Após a empresa romper contrato com a Prefeitura, determinou que os funcionários cumpram aviso prévio em casa, mas ainda não quitou o mês de setembro, alegando atraso por parte do município, o que é negado pela administração
Grupo de trabalhadores procurou o Jornal da Manhã para denunciar o atraso no pagamento e falta de acerto por parte da empresa (Foto/Rafaella Massa)
Trabalhadores da empresa terceirizada Alves Serviços se mobilizaram para denunciarem ao Jornal da Manhã a falta de retorno sobre o pagamento referente ao mês de setembro. Segundo os funcionários, a gerência da empresa não dá retorno sobre o depósito do salário e eles temem que o mesmo ocorra em relação ao pagamento da rescisão.
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À reportagem do JM, o grupo de funcionários relata que foi orientado a cumprir o aviso prévio em casa. O local de trabalho estaria fechado, segundo relato, impossibilitando que os trabalhadores batam ponto. “Não recebemos nenhum papel informando sobre a demissão e não deram baixa na nossa carteira. Apenas nos mandaram cumprir o aviso em casa. Estamos com medo de acabar dando como justa causa”, afirmam.
No entanto, o grupo de 11 pessoas conta que, além de não ocorrer o depósito da rescisão, sequer recebeu o salário referente ao mês de setembro, o que o estaria colocando em situação crítica quanto ao pagamento de contas. “Estamos fazendo vaquinha entre nossas famílias e amigos para pagar contas, porque não recebemos até hoje. Alguns de nós têm filhos pequenos, precisamos desse dinheiro”, relata uma das funcionárias.
Os trabalhadores contam ainda que entraram em contato com a Superintendência de Transporte Coletivo e foram informados que o repasse feito pela Prefeitura de Uberaba está em dia. No entanto, a nota referente a setembro estaria bloqueada devido a problemas na Justiça.
A reportagem do JM entrou em contato com o dono da empresa, Rogério Alves, em busca de posicionamento sobre os fatos relatados. Segundo o responsável pela Alves Serviços, a empresa aguarda os repasses da Prefeitura de Uberaba referentes ao mês de setembro e 11 dias de serviço prestado em outubro.
Rogério confirma que os trabalhadores foram orientados a cumprirem o aviso prévio, que será indenizado, em casa. “Estou esperando a prefeitura fazer os repasses para a gente. Nós rescindimos e eu coloquei todos de aviso em casa. Era para ficar trabalhando, mas eu coloquei todos para cumprir aviso em casa. Agora vão emitir as notas fiscais para pagar o pessoal”, afirma.
O homem nega que exista algum problema na Justiça e que o pagamento referente a setembro tenha sido feito. “É para eu mandar um contrato que está aqui comigo, eu acabei de assinar, mandar esse documento assinado para liberar meu pagamento. Inclusive, teve reunião aí ontem [segunda-feira, 14] e pelo que eu sei não tem nada na Justiça”, pontua.
O empresário ainda aponta que não pretende esperar os 30 dias previstos por lei para realizar o pagamento, que deverá ser feito assim que a verba estiver disponível, conforme alega. Rogério também conta que a desistência do contrato se deve ao fato de encontrar complicações junto aos funcionários. “O pessoal aí é muito difícil de lidar”, alega.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Uberaba em busca de posicionamento sobre as situações relatadas. Em nota, a Secretaria de Defesa Social confirma que se reuniu com a empresa na segunda-feira (14). “Quanto ao pagamento, não há que se falar em atraso, pois é depositado dentro do prazo previsto em contrato. Além disso, a Pasta informa que não há nenhum bloqueio de valores por parte da Prefeitura e que o interesse do município é garantir o melhor procedimento do caso”, afirma.