AGRO EM DIA

ExpoZebu 2023: Vacas que valem milhões, mini boi e recorde de estrangeiros

François Ramos e Leilane Vieto
Daniela Miranda
Publicado em 04/05/2023 às 16:33Atualizado em 04/05/2023 às 18:57
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A temporada de leilões chancelados pela 88ª ExpoZebu está sendo considerada um sucesso pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Um total de vendas dos leilões alcançou R$ 98.978.234,00 desde o início da feira, com cerca de 25 remates. Os números são positivos e destacam a qualidade dos lotes ofertados. Outros 10 leilões ainda serão realizados até domingo (07).

No mesmo período do ano passado, o faturamento total era de pouco mais de R$ 70 milhões. Até o momento, o destaque fica por conta do remate da vaca Strela FIV do Mura, que teve 50% de sua propriedade vendida por R$ 2.569.500,00, no dia 30 de abril.

Strela FIV do Mura (Foto/Divulgação)

Strela FIV do Mura (Foto/Divulgação)

 Boi anão?
O boi da raça punganur está fazendo sucesso na ExpoZebu. A raça que veio da Índia e chama a atenção por seu porte físico, possui formato de cabeça e rusticidade parecidas com outras raças zebuínas, mas apresenta grande diferença de altura. Mesmo depois de adulto, normalmente, não passa de um metro. É considerado um mininelore.

O boi da raça punganur está fazendo sucesso na ExpoZebu (Foto/Daniela Miranda)

O boi da raça punganur está fazendo sucesso na ExpoZebu (Foto/Daniela Miranda)


Recorde Nelore Pintado
A Estrela FIV V3 tornou-se a vaca com maior valorização da história do Nelore Pintado após ter 50% de sua propriedade vendidos por R$ 1.050.000 milhão em um dos principais remates do país, o leilão Elo de Raça, realizado durante a Expozebu em Uberaba (MG). Com esse feito, a matriz e doadora do criatório Nelore Pintado OT de Angelo Mario de Souza Prata Tibery atingiu o impressionante valor de R$ 2,1 milhões de reais. 

Estrela FIV V3 (Foto/Divulgação)

Estrela FIV V3 (Foto/Divulgação)

¡Hola! ¿Qué tal?
A 88ª ExpoZebu registrou um aumento significativo no número de visitantes estrangeiros, com um total de 616 pessoas de 30 países, o que representa um recorde para o evento. Essa é uma ótima notícia para a ABCZ, já que a presença de compradores internacionais é fundamental para o sucesso da feira. Essa grande participação estrangeira demonstra a crescente importância do setor zebuíno brasileiro no mercado mundial, bem como a qualidade dos animais e da genética apresentados na feira. A presença de tantos visitantes de fora do Brasil pode ajudar a impulsionar ainda mais as exportações de animais de qualidade para outros países, além de fortalecer a imagem do Brasil como um importante player no mercado internacional de bovinos.

Exportação
O Brasil está se preparando para exportar uma quantidade recorde de 310 touros da raça uzerá para o Senegal, em uma negociação histórica que visa o melhoramento genético do rebanho senegalês. Com o objetivo de garantir a segurança sanitária dos animais, eles estão passando por um rigoroso protocolo de quarentena em uma fazenda no interior de São Paulo.

O transporte dos touros está programado para acontecer no início de maio, em um único voo de carga que partirá do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), em direção ao país africano. A iniciativa partiu dos próprios senegaleses, que estão interessados em incorporar a genética zebuína brasileira em seu rebanho, após meses de negociações com a GBC Internacional, empresa especializada em exportação de gado em pé e logística.

Agrishow
Uma tragédia abalou a Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, na tarde desta quarta-feira (03). Um helicóptero que se dirigia para o evento caiu em uma fazenda em São Carlos (SP), matando o piloto e o copiloto. As vítimas foram arremessadas para fora da aeronave e atingidas pelo combustível que vazou, tendo seus corpos carbonizados. O acidente é uma triste lembrança de que a segurança em voos ainda é um desafio que precisa ser enfrentado, especialmente em eventos de grande porte como a Agrishow.

Falando em Agrishow
A polêmica política tomou conta da 28ª edição da Agrishow, que começou nesta segunda-feira (1/5). A controvérsia começou com a confirmação da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro dia do evento, seguida pela solicitação para que o ministro da Agricultura e Pecuária do atual governo alterasse sua ida à feira. Essa situação levou Carlos Fávaro a desistir de comparecer, o que o fez sentir desconvidado. Como resultado, a tradicional cerimônia de abertura, que normalmente anuncia anúncios relevantes para o setor por parte do governo federal, foi cancelada devido à grande repercussão da polêmica. Se Fávaro tivesse comparecido, teria anunciado a liberação de R$ 400 milhões como complemento aos recursos já esgotados do Plano Safra de 2022. A situação destaca o quão controversa pode ser a participação política em eventos do setor, levando a organização a tomar medidas drásticas.

Ascensão  
O mercado de biopesticidas no Brasil está em ascensão e deve encerrar a safra 2022/23 com um crescimento de cerca de 70% em comparação com o ano anterior, atingindo um valor de R$ 5,6 bilhões. De acordo com a CropLife Brasil, esse avanço é sustentado pela adoção em larga escala dos bioinsumos por produtores de culturas como soja, milho, cana e algodão, um movimento que não é visto em outras nações. A pesquisa divulgada pela associação mostra que o mercado de bioinsumos triplicou no Brasil em 2021/22 em relação ao ciclo anterior. É uma tendência importante e positiva para o setor agrícola brasileiro, que está se movendo em direção a práticas mais sustentáveis e amigáveis com o meio ambiente.

Importante
A irrigação é uma técnica essencial para a agricultura e, consequentemente, para garantir a segurança alimentar global. De acordo com a FAO, mais de 40% dos alimentos produzidos no mundo vêm de áreas irrigadas, o que destaca a importância dessa prática. O Brasil é o sexto país com maior área irrigada, com 8,2 milhões de hectares, e o Atlas da Irrigação prevê que até 2040 esse número pode aumentar em 4,2 milhões de hectares.

A irrigação é especialmente importante em regiões com baixa pluviosidade, pois pode aumentar a produtividade em até duas ou três vezes em relação à agricultura de sequeiro, além de reduzir o custo unitário de produção e permitir a utilização do solo durante todo o ano com até três safras. Isso resulta em uma maior oferta e regularidade de alimentos e outros produtos agrícolas, o que é essencial para garantir a segurança alimentar da população.

Café
O mercado futuro do café arábica está em queda nesta quinta-feira (4), na Bolsa de Nova York (ICE Future US). A desvalorização dos principais contratos acontece em meio à preocupação com a demanda internacional após os dados de juros dos Estados Unidos. O mercado tem demonstrado incerteza em relação ao futuro do setor, o que pode impactar a produção e o preço do café. O momento é de cautela para os investidores do mercado de commodities, que buscam minimizar os riscos de prejuízos financeiros.

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