AMEAÇAS

Sindicato denuncia colégio de Uberaba por assédio e atrasos salariais: “situação inaceitável”

Relatos apontam intimidação, atrasos salariais e até ameaça de facção criminosa contra docentes; Sinpro e MPT acompanham o caso

Dandara Aveiro
Publicado em 17/10/2025 às 14:59
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O Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), Regional de Uberaba, emitiu uma nota pública de repúdio contra uma instituição de ensino particular da cidade, que já foi alvo de diversas denúncias encaminhadas ao Jornal da Manhã. O documento expressa indignação diante de novos relatos de atrasos salariais e práticas que, segundo o órgão, configuram desrespeito aos direitos trabalhistas e assédio moral a docentes. 

De acordo com o Sinpro, o colégio acumula diversas ações judiciais individuais e coletivas por descumprimento de obrigações trabalhistas, mas as irregularidades persistem. O sindicato afirma ter recebido novas denúncias de falta de pagamento de salários e intimidação de professores, classificando a situação como “inaceitável”. 

“O que torna o caso ainda mais revoltante é que os episódios ocorreram na própria semana em que se celebra o Dia dos Professores, momento que deveria ser de reconhecimento e valorização da categoria. Em vez disso, a direção da escola intimidou e ameaçou docentes que apenas reivindicavam o justo pagamento por seu trabalho, submetendo-os a situações de constrangimento, medo e desespero”, destaca trecho da nota. 

O sindicato informou que já acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho para apurar as responsabilidades civis, trabalhistas e éticas da instituição. “O Sinpro Minas reafirma que a exploração e o desrespeito não serão tolerados. Todas as medidas cabíveis já estão sendo adotadas, inclusive com o acionamento das autoridades competentes”, reforça o texto. 

A nota foi publicada após uma ex-professora, que preferiu não se identificar por medo de represálias, confirmar à reportagem que a situação permanece crítica, mesmo após as fiscalizações realizadas por órgãos públicos. Segundo ela, o descumprimento das obrigações trabalhistas continua, e os profissionais seguem enfrentando ameaças e intimidação. 

“A superintendência foi até o local e deu um prazo para resolver as irregularidades, mas nada foi cumprido. Já perdemos quatro professores só neste mês. As crianças ficam soltas e a escola parece abandonada. Quando fomos cobrar nossos salários, o marido da diretora chegou a dizer que chamaria uma facção criminosa contra a gente. É uma total falta de responsabilidade”, relatou a docente, que disse ter registrado boletim de ocorrência. 

As denúncias levaram à abertura de investigações pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pelo MPT, além do ajuizamento de ações trabalhistas pelo Sinpro. Posteriormente, o local chegou a ser interditado pelo Procon-MG diante das irregularidades constatadas.  

A reportagem entrou novamente em contato com a direção do colégio para esclarecimentos sobre as novas reclamações, mas não obteve retorno. O MPMG, o MPT e a Superintendência Regional de Ensino também foram procurados para atualizar o andamento das investigações, mas ainda não se manifestaram. O espaço segue aberto para posicionamento das partes.

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