ALTERNATIVA

Adeus, "Betinha"!

Lídia Prata
Lídia Prata
lidiaprata@jmonline.com.br
Publicado em 08/09/2022 às 18:36Atualizado em 18/12/2022 às 14:34
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A morte da Rainha Elizabeth II marcou a quinta-feira e comoveu milhões de pessoas ao redor do mundo. Li várias matérias sobre a monarca, mas ninguém melhor do que Bruno Astuto retratou a trajetória da mais longeva rainha da história: “Elizabeth II herdou em 1952 do pai um país que tentava ressurgir das cinzas, traumatizado pela Segunda Guerra Mundial, embora tenha saído vitorioso do conflito. O império de 700 milhões de súditos reduziu-se a um reino de 50 milhões de almas, apenas 13 anos depois de sua ascensão. A rainha acompanhou a TV rudimentar evoluir para o Tik Tok, e o telefone que demorava a dar linha para o WhatsApp. Viu as mulheres saírem da condição de ´rainhas do lar´ para reivindicar o direito de decidirem sobre suas vidas e assumirem postos de trabalho. Testemunhou a revolução sexual, o casamento gay, a explosão do rock e da cultura pop, e a clonagem da ovelha Dolly. Sobreviveu a Hitler, a Bin laden, aos atentados do IRA, ao Brexit, à Covid e a Putin. Balançou, sem cair, ante a crise financeira do final dos anos 1970 (“Deus salve a Rainha/ela não é um ser humano”, cantavam os Sex Pistols), ao divórcio dos três filhos, à morte de Diana e, mais recentemente, ao escândalo sexual de seu filho preferido, Andrew, e às acusações de racismo da mulher do neto Harry. Tudo isso formou o Zeitgeist da Segunda Era Elizabetana, que ela atravessou seguindo o silêncio regimentar que impôs a si mesma. Ninguém soube o que pensava realmente; a rainha não dava entrevistas, não emitia opiniões nas redes sociais nem fora delas. Para ela, alegrias e tristezas deveriam ser tratadas de forma privada e inescrutável, uma herança de sua educação vitoriana e dos anos de guerra, em que as pessoas eram convidadas a suportar suas perdas com estoicismo. Ainda assim, na era da opinião e da lavração, continuou a ser uma quase unanimidade, o que é quase inexplicável em tempos de democracia representativa direta. Ao longo desses 70 anos, mostrou-se uma trabalhadora incansável, uma funcionária pública exemplar, que participou de mais de 21 mil compromissos e que, pouco antes de sua morte, amadrinhava mais de 500 organizações sociais. Sua última aparição foi recebendo seu 15º primeiro-ministro, ou melhor, sua 3ª primeira-ministra. Até o último minuto, serviu ao seu país”.

“Betinha”, como nós a chamávamos em casa, parecia uma vovozinha com suas roupas e chapéus coloridos, sempre no mesmo tom, e seu indefectível broche de diamantes. Foi, seguramente, a mais amada, reverenciada e popular rainha do mundo contemporâneo. Quando foi anunciada sua morte no meio da tarde desta quinta-feira, fechou-se um ciclo, virando uma página também na nossa própria história.

RAINHA ESTÁ MORTA. VIVA O REI!

O que será do Reino Unido a partir da ascensão de Charles a Rei? Aos 73 anos de idade, desprovido da simpatia da mãe, Charles foi uma espécie de príncipe “profissional”. Aguardou, pacientemente, sua vez de assumir o trono, razão pela qual poderia seguramente entrar para o Guiness Book. De Elizabeth ele certamente herdou (ou foi aconselhado a parecer que sim) a discrição. Quando a linda e carismática Daiana jogou toda a farofa do seu casamento no ventilador, Charles se manteve em silêncio e aguentou toda a execração pública pela traição com a feiosa Camila. Tanto fez (sem alardes) que, já na sua fase outonal, acabou se casando com o grande amor da sua vida e levando para a realeza a odiada Camila. Pelo menos este traço da sua personalidade ficou evidenciado nesse episódi ele sabe o que quer. É um homem determinado.

Que venha o Reinado de Charles!

MANIFESTAÇÕES

Ministro Marcos Montes se manifestou nas redes sociais sobre a morte da Rainha Elizabeth II: “Foram 70 anos no trono britânico, atravessando crises e guerras, como uma líder forte e inspiradora. Foi um exemplo de líder fiel ao seu povo”.

A prefeita Elisa Araújo também escreveu, em seu Instagram: “Aos 21 anos, a rainha Elizabeth disse: Minha vida inteira, seja longa ou curta, será dedicada a servir. Hoje, aos 96 anos, Elizabeth nos deixa. A monarca com o reinado mais longo da história do Reino Unido, com mais de 70 anos de duração, vai continuar sendo um grande símbolo feminino na política”.

A jornalista Cristina Vasques, que foi editora de moda do JM por mais de duas décadas, também escreveu sobre a Rainha: “Por onde passava, a rainha Elizabeth II chamava muita atenção por usar looks com cores vibrantes. A intenção era que ela fosse facilmente identificada por seus súditos em meio à multidão. Um dos destaques nos looks da Rainha eram sempre seus broches, que a monarca usava do lado esquerdo. Levava sempre sua bolsa no braço esquerdo para facilitar o cumprimento com a mão direita. E caso ela estivesse conversando com alguém e mudasse o acessório para o braço direito, era um sinal para sua equipe que a conversa precisava ser interrompida. Assim rapidamente surgia alguém que chamava a rainha com alguma desculpa. Faleceu a icônica Elizabeth II, depois de um longo reinado marcado pelo forte sentido de dever e determinação em dedicar a vida ao trono britânico e ao povo”.

ELIZABETH NO BRASIL

A Rainha Elizabeth II veio ao Brasil em 1968. Tinha 42 anos na época e 15 de reinado. Passou por São Paulo, onde inaugurou o MASP e visitou o Museu do Ipiranga, que foi reinaugurado no feriado da Independência. Sua Majestade se surpreendeu ao ver um quadro de Winston Churchill, que foi um dos mais icônicos primeiros ministros da Inglaterra. Elizabeth assistiu a um show de Elza Soares, Wilson Simonal e Jair Rodrigues, três cantores que faziam sucesso naquela época. Na sua vinda ao Brasil, a rainha visitou Campinas, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Brasília.

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