ALTERNATIVA

Abusos estão generalizados

Fique de olho: preço para pagamento à vista em moeda ou cartão deve ser o mesmo

Lídia Prata
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:43
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Gê Alves – redatora interina gealves13@gmail.com     Não são só os políticos que testam nossos nervos, não. Os abusos estão generalizados, por todos os lados. Uma rede de postos de combustíveis em Uberaba (e isto tem acontecido também em outros segmentos do comércio) se recusa a praticar o preço à vista para pagamentos com cartões. A gasolina para ser paga em moeda (dinheiro vivo) está R$ 2,35 e sobe em R$ 0,20 o litro (R$ 2,55) se o pagamento não for em cash. São muitas as opções de comércio. Sugiro ao leitor que não aceite. Se não quer acionar o Procon, como deveria, que busque outra loja. Reclamar, mas pagar, não vai colaborar em nada para o respeito ao cliente. Consultei a professora universitária, advogada especialista em Direito do Consumidor, Eclair Gonçalves Gomes, e ela me confirmou que se os estabelecimentos trabalham com cartões são obrigados a receber no mesmo valor do pagamento em dinheiro vivo, porque se trata de modalidade de pagamento à vista. A situação só pode ser diferente em caso de parcelamento. Ela admite que muitos comerciantes ainda são muito reticentes diante da concepção da chamada moeda de plástico, uma grande tendência do mundo moderno. Sua dica é recorrer ao Procon.   Se a moda pega... Existem coisas realmente difíceis de compreender. Parece que estão querendo repassar à população, à sociedade, as obrigações com relação a algumas questões da saúde em Uberaba. Duas situações esta semana noticiadas lá pelos lados da Câmara demonstram claramente isto. Primeiro foi a proposta absurda para que promotores de eventos da cidade sejam obrigados a fazer valer a meia-entrada para os doadores de sangue quando de realizações em espaços públicos ou da Administração Direta e Indireta. A coisa funciona como empresa, tem custos, envolve contratações de pessoas, locais, equipamentos, pagamento de Ecad em alguns casos, impostos municipais e por aí vai. Quem vai pagar a conta? E se a moda pega, o artesão que expõe e vende de vez em quando no Centro Administrativo, os feirantes, os expositores da Feirarte, os concessionários do Mercadão e, assim por diante, vão ter que vender produtos a meio valor para consumidores doadores? Afinal, também visam lucro e utilizam o espaço coletivo. Isto não tem a menor lógica. A causa é justa, mas não é por aí que se estimula a doação de sangue, que, aliás, deve ser encarada muito mais como um gesto de grandeza, de solidariedade, de humanidade que de troca, que de interesse em levar vantagem. Cidadania não tem preço. E se a Câmara quer que tenha, que proponha a permuta, então, via impostos, taxas, tarifas do serviço público municipal, que é bancado pela população.   Vai resolver? A segunda questão, esta mais lógica, prevê a instituição do Programa Municipal de Arrecadação e Distribuição de Medicamentos e afins, sendo que quem quiser colaborar (em troca de nenhum benefício material) deverá levar os donativos a local específico. Interessante a proposta, mas evidentemente implica em custos ao Executivo (pessoal e estrutura para recebimento dos produtos, separação, etiqueta, distribuição, etc.), que pode ou não acatá-la. Por outro lado, estamos vivenciando uma enxurrada de pessoas pobres, doentes, que não têm conseguido o direito a medicamentos de uso contínuo e acabam tendo que buscar socorro na Justiça, mendigando nos tribunais o direito de querer viver. O que se espera de um parlamentar é que ele cobre do Poder Público, em nome do povo, o direito do povo. Reforço que, para mim, a ideia não é ruim, mas não a ideal no quadro que está desenhado hoje. Fica a impressão de que se busca um paliativo, enquanto deveria, sim, ser buscada uma solução definitiva e justa para a situação, que é grave. Fica a sensação de que a Câmara admite a carência, mas lava as mãos, como Pilatos, e brinca de fazer a sua parte, numa questão séria que diz respeito à vida.   Tô nem aí. Do jeito que anda a política, não duvido muito que boa parte dos políticos Brasil afora – e Uberaba não foge à regra – tenha delirado com a frase do deputadoSérgio Moraes (PTB-RS), então relator do Conselho de Ética:“Estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Nós nos reelegemos mesmo assim”. O sujeito é tão sem noção que conseguiu “pedir desculpa”, mas alegando que não retiraria a frase. Vai ver não sabe o que é iss pedir desculpas. E também não ia fazer a menor diferença, porque seria de boca para fora. A imprensa faz a parte dela. A população que faça a sua, que decida democraticamente o que quer. Informação séria não é campanha contra A ou B, nem a favor, como querem fazer acreditar alguns. Em temp um irado com a imprensa em Uberaba ontem era o vereador Cléber Ramos, o “Cabeludo”.   Susto. Trabalhadores da Prefeitura que fizeram empréstimos consignados, aqueles em que as parcelas são descontadas diretamente no salário, levaram um susto. Foram surpreendidos com carta-cobrança da instituição financeira. No entanto, os devidos valores foram descontados nas remunerações. Ou seja, a Prefeitura descontou do trabalhador, mas não repassou ao banco dentro da data acordada em contrato.   Efeito. Saída do secretário municipal João Franco do PR começa a dar os primeiros acenos do que promete se transformar num verdadeiro efeito dominó. Consta que Franco e o presidente do PR, Antônio Oliveira, também integrante do Governo Municipal, o alvo maior do descontentamento na legenda, não se falam há dias. Quem deve colocar “as barbas de molho” é o deputado Aelton Freitas, para quem podem sobrar os maiores prejuízos desse desarranjo todo.

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