GOTA D´ÁGUA
O choro emocionado do médico Raelson Batista ao contar os detalhes que levaram o garoto Marcelinho ao óbito foi “a gota d´água” para nortear o trabalho e respectivas conclusões da CEI do Hospital da Criança. Foi o que revelou a presidente Lu Fachineli, em entrevista ao programa O Pingo do Jota desta segunda-feira. Raelson comandou as apurações feitas pela Comissão de Verificação de Óbito da Prefeitura, que terminou os trabalhos bem antes da CEI da Câmara. Ele teria explicado aos vereadores que “um avião não cai por um só motivo”, o que foi interpretado, por analogia, que a morte do jovem no Hospital da Criança decorreu de vários fatores.
EXTREMA GRAVIDADE
Na avaliação da presidente Lu Fachinelli, um dos grandes problemas levantados pela CEI é a falta de gestão no Hospital da Criança. “O Hospital pode ter rios de dinheiro, mas sem gestão nada acontece” – ressaltou a vereadora. Daí a recomendação para o hospital rever essa questão.
SEIS TENTATIVAS
Na entrevista, a vereadora Lu Fachinelli revelou que foram realizadas seis manobras para intubação do garoto, até conseguirem êxito. Mas, aí já era tarde demais, infelizmente.
ORIENTAÇÃO À DISTÂNCIA
Explicando que não foi demonstrada falha no freio da unidade do SAMU acionada para transportar o garoto para o Hospital Escola, o advogado Adriano Leal ressaltou que a Prefeitura deveria ter realizado perícia no veículo, assim que instaurou o processo de sindicância. Logo após a morte do garoto surgiram comentários sobre a ocorrência de problemas técnicos com a ambulância, o que teria inviabilizado a prestação de socorro a tempo de salvar sua vida.
Por outro lado, o advogado que acompanhou todo o trabalho de apuração da CEI destacou que quando o SAMU foi acionado, a unidade estava empenhada no atendimento a um paciente com traumatismo craniano que, de acordo com as normas, tem prioridade. Mas a equipe passou orientação por telefone aos médicos do Hospital da Criança, mandando intubar o garoto. No relatório da CEI, os vereadores recomendam que as equipes do SAMU se abstenham desse atendimento à distância.
FROTA INSUFICIENTE
Ficou claro, no entanto, que se o município tivesse outra unidade de suporte avançado naquele dia, seguramente poderia ter prestado atendimento ao garoto, sem prejuízo do paciente com traumatismo craniano.
Vale destacar que o município demorou cerca de um ano para colocar em circulação ambulâncias 0km, porque não conseguia contratar o seguro para os veículos. Esse problema somente foi resolvido este ano, quando a secretária Valdilene Rocha colocou o processo debaixo do braço e foi de secretaria em secretaria para desenrolar a burocracia da contratação.
SERVIÇO PARTICULAR
Depois que o pior aconteceu, sabe-se agora que o contrato firmado entre o município e o Hospital da Criança possibilitava ao contratado acionar serviço particular de ambulância, em casos emergenciais, e receber da Prefeitura os valores desembolsados. “Problema de gestão”, destacou Lu Fachinelli.
IMPORTÂNCIA SECUNDÁRIA
Das 409 irregularidades apontadas na fiscalização ao Hospital da Criança pela Vigilância Sanitária e citadas no relatório da CEI, nenhuma apresentava gravidade capaz de comprometer o atendimento aos pacientes. Eram questões simples, segundo a presidente da CEI. E mais: os respiradores artificiais do Hospital estavam funcionando perfeitamente. Mas, o aparelho que estava na sala de emergência não funcionou para socorrer Marcelinho, inexplicavelmente...
MEDIDA PROTETIVA
Ainda na entrevista à Rádio JM, Lu Fachineli contou que recorreu à Delegacia da Mulher em busca de medida protetiva, depois de ser entocaiada pelo influencer Thiago Mariscal. No dia em que o relatório da CEI foi lido em plenário, Lu conta que o influencer a abordou com celular em posição de filmagem e a teria intimidado. "Fui perseguida pelo senhor Thiago Mariscal" - ressaltou Lu. Ela acredita que Mariscal, pessoalmente, não a agrtediria fisicamente. Mas "ele instiga seus seguidores e isso me preocupa. Eu não dirijo. Ando de Uber, ando de ônibus, a pé. Preciso me precaver, assim como a minha família".
Não bastasse a intimidação motivadora do pedido de medida protetiva, o influencer postou um vídeo em que Lu aparece vestida de palhaço, com música do Patati Patatá, em visível tentativa de ridicularizá-la.
UPA PROVISÓRIA
Com a inauguração da UPA Mirante, é provável que a UPA Provisória ao lado do Hospital Regional não seja desativada de imediato. A secretária Valdilene Rocha estuda a possibilidade de transferir os atendimentos da UPA São Benedito pra lá, enquanto termina a reforma do prédio na esquina da Major Eustáquio com rua José de Alencar.
MAIS DE CEM
Hospital de Clínicas da UFTM ultrapassou no fim de semana a marca de 104 órgãos e tecidos captados para transplantes. Segundo o médico Ilídio Antunes Oliveira Junior, que é o grande entusiasta e divulgador dos transplantes em Uberaba, sete vidas foram salvas apenas com esses órgãos doados.
QUEM SE HABILITA?
Termina nesta terça-feira o prazo para as empresas interessadas apresentarem propostas para operar o restaurante popular em Uberaba. A atual prestadora de serviço deve encerrar suas operações no final de dezembro, embora o contrato tenha sido firmado por cinco anos com o município. Para não descontinuar o Restaurante Popular, o município deve lançar mão de contratação emergencial da nova operadora, e, paralelamente, abrir licitação. Porém, como se sabe, licitação no poder público é sempre um processo lento, razão pela qual não vai dar para esperar a realização do certame para substituir a atual prestadora do serviço.
MAIS TROCA
Deve sair a qualquer momento uma nova troca no time da prefeita Elisa. Ao que tudo indica, a mudança atingirá a Codiub.
Desde que assumiu o cargo, Elisa já trocou praticamente todos os secretários e presidentes de companhias da administração indireta. Do time original, permanecem no governo apenas Rui Ramos, Caio Presotto, Beethoven Oliveira, Roberto Tosto e a procuradora geral Fabiana Gomes Pinheiro.
FOI MAL
A empresa Paulista Gestão Empresarial e Serviços Terceirizados, está impedida de contratar com o município, como punição por descumprimento de contrato. Além disso, foi multada em R$126.100,00 num contrato e R$ 647.988,00 em outro contrato. Amigavelmente é certo que a Prefeitura não vai conseguir receber as duas multas, mas no Judiciário sim.
UBERABA NA FINAL
Uberabense radicada em Rio Branco, Acre, a empresária Denise Melo Silva Borges (foto) foi escolhida entre mais de quatro mil mulheres da região Norte do país e se tornou finalista do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em nível nacional. A decisão será anunciada no dia 5 de dezembro, em Brasília. Denise se mudou para o Acre em 1984, juntamente com o marido, Athos Borges, e lá começou a produzir pães de queijo, doces e outros produtos típicos de Minas. Hoje Denise e a família comandam o restaurante Pão de Queijo e a Maison Borges, empregando diretamente 55 profissionais e outros tantos em dias de evento. Além do sucesso como empreendedora, ela atua na capacitação profissional de pessoas de baixa renda, formando garçons, ajudantes de cozinha, cozinheiros, doceiras etc. Não bastasse, ela comanda um trabalho de qualificação para apenados, oferecendo a eles cursos profissionalizantes para que possam voltar ao mercado de trabalho ao final do cumprimento da pena.
Nossa torcida por essa guerreira, de quem fui colega de sala de aula desde o “jardim de infância” nos tempos de Colégio Nossa Senhora das Dores. Ela merece esse prêmio!
Denise Melo Silva Borges (Foto/Arquivo Pessoal)