(Foto/Arquivo JM)
A indefinição sobre a candidatura de Anderson Adauto a prefeito este ano está causando um sério impasse na federação do PV, PT e PcdoB. O ex-prefeito continua filiado ao PCdoB e tenta reverter uma condenação judicial que o tornou inelegível até 2026. Essa reversão, no entanto, não é tão simples. Por outro lado, o tempo está correndo. Daqui até as eleições de outubro falta pouco mais de oito meses.
Nesta segunda-feira, o presidente do PV em Uberaba, Glauber Fachineli, esteve na Rádio JM e revelou que a federação está inerte, enquanto aguarda essa definição de Anderson.
OPÇÃO ÚNICA
Ainda de acordo com Glauber, essa indefinição pode prejudicar muito a federação dos três partidos. Caso a candidatura de Anderson não se viabilize, os três partidos poderão ficar mais quatro anos sem cadeira na Câmara municipal, pois correm o risco de não dar tempo de formatar a chapa de candidatos. E mais: a indefinição afasta da federação alguns bons nomes que poderiam ter sucesso nas urnas. Esses vão acabar migrando para outros partidos, por segurança.
SEM CONSTRANGIMENTO
Por outro lado, em recente entrevista à Rádio JM, o ex-prefeito Anderson Adauto defendeu abertamente a mudança no comando do PV em Uberaba, alegando que não há afinidade ideológica com os outros dois partidos federados. Por sua vez, Glauber diz não ter o menor constrangimento se tiver de deixar o comando do PV em Uberaba. Mas, argumenta que sua relação com a executiva do partido em nível nacional, assim como estadual, é muito boa. Estão plenamente afinados. “Porém, quando não me couber no Partido Verde, não terei a menor dificuldade em deixar a sigla” – afirmou Glauber.
FORA DA MIRA
Dos atuais detentores de mandato legislativo na cidade, nenhum está na mira do Partido Verde para engrossar suas fileiras.
SINAL DE ALERTA
Expert em parcerias público-privadas, as famosas PPPs, Glauber Fachineli também analisa que falta gestão do contrato para fazer funcionar a coleta regional do lixo. Tendo participado da modelagem dessa PPP do Lixo, no governo passado, Glauber contou que o projeto foi feito pelo governo federal em conjunto com a Caixa, para o Convale ser o pioneiro no país. Na prática, porém, o que se está vendo é o consórcio patinando para a implantação do projeto há dois anos, enquanto em outras regiões do Brasil a gestão do lixo vem deslanchando com sucesso.
DIAGNÓSTICO
A propósito, em 2019 a agência alemã de cooperação para o desenvolvimento sustentável GIZ, que participou da modelagem da PPP do Lixo, apresentou um diagnóstico ao Convale para a estruturação do projeto regional. No projeto constam capacitação técnica do pessoal responsável pela operacionalização nos municípios, ressaltando que a gestão do contrato é fundamental. Mas esse diagnóstico, pelo visto, não avançou para o campo prático.
OUTRAS ÁREAS
Glauber Fachineli não tem dúvida que as parcerias público-privadas são a solução para os municípios viabilizarem seus projetos de desenvolvimento. Além de agilidade, conferem uma economia substancial aos cofres públicos. Ele cita, inclusive, que várias cidades brasileiras estão adotando esse modelo para construção e gestão de escolas, unidades de saúde, tratamento de esgoto etc. Em Uberaba essa modalidade ainda não emplacou, embora Glauber avalie que a captação de água no Rio Grande poderia ser feita através de PPP. Sairia mais barato do que financiamento bancário, porque o município não teria de pagar juros bancários nem correções. A Codau poderia oferecer a gestão do esgoto por 25 anos para a iniciativa privada, em troca da implantação do sistema de captação no Rio Grande, segundo Glauber.
E A ENERGIA?
Pelo menos dois projetos passados pelo governo Paulo Piau à prefeita Elisa envolvendo PPP não foram adiante. Glauber Fachineli lamentou que até hoje a PPP da energia fotovoltaica não tenha se concretizado, assim como a PPP do Projeto Intervales. No caso específico da energia, o governo passado chegou a emitir ordem de serviço para a vencedora da concessão, que seria responsável pela construção de três usinas em Uberaba, a custo zero para os cofres públicos. No entanto, na mudança de governo o contrato foi submetido a revisão, e ainda não deslanchou. Se desde aquela época já estivesse funcionando, o município teria economizado mais de 17,5 milhões de reais com a energia fotovoltaica, segundo Glauber. Ou seja, deixaria de gastar esse montante com pagamento de contas de Cemig, tanto da Prefeitura (e suas escolas, postos de saúde etc) quanto parte da Codau. Nesse item específico, o valor que a Codau teria economizado poderia servir para baratear a tarifa de água para o consumidor. O que ficou pra trás está perdido, mas ainda dá tempo de viabilizar essa PPP – ressaltou Glauber, lembrando que o valor economizado pode ser investido em áreas prioritárias, como saúde, por exemplo.
REFLEXÃO
Anúncio de construção de ilhas centrais na avenida Santos Dumont tem gerado críticas da população, desde que foi feito. Quando as ilhas foram retiradas, a explicação foi a necessidade de dar mais fluidez ao trânsito. No entanto, as conversões irregulares de motoristas que não respeitam a faixa contínua estão levando a Prefeitura a reconstruir as ilhas. Essa solução enfrenta a resistência daqueles que acreditam que as ilhas passarão a falsa sensação de segurança aos pedestres que nelas vierem a aguardar oportunidade para atravessar a avenida. O risco de acidentes envolvendo quem estiver nas ilhas é grande. Talvez fosse mais interessante instalar videomonitoramento nos trechos onde ocorrem os maiores abusos dos motoristas e multar os infratores. Certamente ficaria mais barato para os cofres públicos do que construir as ilhas.
INOVAÇÃO
Representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento estará em Uberaba no dia 26 para divulgar os editais do programa Compete Minas, com recursos da Fapemig. Encontro será no Moon Hub, Centro de Inovação do Parque Tecnológico.