Há quem diga que os postos estão na lista dos grandes vilões e são responsáveis pela perturbação do sossego da população
Há quem diga que os postos de combustíveis estão na lista dos grandes vilões e são responsáveis pela perturbação do sossego. No entanto, para a maioria dos empresários do ramo, eles são tão vítimas quanto a população em geral.
Proprietária de três postos de combustíveis, Marcela Duarte Martins Brasil, conta que várias audiências com a GM, Departamento de Posturas e Polícia Militar já foram realizadas. No entanto, mesmo atendendo a todas as recomendações impostas, o problema segue praticamente sem solução. “A minha situação é muito difícil. O pessoal chega, estaciona no pátio ou nas ruas próximas ao posto e liga o som alto, bebem muito e até ameaçam os frentistas, caso eles tentem ligar para a polícia”, conta, concordando que tem sua parcela de responsabilidade, mas não tem a “habilidade” necessária para resolver o problema. “Alegam que a responsabilidade é minha, mas não tenho como colocar um frentista para discutir com bêbados. Já tomamos várias atitudes, como fechar a loja quando o tumulto aumenta. A nossa última empreitada foi cessar a venda de bebidas alcoólicas, após a meia-noite dos sábados. Não adiantou, pois os usuários passaram a trazer a bebida em caixas térmicas e carrocerias de carros”, revela.
Para Marcela, os proprietários dos postos acabam pagando e “ouvindo” pelo que não é de responsabilidade deles. “Eu não tenho culpa se um motoqueiro resolve dar aqueles tiros com o escapamento. Sinto-me vítima, sem dúvidas, pois o pessoal acha que não fazemos nada. Eu não gostaria de ter o público que tenho, pois por causa dessa situação, perdemos muitos clientes. No início, tínhamos uma população mais saudável, hoje não é assim, já que os interessados em vender drogas sempre estão lá procurando quem tem dinheiro”, relata, explicando que não pode simplesmente fechar as lojas de conveniência, já que seria multada pela rede de postos da qual faz parte.
Mesmo sabendo que a situação de revista dos frequentadores pode incomodar quem não tem culpa pelo problema de perturbação do sossego, Marcela se mostra à disposição para tentar resolver a situação. “Já deixei claro que não há problema em fechar os postos para fazer revistas em quem estiver lá. Estou à disposição para ajudar. Para mim, o segredo é as autoridades se fazerem presentes sempre, para que as pessoas percebam que eles não estão brincando”, encerra.