45 anos bem vividos
No princípio, mais parecia uma “aventura” de um grupo de pessoas cansadas do marasmo político, econômico e cultural de Uberaba. Disposto à inovação, esse grupo logo iniciaria uma verdadeira revolução nas comunicações, naqueles históricos “anos de chumbo” comandados pelo regime militar. Foi nesse contexto que começou a ser escrita a história do Jornal da Manhã, lá nos idos de 1972. Foi de lá que todos nós herdamos o DNA da coragem, da ousadia, do pioneirismo, assim como da responsabilidade perante os leitores e a comunidade a que servimos. Nasceram com aquele grupo o espírito guerreiro, o inconformismo, a inquietude e, principalmente, a disposição de seguir adiante. De enxergar além. De ir mais longe. De lutar por um objetivo maior chamado desenvolvimento de Uberaba. E este ideal acompanha o JM nessas quatro décadas e meia de vida, revigorando-se ano a ano, e crescendo com essa cidade.
Coisa de doido
No começo era tudo extremamente difícil. Fazer um jornal diário mais parecia uma “coisa de louco”, já que todo o processo era artesanal. As fotos vinham de rolos Kodak, banhados em química para impressão da imagem no papel. Os textos eram redigidos pelos repórteres em máquinas Remington (manuais), para depois se transformar em lingotes de chumbo, linha a linha, colocadas em “ramas” (uma espécie de forma de bolo, sem fundo) e dali para uma impressora chamada “rotoplana”. Gastavam-se horas para imprimir pouco mais de dois mil exemplares. Uma enorme peleja. Para se ter uma ideia, a entrega aos poucos assinantes da época era feita por garotos em bicicletas, enquanto outros tantos exemplares destinavam-se à venda nas ruas, por gazeteiros. Hoje, os estudantes e jornalistas mais jovens achariam isso “um absurdo”. E era mesmo.
Novos tempos
O tempo foi passando, o Jornal da Manhã conquistou a confiança dos uberabenses com seu jornalismo inovador, vibrante, corajoso, ousado. Mas não se pode perder de vista o começo de tudo. O JM foi o primeiro diário uberabense a contratar um editor de renome nacional, Mauro Santayanna, que trocou a Folha de S.Paulo para “desbravar” o jornalismo nesse Sertão da Farinha Podre. E outros tantos, como o genial Olavo Sabino. Foi ele que acabou com o “tesoura press” (recorte de jornais de São Paulo para reprodução no dia seguinte), muito comum nos jornais do interior na época. Foi ele que também exigiu um carro para a reportagem, algo inédito até então. Mais tarde veio Wellington Cardoso, em cuja gestão o JM experimentou sua segunda grande guinada, graças ao jornalismo arrojado, investigativo, dinâmico, plural, aliado a apresentação gráfica moderna.
Tudo diferente
A moçada que chegou ao mercado das comunicações nos anos 2000 não pode nem imaginar o que era aquele exercício de resistência e determinação chamado “jornalismo”. Hoje é tudo muito mais fácil, sobretudo a partir do advento da internet. O JM acompanhou esse processo de modernização tecnológica desde o princípio, sendo o primeiro diário do Triângulo Mineiro a ter seu próprio site. Foi também o primeiro a introduzir cores nas suas edições, assim como a criar as edições de segundas-feiras. Na era da notícia instantânea, o passado parece “peça de museu”, embora vivo na memória de todos nós que passamos por todo esse processo do “chumbão” à era da internet.
Tudo diferente - 2
O que faz do JM um jornal especial aos olhos dos seus leitores? Certamente a credibilidade das informações que publica e o respeito à verdade dos fatos. Essas características não mudaram com o passar dos anos. Ao contrário, aperfeiçoaram-se. Seja na plataforma digital ou no tradicional “jornal de papel”, o que distingue o Jornal da Manhã sempre foi e será a sua confiabilidade. Tanto assim que ganhou os 12 troféus Top of Mind conferidos pela Integração/Globo, desde a instituição do prêmio, alicerçado em pesquisas de mercado.
Novas frentes
Não basta pregar desenvolvimento. É preciso dar exemplo. E o Jornal da Manhã também fez isso. De 1972 para cá, cresceu e se multiplicou. Tornou-se um grupo de comunicação, abrangendo o JM Online, site de maior visitação no Triângulo Mineiro; a JM Magazine, revista consagrada pelo mercado e três vezes campeã do Top of Mind em Uberaba; a Rádio JM (inicialmente AM e agora FM), com uma proposta diferenciada também nessa plataforma. O JM acredita em Uberaba e desafia todas as crises para se manter na vanguarda das comunicações na região. Novas frentes de trabalho certamente virão. No mês que vem, por exemplo, será lançado o novo portal do JM, mais dinâmico e repleto de atrativos. O JM não para. E vai continuar sua caminhada com o mesmo otimismo, a mesma determinação e garra dos seus fundadores.
Depoimento
“Meu primeiro emprego como jornalista, recém-saído da universidade, foi no Jornal da Manhã. Não ter carinho por essa primeira casa é impossível. De lá para cá, quanta coisa mudou, vieram a revista, a rádio, o site, e o JM se tornou um grupo. Fica claro pra mim que o JM não para. Fica mais claro ainda o quanto a nossa cidade consome informação, sendo talvez a cidade do interior mais antenada e culta do país. O JM faz parte dessa construção social e cultural de Uberaba. São 45 anos de vida e evolução. Penso no futuro e divago sobre muitas coisas, mas uma eu tenho certeza: de qualquer jeito, daqui a 45 anos, estaremos comemorando os 90 do JM, porque esse grupo já demonstrou que não cessa jamais.” (Denis Silva de Oliveira, secretário municipal de Comunicação e presidente da Codiub)
Palavra do prefeito
“A construção de uma cidade depende de muitos fatores. Um que considero fundamental é a capacidade de leitura, que leva ao discernimento e grau de conhecimento do seu povo. O Jornal da Manhã está presente nas nossas casas há 45 anos. Se alguém quiser conhecer a história recente de Uberaba, basta uma busca nos arquivos do JM. Feliz de Uberaba que possui um registro diário do seu cotidiano, quando muitas cidades do Brasil não possuem esse privilégio. Nessa data tão festiva, como prefeito da cidade, quero agradecer ao grupo por ser parte da nossa história como comunidade. Cada vez mais a informação de qualidade é fundamental, pois, em um mundo ávido por consumir notícias, essa responsabilidade aumenta sobremaneira. Portanto, desejo longa vida ao Jornal da Manhã e um futuro cada vez mais inovador, característica do Grupo JM, retrato da nossa querida Uberaba.” (Paulo Piau, prefeito municipal de Uberaba)