ALTERNATIVA

A pressa é inimiga da perfeição

Agrônomo Hugo Prata criticou o fato do prefeito ter plantado árvores em 2007 durante a seca...

Lídia Prata
Lídia Prata
lidiaprata@jmonline.com.br
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:10
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"No ano passado, ele [o prefeito Anderson Adauto] estava animado e forçou a barra. Plantou na seca. Não deveria. Deveria ter esperado." A análise é do agrônomo Hugo Prata e cai quase como uma bomba num momento já muito conturbado para o chefe do Executivo. O testemunho do profissional foi dado ontem na TV Integração, durante o MGTV – 1ª edição. Ele se referia às mudas de árvores plantadas por toda a cidade pela Prefeitura, que muito foi assunto de noticiários ano passado a partir de reclamações da população dando conta de que várias não vingavam, bem como suspeitas envolvendo o plantio. A afirmação de Prata é muito séria, haja vista que ele aponta para um ato precipitado do prefeito, contraditório a orientações técnicas especializadas, com custos para o contribuinte e num ano pré-eleitoral, lembrando que a arborização foi promessa da campanha anterior. Quando AA elegeu-se prefeito pela primeira vez, tinha como uma das propostas do plano de governo o plantio de 1 milhão de mudas. Como são muito atentos e atuantes os promotores do Patrimônio Público e do Meio Ambiente, José Carlos Fernandes e Carlos Valera, respectivamente, já tem muita gente apostando que vêm questionamentos por aí.

Cuidado

Chama a atenção também que Hugo Prata foi bem mais comedido no finzinho do ano passado (pré-eleitoral) ao tratar da questão. Após vários protestos de moradores do bairro Santa Maria contra o descuido com as mudas plantadas na avenida Santa Beatriz, que estariam "secas e com as folhas furadas e manchadas, nitidamente doentes", o JM produziu matéria sobre o assunto. A notícia "Vandalismo prejudica plantio de árvores" foi publicada dia 9 de dezembro, depois de levar ao local especialistas, entre eles Hugo Prata, contratado da Prefeitura para acompanhar o programa. À época ele explicou que, sob a análise do leigo, algumas plantas realmente pareciam mortas, no entanto, era possível observar o nascimento dos primeiros brotos. Já quanto às espécies com folhas furadas ou queimadas, apontou para resultado das chuvas fortes. Apenas ponderou que o plantio foi iniciado ainda no período de estiagem, o que causou impacto às plantas, um estresse, mas que com as primeiras chuvas seria possível vê-las recuperar o vigor. Na época tratou a situação como "um processo natural" e disse que estava preparando um sistema para garantir o bem-estar das mudas.

Trégua

Para alegria geral dos políticos, o promotor curador do Patrimônio Público, José Carlos Fernandes, vai ficar 40 dias fora de circuito, longe de processos, inquéritos, enfim. Mas até o início das férias ainda vão 30 dias e muita coisa pode acontecer até 18 de dezembro.

2009

Ai, meu Deus, só reajustes – aumento de escola, aumento de material. aumento, aumento, aumento.Todo fim/início de ano é aquela coisa triste, mas esperada: impostos, de todos os tipos. Mas este ano o período chega ainda mais lamentável. As escolas já anunciam de 10 a 15% de acréscimo. Nos supermercados, as maquininhas há tempos desaparecidas voltam com força total, para curiosidade da molecada, já que é um apetrecho praticamente desconhecido da maioria. É sempre assim... o povo paga a conta das crises que não gerou, mesmo quando o presidente da Nação, por oportunismo político, em momento de eleição, tenta criar clima de tranquilidade que nunca existiu desde o aceno do estrangulamento econômico americano.

Metas

Confesso que ainda não tenho opinião 100% formada, mas o primeiro impacto foi pesado. Estacionava meu carro dia destes num lugar qualquer do centro da cidade e uma mocinha desesperada veio ao meu encontro com um bloquinho na mão. Era uma garota do Probem, da Área Azul. Eu já tinha o formulário. Foi meio punk ver a guardinha implorar para eu comprar, para ajudá-la – este foi o argumento ao perceber que eu não consumiria. Foi quando soube que a eles são impostas cotas. O castigo para quem não alcança é o não-encaminhamento para trabalho aprendiz a empresas, o sonho certamente de dez em cada dez meninos e meninas que entram no programa. A dúvida está justamente aí. Sim, por um lado é preciso que estes nossos adolescentes aprendam que em uma carreira de sucesso, qualquer que seja, existem metas a serem perseguidas e cumpridas, que a competitividade é uma marca forte do mundo globalizado, que o mercado não aceita incompetentes, etc. Por outro, metas não podem ser buscadas sob pressão ou a qualquer custo, devem ser estímulos e não desespero, e, se alcançadas, que sejam fruto de planejamento, de seriedade, de competência e com respeito aos "concorrentes". Penso que estes adolescentes devem ser educados para o mercado de trabalho. Estão na fase de formação em que qualquer conceito mal-adquirido pode ser danoso para toda uma vida.

Pura vaidade

Não sei até que ponto a interferência de presidentes de partidos tem realmente peso na disputa interna pelo comando do Legislativo. Em alguns casos, certamente, pode até atrapalhar, principalmente quando se trata de partidos de uma mesma base prontos para se digladiarem, para medir forças. Se tem alguém que realmente pode interferir, porque tem poder de barganha, bala na agulha, é o chefe do Executivo, seja ele quem for. Para todo o resto fica apenas a vaidade. Na atual situação, parece que o prefeito Anderson Adauto já percebeu os desencontros e os riscos. Tanto que, segundo soube, vai se reunir, separadamente, com cada presidente de partido da sua base aliada para tratar a questão. Aí sim, que cada presidente busque ser o mais convincente possível.

Por quê?

O prefeito Anderson Adauto insiste em considerar opositores como inimigos. Ele diz ter muitos deles e já teria decifrado o motivo. "Tenho muitos inimigos porque faço as coisas andarem", diz. Está seguro disto, prefeito?

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