À beira do abismo
Demorou, mas finalmente o prefeito Paulo Piau decidiu intervir na gestão das Unidades de Pronto-Atendimento, geridas pela Pró-Saúde. Anúncio foi feito na manhã de ontem e divulgado em primeira mão pela Rádio JM FM 95.5. Na véspera, essa coluna noticiou com exclusividade a visita-surpresa do prefeito e secretário de Saúde, Iraci Neto, às duas UPAs. Piau viu e ouviu os pacientes e, nas redes sociais, não quis comentar o assunto. Mas agora está claro que a visita foi a gota d'água para a decisão que tomou. Como o perfil do prefeito não inclui o hábito de tomar decisões precipitadas, ouso dizer que a Pró-Saúde está com os dias contados em Uberaba...
Raio-X
A intervenção decretada na Pró-Saúde vai durar 90 dias, período este em que a Prefeitura pretende fazer um diagnóstico da situação financeira, quadro de pessoal, números de atendimento e estoque, entre outros itens. Dependendo dos resultados dessa “auditoria”, o município poderá rescindir o contrato com a OS.
Plano B
Na véspera do feriadão, prefeito Paulo Piau foi bastante ousado em anunciar medida extrema de intervir na gestão das UPAs pela Pró-Saúde. Os problemas com essa organização social se arrastam há meses e um anúncio desses, perto do feriado, poderia provocar uma reação drástica da Pró-Saúde, como, por exemplo, a paralisação imediata dos serviços prestados ao município. E aí, de uma hora para outra, como a Prefeitura iria colocar profissionais nas UPAs para atender à população? Qual esquema de emergência a PMU adotaria numa situação dessas?
Decisão urgente – A intervenção na Pró-Saúde põe em xeque a gestão do Hospital Regional, já prestes a abrir suas portas. Se o contrato for de fato rescindido pelo município, dará tempo de abrir novo processo de licitação para contratação de outra OS? Afinal, o prefeito já disse várias vezes que não abre mão da gestão compartilhada do Hospital Regional.
Queda livre – Cisão na composição societária da Pró-Saúde tem sido apontada como responsável pela queda vertiginosa da qualidade dos serviços prestados em Uberaba. Atrasos constantes no pagamento a fornecedores e parceiros (inclusive levando os médicos a greve, recentemente), falta de medicamentos e outros tantos problemas.
Sinal de alerta
Conselheiro de Saúde, Jurandir Ferreira, crítico ferrenho da contratação da Pró-Saúde desde os tempos de licitação, se disse “contente” com a intervenção decretada pelo município. Jurandir argumenta que agora “temos um secretário comprometido e presente nas ações de saúde e com coragem para tomar as decisões necessárias”. E, por essa razão, ele defende que Uberaba não troque seis por meia dúzia, ou seja, trocando uma OS por outra. “Há outras formas de gestão compartilhada que não seja via contratação de organizações sociais, que têm demonstrado total incompetência para gerir e que somente nos trazem preocupações com passivos trabalhistas, etc.”
Gestão
No fim da tarde, eram ruidosos os comentários de que a Prefeitura acelerou as tratativas com a Uniube e UFTM, visando à gestão das Unidades de Pronto-Atendimento.
Faturando
Tão logo anunciada a intervenção na gestão das UPAs pela Pró-Saúde, alguns vereadores dispararam posts nas redes sociais comemorando a decisão do prefeito Paulo Piau.
Tutu
Ex-prefeito Anderson Adauto foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado ao pagamento de multa no valor de R$8 mil em razão de irregularidades que ele teria praticado no exercício do mandato, como prestação de contas apresentada fora do prazo, e notas fiscais de hospedagem para outra pessoa no montante de R$3.625,78, além de gastos com alimentação e táxi considerados “afrontosos aos princípios da razoabilidade e moralidade”. Embora a decisão tenha sido tomada em 15 de dezembro do ano passado, só foi publicada este mês.
Vergonha!!!
A divulgação dos vídeos com trechos da delação premiada de Marcelo Odebrecht e vários ex-executivos do Grupo Odebrecht dissipa toda e qualquer dúvida que ainda poderia existir sobre o “assalto” praticado pelo ex-presidente Lula e seus cupinchas aos cofres públicos. A desfaçatez era tamanha que havia até mesada paga pela Odebrecht ao irmão de Lula, um “comunista” de carteirinha (ou será de araque?). Não há mais o que discutir sobre a reforma do sítio em Atibaia, bancada pela Odebrecht, nem sobre a dinheirama saqueada pela verdadeira “quadrilha” que se instalou no poder, nem sobre o favorecimento a empresas em prejuízo do patrimônio público. Uma vergonha! Quanto mais informações vêm a público, mais injuriados ficamos todos nós, brasileiros.