“Vou ser candidato”. Garantia é do ex-prefeito Anderson Adauto, ao ser questionado sobre os obstáculos judiciais à sua candidatura. Em entrevista ao Pingo do Jota nesta segunda-feira, Anderson deixou claro que seu nome estará nas urnas, mesmo que sub judice. Ao contrário das outras vezes em que lançou seu nome e depois desistiu das disputas por conta das pendências judiciais, desta vez ele foi taxativo: “Não vou desistir”.
Há cerca de um ano, Anderson Adauto não parecia empolgado com disputa eleitoral, muito menos em sair candidato. O quadro mudou. Desde que o Presidente Lula o chamou à razão, Anderson encarou com determinação a missão de disputar as eleições municipais. Mais que isso: quer estar na cadeira de prefeito quando o polo gás-químico se tornar realidade, assim como a duplicação da BR 262, duas bandeiras pelas quais vem lutando mesmo sem mandato.
JÁ ERA
Embora sem dizer isso nesses termos, Anderson considera que o pior já passou no cenário de dificuldades para viabilizar sua candidatura. O mais difícil era celebrar o acordo com o Ministério Público, o que ele conseguiu recentemente. Pelo acordo, Anderson vai reembolsar o município em mais de R$ 1 milhão, em razão da contratação emergencial de agência de propaganda no início do seu mandato. “A Lei da Improbidade mudou. Hoje não daria condenação”. Anderson, inclusive, citou que a prefeita Elisa fez o mesmo, e não teve problema algum porque os tempos são outros.
GENTE BOA
Na entrevista ao Pingo do Jota, Anderson fez muitos elogios ao Promotor José Carlos Fernandes, autor da ação por improbidade administrativa que o condenou por conta daquele contrato de publicidade. Foi com ele, enquanto representante do MP, que Anderson celebrou o acordo. Disse que não conhecia José Carlos Fernandes, mas teve ótima impressão dele nesse encontro, pois tudo o que foi acertado verbalmente entre as partes constou no documento. “Ele foi muito gentil, muito correto” – frisou o ex-prefeito.
E AGORA?
Próximo passo de Anderson para se livrar das pendências judiciais será no âmbito da Justiça Eleitoral. Anderson foi condenado a ficar inelegível por 4 anos, mas desde a condenação até agora já se passaram 10 anos. Ou seja, já cumpriu a pena duas vezes e meia. Só não se sabe se vai dar tempo do julgamento sair antes das eleições de outubro. Se o caso for julgado logo, sua candidatura poderá ser liberada, definitivamente. Caso contrário, ele pretende levar seu nome às urnas sub judice.
SENHA PRA QUE?
Ao contrário do que a prefeita Elisa fez no início de sua gestão, Anderson diz que não daria as senhas da PMU para o Ministério Público: “Cada macaco no seu galho. Se o Promotor quiser ter a senha, que se candidate e se eleja prefeito”. Além disso, lembrou que existe a Lei da Transparência, obrigando o Poder Público a prestar todas as informações. Sem contar a Lei de Acesso à Informação e as atribuições legais do Ministério Público.
GRUPO DE PESO
Ainda na entrevista à Rádio JM, Anderson revelou que a equipe encarregada de elaborar seu plano de governo conta com a coordenação do Professor Danival Alves na área da educação e de sua ex-secretária Tetê Rodrigues da Cunha na área da saúde. Na saúde, especificamente, Anderson disse que acabará com a fila eletrônica de imediato, para começar tudo da estaca zero. Porém com critérios. Ao atingir um número determinado de pacientes, a Secretaria de Saúde terá obrigação de realizar um mutirão para atender aos pacientes e não deixar a fila aumentar. Garantiu, também, ampliar o horário de atendimento nas unidades de saúde do município.
POLARIZAÇÃO
Questões ideológicas vão interferir no processo eleitoral nos municípios. Anderson não tem dúvidas a esse respeito e conta que sentiu isso no fim de semana. Durante suas andanças de pré-campanha, Anderson foi abordado por um eleitor que perguntou se ele é de esquerda. Ao responder que é de centro-esquerda, ouviu do eleitor o depoimento de que terá dificuldade em votar nele, pois se considera conservador e de direita.
COM QUEM???
Ao ser indagado com quem prefere disputar segundo turno das eleições em Uberaba, ele não titubeou: respondeu que preferia enfrentar o candidato do PSOL, justamente para não ter esse embate ideológico. Mas arrematou: “Não dá para escolher com quem disputar o segundo turno. O importante é estar no segundo turno. Temos de trabalhar para chegar lá.”
TUDO CERTO
Sobre a pesquisa divulgada pela Alterosa neste fim de semana, Anderson evitou críticas ou contestação aos números. Disse, porém, que o que vale é pesquisa qualitativa. Quantitativa, como essa da Alterosa, reflete apenas o momento. A quali, por sua vez, direciona as campanhas, apontando pontos fortes e fracos do candidato e quais as tendências do eleitorado. Fica a dica.
COMO ASSIM?
Por falar na tal pesquisa, o expert na leitura de números Tharsis Bastos questionou a “generosidade” do instituto F5 em compartilhar, gratuitamente, os resultados do seu trabalho em Uberaba: “De uma hora para outra, 500, 1000 pessoas em Uberaba receberam graciosamente uma pesquisa. Você sabe quanto custa uma pesquisa? Para ouvir 500 pessoas custa algo em torno de R$ 15 mil, R$ 20 mil, dependendo do instituto. Não dá para acreditar em tanta caridade. Pesquisa é uma ferramenta que você guarda a sete chaves para traçar estratégias. Quando o cara sai distribuindo, a gente fica alerta!” Além disso, Tharsis elencou uma série de erros técnicos na tal pesquisa.
QUEM PATROCINOU?
Ainda não apareceu o verdadeiro patrocinador da pesquisa divulgada pela Alterosa. Essa é a pergunta que não quer calar...
RENOVAÇÃO
Comissão Provisória do MDB teve alteração, mas manteve o radialista Tony Carlos na presidência e Hélio Junior como tesoureiro. A nova Provisória conta também com Fábio Braga, Cleber Santos Junior e o advogado Rondon Fernandes de Lima.