeu diversos relatos nas últimas semanas sobre a alta do preço de hortifrutigranjeiros nos estabelecimentos de Uberaba.
Porém, a chuva não é só um ponto de preocupação. Ao todo, na última safra, foi realizada uma colheita de quase dez toneladas de grãos por hectare, em uma perspectiva otimista e uma média “boa”, na avaliação do secretário.
Em alguns plantios, a alta quantidade de água pode ser aproveitada, e Agnaldo pondera que ter água em abundância é favorável, principalmente após um período de estiagem longo como em 2022. “A chuva é benéfica em todos os sentidos. Mesmo porque passamos alguns anos em estiagem, e esse ano teve esse período com muito chuva. A gente fica preocupado com algum tipo de praga para afetar as produções, mas hoje, com a tecnologia e o cuidado do produtor, isso é contornado com facilidade”, considera.