(Foto/Divulgação)
“O PSDB não pode mais ficar cozinhando o galo. Precisa elevar o tom”. Declaração é do presidente do partido em Uberaba, Thiago Tiveron. Segundo ele, até aqui os vereadores tucanos estão num chove não molha em relação à Administração Municipal, mas essa “água morna” deve esquentar daqui para a frente. Aparentemente não há um motivo específico para a mudança de postura dos tucanos, exceto a disputa eleitoral de 2026.
DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ
Por falar nas eleições para deputados no ano que vem, Tiveron revelou que o PSDB tem quatro (QUATRO, isso mesmo) prováveis candidatos. Ou melhor, três vereadores que já manifestaram intenção de disputar como candidatos a federal e estadual, mais o ex-prefeito Paulo Piau. Piau e Mariscal miram Brasília, enquanto Tulio Micheli e Marcos Jammal estão de olho na Assembleia Legislativa de Minas.
COMO ASSIM?
Em entrevista à Rádio JM nessa terça-feira, Tiveron também falou que o partido não vai cercear o direito de nenhum deles de pretender lançar o nome na disputa. É aí que mora o problema: muito candidato para poucos votos disponíveis, com risco de Uberaba ficar novamente sem representantes em Brasília e BH. Mas o presidente do PSDB pensa diferente. Para ele, nesse momento de pré-campanha é legítimo que todos se apresentem, busquem apoios aqui e fora do município e trabalhem pela viabilização da candidatura. “Lá na frente, tenho certeza que haverá convergência”. Oremos!
A TAL CONVERGÊNCIA!
Em se tratando da bancada tucana na Câmara Municipal, convergência não tem sido uma constante. Tulio Micheli e Marcos Jammal vivem se estranhando e Mariscal parece nem falar a mesma língua dos companheiros. Frequentemente o presidente Tiveron tem atuado como bombeiro apagando os princípios de incêndio no ninho tucano. Imagine o que virá quando o partido tiver de fazer escolhas e chegar à tal “convergência” para a disputa eleitoral de 2026...
SÓ UM
A princípio, o raciocínio do presidente do PSDB envolve apenas o partido, sem avaliação do contexto político de Uberaba. Veja, por exemplo: segundo Tiveron, o PSDB só tem um deputado estadual na região, que é o uberlandense Leonídio Bouças. Por sua vez, Leonídio avalia disputar cadeira na Câmara Federal no ano que vem. Em Brasília, o PSDB de Minas conta com dois deputados, Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel. Se Aécio sair candidato a senador, como se especula, certamente haverá vaga no partido para candidatos do Triângulo. Ou melhor, de Uberaba. Mas até 2026 muita água ainda vai rolar e pode arrastar o PSDB para fusões ou outras composições partidárias. “Está tudo muito embrionário ainda” – avalia Tiveron.
TOM MAIOR
Mas, voltando à elevação do tom do PSDB em relação ao governo Elisa, a análise que os tucanos fazem é a seguinte. A prefeita já tem os seus candidatos a deputado no ano que vem e não há interesse, de lado a lado, que o partido venha a integrar um projeto político do atual governo. “Ou você é situação, ou é oposição. Na situação não cabe o PSDB”. Ou seja, o PSDB deve partir em busca dos votos dos eleitores insatisfeitos com a Administração Municipal.
NO SUFOCO
Faltando praticamente dois dias para o tarifaço de Trump entrar em vigor, as mudanças na economia já começaram a ser sentidas, assim como aumentam as preocupações de setores diversos com esse embate entre Estados Unidos e Brasil. Se de um lado os preços da carne bovina, suína e de frango nos supermercados brasileiros vêm caindo, de outro lado, reina uma enorme ansiedade com o que pode acontecer com aqueles que dependem frontalmente de matéria-prima e insumos importados. Embora a taxação atinja diretamente as exportações brasileiras, os efeitos internos podem ser expressivos, especialmente no setor da saúde. O Brasil figura entre os maiores importadores mundiais de dispositivos médicos americanos. Se Lula adotar a Lei da Reciprocidade, taxando os insumos americanos, o aumento de custos para clínicas e hospitais, além de risco de desabastecimento de produtos essenciais para serviços ultrassensíveis, pode ser uma consequência dramática para os brasileiros.
CENÁRIO DIFÍCIL
Para se ter uma ideia, em 2024 o Brasil importou US$9,79 bilhões em dispositivos médicos e exportou apenas US$1,17 bilhão, revelando um desequilíbrio que evidencia a dependência externa do setor. Só na odontologia, as importações passaram de US$183 milhões, em 2023, para US$208 milhões, em 2024. No setor de reabilitação, os valores chegaram a US$660 milhões. Já os produtos de laboratório, essenciais para diagnóstico e rotina hospitalar, saltaram de US$3,78 bilhões para US$5,11 bilhões no mesmo período. O aumento dos custos nos serviços pagos pelos convênios médicos certamente refletirá nas mensalidades exigidas dos consumidores. No próximo ano, o reajuste dos planos de saúde pode ser bem maior
NA AGENDA
Marque na sua agenda: nos dias 3 e 4 de setembro, Uberaba vai sediar o 1º Fórum Regional de Liderança, promovido pela Aciu, em parceria com o Sebrae e a Prefeitura Municipal. Um evento para marcar época, reunindo aqui grandes líderes da atualidade e palestrantes de expressão nacional e internacional, como o colombiano Santiago Uribe, que vai contar no Fórum como é que Medelín saiu da condição de cidade mais violenta do mundo para assumir a liderança mundial em inovação. Quais os segredos dessa transformação extraordinária? É o que ele vai revelar aqui em Uberaba, durante sua palestra. Prefeitos, vereadores, gestores privados não podem perder essa grande oportunidade de conhecerem esse “case de sucesso”.
FALTA POUCO
Ainda não foi definido o nome que ocupará a Secretaria do Agronegócio, substituindo o demissionário Agnaldo Silva. Nos bastidores há vários nomes sendo cogitados, mas tudo ainda está em construção. Agnaldo fica no cargo apenas até o dia 31 deste mês.
