CTA em Uberaba (Foto/Arquivo JM)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que mais de 1 milhão de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) aconteçam por dia no mundo. Entre os casos, a sífilis aparece com força e, ao contrário do que muitos pensam, a doença não está erradicada. Em Uberaba, inclusive, a doença está em aumento expressivo, de acordo com os registros do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
A Referência Técnica do CTA, Karina Nogueira, em entrevista à Rádio JM, expôs os números de diagnósticos feitos pela unidade. Em 2022, foram mais de 200 registros de sífilis. Mas, somente até o dia 16 de fevereiro, já são 53 pessoas infectadas que passaram pelo CTA. Uma tendência de crescimento preocupante.
“Existe e existe muito [caso de sífilis]. O tratamento é com o benzetacil, relativamente fácil, mas ainda ocorrem registros. A tendência, inclusive, é de aumento. Já são 53 casos em 2023, apenas até esse dia de fevereiro”, informou Karina.
No Centro são desenvolvidas atividades de orientação e prevenção a todos os tipos de ISTs. A procura maior, naturalmente, é de registros de Aids/HIV. São cerca de 1.200 pessoas acompanhadas pela unidade com a doença, e o perfil é, majoritariamente, de mulheres héteros casadas.
“Uberaba contraria as estatísticas do resto do país. Aqui o maior número de contaminações são de mulheres casadas. No CTA temos sistemas que todas as pessoas são registradas, e tem essa discussão com o usuário sobre quais são as melhores formas de prevenção. A maior parte dos usuários se identificaram como mulheres, heterossexuais, em uma relação de casamento ou união estável”, revelou a RT.
Ela avalia que o panorama é resultado da confiança criada em um relacionamento duradouro. Muitas vezes, a mulher ou o homem não sabem que são soropositivos e, por causa do casamento, abrem mão do uso de preservativo.
Ao contrário do caso de jovens, que fazem parte da faixa etária mais ativa sexualmente. Há um desinteresse no uso de preservativos, barreiras físicas importantes na prevenção das ISTs. “No geral, não só jovens, população que tem vida sexual mais ativa. Mas, de uma forma geral, temos tido aumento em idosos e adolescentes, por falta do uso de preservativo. Porém, a contaminação continua maior entre jovens”, finaliza Karina.