Fim de semana foi de cálculos intermináveis e divergentes sobre a repercussão das sentenças nas ações de investigação judicial eleitoral. No ninho tucano, onde a cadeira de Marcos Jammal é alvo de discussões, o presidente Thiago Tiveron não acredita que a representação do PSDB será impactada na Câmara. O vereador Marcos Jammal, por sua vez, comprou um software para fazer todos os cálculos e recálculos e também está convencido de que não corre o risco de perder o mandato em consequência da reconhecida fraude eleitoral cometida pelo Rede/Psol e MDB na quota feminina de 2024.
O certo é que nem mesmo os mais entendidos em cálculos eleitorais têm a mesma opinião sobre o tema.
COMPASSO DE ESPERA
Enquanto o julgamento definitivo das ações envolvendo fraude à quota de gênero, a Câmara Municipal de Uberaba não tem o que fazer. Segundo o Procurador Geral Diógenes Sene, “será preciso esperar a notificação da Justiça Eleitoral para tomar as devidas providências, uma vez que, ao fim de tudo, ocorrendo o trânsito em julgado das ações, a Casa Legislativa será notificada para efetivar eventuais mudanças. Vale lembrar que, em ocorrendo as mudanças, a Justiça Eleitoral ainda precisará diplomar aqueles que eventualmente assumirão as cadeiras, fato esse necessário para que a Câmara, após notificada, possar tomar as providências”.
MAUS LENÇÓIS
Situação das candidatas do Podemos na ação de investigação judicial eleitoral realizada na tarde desta segunda-feira deixou o partido em maus lençóis. A candidata Giselda Alves, por exemplo, teve apenas 4 votos. Quando o juiz perguntou se ela tem parentes em Uberaba, Giselda contou ter 5 irmãos e vários sobrinhos, mas a família não quis votar nela. Pra piorar, ela não soube dizer o nome do presidente do partido, nem do coordenador da campanha, nem de outros candidatos do Podemos.
MEMORIAL JÁ!
Embora jovem, a também candidata Erika Almeida obteve meros 14 votos na eleição para vereadora pelo Podemos. Ela contou na audiência desta segunda-feira que o partido lhe deu quatro pessoas para ajudá-la na campanha, mas, por incrível que pareça, ela não se lembrou de nenhum deles! Certamente com problemas de “memória”, Erika sequer lembrou seu número de candidata. Falou 20.100, quando o certo era 20.600. Socorro!
SEM SUCESSO
O Podemos não elegeu vereador em 2024. O mais votado foi o professor Wander, que poderia, em tese, se beneficiar da sentença na AIJE do Mobiliza contra o MDB. Mas, se a ação contra o Podemos também for julgada procedente, Wander nem poderá assumir, porque certamente os votos do partido serão anulados tal e qual aconteceu nas AIJEs contra o Rede e MDB.
COMO FICA
O Rede e Psol estão federados. Contam os votos dos dois para o cumprimento da sentença na AIJE. Caem juntos. Num cenário em que hipoteticamente sejam anulados os votos do Podemos, tal e qual do MDB, Rede/Psol, o cálculo coloca em risco também a cadeira da vereadora Lu Fachineli. Acompanhe o raciocínio: O PODEMOS teve 6.141 votos, o MDB 8.373 votos e a federação REDE +PSOL, 3.360 votos. Total: 17.874 votos. Considerando o número de votos válidos (163.785), dividido por 21 cadeiras da Câmara, tem-se quociente eleitoral de 6.948. A cada 6.948 votos o partido ou federação faz um vereador.
DUAS PRO PP
O PP somou 13.969 votos. Dividindo esse total pelo quociente eleitoral, a conclusão é única: duas cadeiras para o PP. Dessa forma, entra o vereador Thiago Silva, segundo mais votado pelo partido. Nesse caso, segundo explicação do advogado Jacob Estevan, o candidato precisa de apenas 10% do quociente eleitoral para garantir sua cadeira. E despejar o tucano Marcos Jammal.
POR QUE CAI O PSDB?
Ainda de acordo com explicação do advogado Jacob Estevan, a vereadora Luciene Fachinelli corre risco, tanto quanto Marcos Jammal. O que se tem de considerar, em primeiro lugar, é o total de votos do partido. A cada 6.948 votos o partido elege um vereador (direto). O PSDB totalizou 11.928 votos, divididos por 6.948 (quociente eleitoral), garantem uma cadeira para o mais votado (Thiago Mariscal) e uma segunda (Túlio Micheli, segundo mais votado) na chamada "sobra". O restante dos votos do PSDB não é suficiente para garantir a terceira cadeira, que seria de Marcos Jammal.
RISCO PARA LU
O mesmo raciocínio serve para o União Brasil, partido de Baltazar da Farmácia e Lu Fachineli. O partido conseguiu 9.040 votos, garantindo apenas a cadeira do mais votado, Baltazar da Farmácia.
Portanto, se o Podemos também tiver os votos anulados, saem Cleber Jr, Samuel, Jammal e Luciene. Entram Thiago Silva, Alessandra Piagem (Solidariedade), Luizinho Kanecão (Mobiliza) e Lukinha da Uai. É preciso deixar claro, porém, que tudo isso é cenário meramente hipotético, até porque não há sentença anulando os votos do Podemos, e as sentenças conhecidas nas AIJEs podem ser reformadas em grau de recurso pelo Tribunal Regional Eleitoral. As eventuais mudanças na composição da Câmara não estão definidas ainda.
AGENDA PESADA
Prefeita Elisa passou a segunda-feira em Brasília, fazendo uma verdadeira peregrinação em busca de recursos. Esteve na sede da Unesco e em reunião no Tribunal de Contas da União (TCU). Na Unesco, Elisa tratou da possibilidade de receber investimentos por meio de acordo de cooperação com empresas, para investir nos Geosítios e em pontos que fortaleçam o Geoparque Uberaba. Um dos principais projetos envolve o apoio da Unesco para a Educação Inclusiva, que garante que todos os alunos tenham acesso à educação, com qualidade e comprometimento, independentemente de características, necessidades, habilidades ou diferenças.
INOVAÇÃO
No Tribunal de Contas da União (TCU), a prefeita - acompanhada do chefe de Gabinete, Caio Presotto e do secretário de Comunicação, Marcos Ferreira - se reuniu com o ministro Augusto Nardes. Na pauta, os projetos de inovação que podem ser replicados na gestão atual, modelos de governança e o uso de Inteligência Artificial no serviço público. A agenda continua nesta terça, incluindo visita ao deputado Gilberto Abramo, em busca de recursos para a saúde. Em seguida se reúne com a equipe da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e depois participa de reunião com corpo técnicos da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), agência alemã de cooperação técnica e Ministério das Cidades para dialogar sobre projetos de desenvolvimento para Uberaba.
