ALTERNATIVA

Bloqueios judicias podem levar “Hélio Angotti” a paralisar atendimento de pacientes

Lídia Prata
Lídia Prata
Publicado em 10/10/2025 às 21:40
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 (Foto/Divulgação)

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De um lado, avanços significativos para a abordagem do câncer em Uberaba e região. De outro, bloqueios judiciais ameaçam inviabilizar a operação do Hospital Dr. Hélio Angotti. O drama dos atrasos nos pagamentos a colaboradores e fornecedores voltou a acontecer nesta semana. Isso porque o Hospital vem sendo alvo de bloqueios seguidos da Justiça do Trabalho para liquidar seu passivo trabalhista. No mês de setembro, o Hospital teve suas contas bloqueadas durante praticamente 24 dias. Só pode funcionar regularmente por seis dias. Nessa sexta-feira, completaram-se 10 dias de bloqueio de contas só nesse mês de outubro.

SITUAÇÃO DRAMÁTICA
Vivendo um novo momento na sua história, com expansão regional e prestes a anunciar equipamentos novos, como o PET-SCAN e a Ressonância Magnética, o Hospital Hélio Angotti pode anunciar a qualquer momento a paralisação do atendimento de pacientes. Mas, apesar de toda essa dificuldade, a diretoria do Hospital está confiante em uma negociação com a Justiça do Trabalho para estabelecer um acordo que lhe devolva a normalidade administrativa. “Estamos muito otimistas em estabelecer um acordo com a Justiça do Trabalho. O problema é que a situação atual está ficando insustentável. Não temos como pagar funcionários, nem fornecedores, tendo o dinheiro na conta”, desabafou o conselheiro do Hospital, Felipe Toledo. “Mantida a situação atual, até mesmo o atendimento a pacientes está sob ameaça”.

AMEAÇA
Secretária municipal de Saúde, Valdilene Rocha, lavrou boletim de ocorrência policial contra servidor da pasta que também é conselheiro municipal de Saúde. Esta semana, depois que a reunião do Conselho Municipal terminou, o servidor seguiu a secretária pelos corredores do prédio, exigindo que ela o atendesse naquele horário (mais de 20h) para revisão imediata de sua nota de desempenho, inclusive fazendo várias ameaças a ela. De acordo com o boletim de ocorrência, o servidor, de porte físico avantajado, continuou agredindo verbalmente a secretária após a recusa em se reunir com ele naquele horário. Mas, o servidor não se conformou, e continuou tentando intimidar a secretária. No dia seguinte, o mesmo servidor voltou a fazer ameaças à vítima, falando em tom elevado na guarita da Secretaria, que ela “iria se ver com ele”. Socorro!

FALANDO GROSSO
Presidente da Associação Mineira dos Municípios, o prefeito Luís Eduardo Falcão não deixou barato, no encontro de prefeitos realizado nesta sexta-feira em Patos de Minas. Falcão ressaltou que é “a força do interior que move Minas e o Brasil. Essas regiões são o celeiro do desenvolvimento do
estado e do país. Mais do que elaborar uma carta com as prioridades, a partir de agora queremos que as decisões do governo do Estado e do Brasil levem em conta nossa região”. Falcão destacou ainda o peso econômico do Triângulo mineiro e Alto Paranaíba nos cenários estadual e nacional, reclamando que esse protagonismo precisa se traduzir em investimentos na região.

DEMANDAS
No encontro da AMM, a prefeita Elisa defendeu, basicamente, a duplicação da BR 262 e avanços na infraestrutura de abastecimento de água para os municípios mineiros castigados pela seca.

O ESCOLHIDO
Será que ele vai? Essa foi uma das perguntas mais ouvidas no encontro de prefeitos em Patos de Minas. A dúvida está centrada na possibilidade do senador Rodrigo Pacheco (PSD) assumir a vaga do ministro Luiz Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Se essa hipótese se concretizar, certamente haverá impacto no cenário eleitoral em Minas Gerais, já que Pacheco deixaria a condição de pré-candidato a governador, com apoio do presidente Lula.

PAPO FIRME
A reaproximação entre a prefeita Elisa (PSD) e o ex-deputado Franco Cartafina (PP) está causando desconforto tanto entre correligionários de um, quanto de outro. É uma bobagem – convenhamos. Mas, lá pelos lados do PSD já se pensa em agendar uma conversa franca com a prefeita para ouvirem dela, de modo definitivo, se vai ou não ser candidata a deputada federal em 2026. Ou se vai lançar Mauricinho de Sá na disputa. Os “incomodados” com essa situação alegam que o tempo está cada vez mais curto para trabalharem eventual dobradinha em Uberaba e na região.

SEM ESPAÇO
Ao se reaproximar de Elisa, Franco está perdendo espaço na oposição e não há certeza de que terá apoio efetivo da “situação”. Avaliação é de um experiente observador da cena política local, afirmando que Franco não deve (nem pode) ficar pra lá e pra cá, de eleição em eleição, citando o pleito de 2024 em que ele foi candidato a vice-prefeito na chapa de oposição. Particularmente acredito que a hora é de pensar em Uberaba e deixar de lado eventuais julgamentos sobre parcerias políticas em 2026. Precisamos viabilizar candidaturas e eleger representantes em BH e Brasília, ainda que isso passe por alianças que uns e outros venham a criticar.

PASSO ATRÁS
A julgar pela entrevista da representante local do Novo, Sabrina Sarreta, em entrevista à Rádio JM esta semana, o partido está completamente perdido para as próximas eleições. Bem que as lideranças regionais tentaram viabilizar a filiação de Caio Godoi para disputar eleição para deputado estadual, mas o Novo não conseguiu a liberação do “passe” do vereador junto ao PP. Situação ficou ainda pior diante da provável filiação do vice-governador Mateus Simões ao PSD, deixando o Novo sem perspectivas para lançar candidatura própria ao governo de Minas.

EM ESTUDO
Reunião de quinta-feira entre o vereador Túlio Michelli e o presidente da Codau, Rui Ramos, levantou várias questões sobre o abastecimento de água em Uberaba. Uma delas refere-se ao uso da água das minas. Vale destacar, no entanto, que vários estudos realizados em diferentes governos municipais passados apontaram alto índice de contaminação dessas minas. Mas... talvez haja alguma tecnologia hoje capaz de aproveitar essa água das minas, já que até a água do esgoto vem sendo tratada e reaproveitada mundo afora.

ESTUDOS
Ainda na reunião, Túlio Michelli propôs que a Codau reduza para 5 metros cúbicos a tarifa mínima de consumo durante o período de estiagem. O presidente Rui Ramos se comprometeu em desenvolver estudos técnicos sobre a viabilidade da medida e, se for o caso, submeter a proposta à análise da ARISB, que é a agência reguladora. Uma coisa é certa: para a seca de 2025 essa medida não terá tempo hábil para ser implementada, caso os estudos apontem sua viabilidade. Há muita burocracia nesse processo todo, e, por outro lado, as chuvas já estão começando para aliviar a escassez de água na cidade.

MAS...
Desde a entrevista do vereador Túlio Michelli à Rádio JM sobre o assunto, na segunda-feira, fiquei com uma pulga atrás da orelha: se a Arisb aprovar e a Codau reduzir de 10m3 para 5m3 a tarifa mínima, quem vai pagar pelos outros 5m3que a Codau deixar de arrecadar? Sim, porque se a Codau perder arrecadação numa faixa de consumo, certamente vai ter de compensar a perda em outra (ou outras) faixa. No prejuízo é que a Codau não vai ficar, podem apostar!

COMO ASSIM?
Presidente da OAB/Uberaba, advogado Luciano Del Duque, lamentou as cenas da novela “Vale Tudo”, em que os suspeitos do homicídio da vilã Odete Roitman compareceram à delegacia desacompanhados de advogados para prestar depoimento. “No Brasil, lamentavelmente, é sim possível que a pessoa investigada por um crime seja ouvida na delegacia sem advogado(a). O lamento é por conta de considerarmos essa possibilidade como indicativa da ainda baixa constitucionalidade havida no sistema jurídico brasileiro. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 assegura, dentre outros direitos e garantias fundamentais aos cidadãos, o devido processo legal (art. 5º, LIV), os princípios do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV) e o direito de os investigados não se autoincriminarem, como decorrência do postulado constitucional de dignidade da pessoa humana.”

ESTÁ VALENDO
Em que pese ser possível a realização de interrogatório de suspeito, desacompanhado de advogado, o presidente Luciano Del Duque não recomenda essa prática. “A pessoa investigada que comparece a uma delegacia sem advogado (a) está sujeita a diversas situações que podem prejudicá-la em sua defesa no curso do processo. O que se recomenda é que, no âmbito da Polícia Civil, Delegacias e Corregedorias sejam adotadas rotinas no sentido de garantir a oferta formal ao(a) investigado(a) de presença de Defensor(a) e do registro do exercício desse direito ou sua eventual renúncia expressa. E, obviamente, que esse direito seja requerido formalmente pelos investigados(as).”

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