Desanimador

Que desânimo!

No intervalo do almoço tenho o (mau) hábito de assistir aos telejornais e acompanhar aquela patacoada dos debates no Senado sobre o processo do impeachment da presidente Dilma, ou da Comissão de Ética da Câmara sobre Eduardo Cunha. Confesso que a cada dia fico mais desanimada com o futuro político do nosso Brasil. Na Câmara prevalecem as disputas e manobras dos grupos pró e contra Eduardo Cunha, incluindo adiamento da votação da cassação do presidente diante da iminente vitória dele. No Senado, por sua vez, assistimos àquela palhaçada da defesa da Presidente arrolar 40 testemunhas (inclusive para serem ouvidas no exterior) e pedir perícia internacional nos documentos. Como assim? Se forem ouvidas todas essas 40 pessoas, sabe quando o processo de impeachment vai acabar? Nunca. Além disso, para que perícia (nacional ou externa) se os documentos já passaram (e tomaram bomba) pelo crivo do Tribunal de Contas da União, órgão técnico criado exatamente para analisar, conferir e julgar as contas dos gestores públicos? É ou não é desanimador???

Situação gravíssima

O advogado e escritor Guido Bilharinho considera a situação política brasileira “gravíssima”. Não há precedente na história do país em que um procurador-geral tenha pedido, de uma só vez, a prisão de quatro das mais importantes figuras da República: os presidentes do Senado, da Câmara e do PMDB e do ex-presidente José Sarney. Guido acredita que o simples pedido de prisão torna o quadro político muito instável e completamente vulnerável, não podendo ser descartada sequer uma ação militar em nome do “restabelecimento da ordem e da paz social”.

Nero brasileiro

Se Rodrigo Janot não tiver provas concretas das alegadas tentativas de Renan, Cunha, Jucá e Sarney obstaculizarem a Lava Jato, ele corre o risco de desmoralização e de entrar para a História como o “Nero brasileiro”. Afinal, ele incendiou a República com esses pedidos de prisão dos caciques do PMDB, aparentemente alicerçado apenas em conversas particulares dos acusados com o “amigo da onça” ex-presidente da Transpetro. Aliás, no caso de Sarney foi ainda pior, porque foi Sérgio Machado quem ligou para o ex-presidente durante período de internação hospitalar e provocou o assunto com ele...

Desmantelamento – Está tudo muito confuso nesse país. A prisão do agente Newton Ishiii, conhecido como “Japonês da Federal”, nessa quarta-feira, deu a impressão de que começou a operação para desmantelamento da Lava Jato. Tomara que seja só impressão, porque a coincidência foi demais. O processo por facilitação do contrabando movido contra o agente da Polícia Federal é de 1993, mas a condenação saiu agora, assim, do nada...

Acelera, Teori! – Amanhã faz um mês que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato pediram ao ministro Teori Zavascki a devolução dos inquéritos sobre Lula para a Justiça Federal do Paraná. Essas investigações foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal quando Lula foi nomeado chefe da Casa Civil no governo Dilma (em evidente manobra para obstaculizar os trabalhos da Lava Jato, porém sem punição até agora para nenhum dos envolvidos). Nessa lista estão os casos do sítio em Atibaia que o ex-presidente jura ser de amigos, do tríplex no Guarujá, das “palestras” pagas por empreiteiras para suspeita de lavagem de dinheiro, dentre outras. O tempo passa, o tempo voa... e o Teori não toma providência. Por que será?

Alinhando o discurso

Presidente interino Michel Temer reuniu-se ontem com 200 empresários brasileiros para falar que a economia brasileira precisa de resultados e não de ideologia. Mas ouviu do presidente da Fiesp, Paulo Skaff, cinco propostas para recolocar o setor nos trilhos: não aumentar impostos, reduzir a taxa de juros, incentivar as concessões de infraestrutura, aumentar o crédito e conceder crédito para exportações. O certo é que do jeito que está não pode ficar. Ninguém compra nada além do indispensável e ninguém vende nada. Até os cartórios de registro civil e imobiliário estão se queixando da queda no movimento.

Quebradeira da Caixa

Os mais otimistas estimam que somente uma injeção de R$ 25 bilhões nos próximos 12 meses será capaz de salvar a Caixa da falência, tantos os negócios suspeitos, corrupção, uso de reservas nas pedaladas da Dilma, inchaço e concessão de financiamentos excessivos. Preocupante!

Livro do Guido

Está saindo do forno o terceiro volume da Trilogia sobre Uberaba, o trabalho de pesquisa mais criterioso e profundo sobre a história da nossa cidade, feito pelo escritor Guido Bilharinho. A nova obra, que encerra a trilogia, traz informações preciosas sobre vários temas, inclusive sobre o “Culto da Saudade” que aqui defendi essa semana. Segundo Guido, nasceu em Uberaba, em 1926, a prática de doações no chamado “livro de ouro” colocado nos velórios de pessoas conhecidas para posterior distribuição às instituições filantrópicas. Pioneirismo que Uberaba abandonou, lamentavelmente.

Nova versão

Velhas conhecidas nas campanhas passadas quando eram contratadas por candidatos para desqualificar adversários, as “matraqueiras” trocaram os ônibus pelas redes sociais nessas eleições. Os chamados “fakes” também estão proliferando. Porém, vale o alerta: os IPs, ou seja, a identificação das máquinas, já é facilmente conseguida hoje em dia pela Polícia.

Investimento de peso

Foi de R$ 40 milhões o investimento que dotou o Shopping Uberaba de um complexo de cinema dos mais modernos do país. Só em equipamentos foram investidos 12 milhões de reais. Ficou um luxo!