ALTERNATIVA

Elisa promete transformar Uberaba num canteiro de obras em 2023

Lídia Prata
Lídia Prata
lidiaprata@jmonline.com.br
Publicado em 26/12/2022 às 21:32Atualizado em 29/12/2022 às 10:00
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ESTAMOS EM OBRAS

“Uberaba vai se transformar num grande canteiro de obras em 2023”. Esta foi uma das promessas da prefeita Elisa em entrevista exclusiva à Rádio JM, por onde ela começou nesta segunda-feira sua maratona de entrevistas à imprensa, para o fechamento de 2022. Durante duas horas a prefeita respondeu a dezenas de perguntas dos jornalistas do Grupo JM e de ouvintes e internautas sobre os mais diversos assuntos. E garantiu que a população vai perceber que o ano novo será de vida nova para a cidade.

PRETINHO NADA BÁSICO

Dentre outras obras, Elisa destacou o recapeamento das ruas e avenidas da cidade, serviço este que ela considera o maior projeto de reconstrução do pavimento asfáltico de Uberaba, de todos os tempos. A prefeita garantiu que os vereadores não interferiram na escolha das ruas que receberão nova capa de asfalto, mas admitiu que eles foram informados com antecedência quais serão as contempladas. De posse dessas informações privilegiadas, os parlamentares puderam “faturar” junto aos seus eleitores, como sendo uma “construção” a quatro mãos com o governo municipal. No entanto, Elisa foi taxativa: a definição dos 300 km de vias a serem recapeados foi puramente técnica. E mais: a lista das escolhidas será disponibilizada no site da Prefeitura assim que for dada a ordem de serviço à vencedora da licitação.

XÔ SUJEIRA!

Outra garantia dada pela prefeita: a partir do ano que vem, a limpeza pública deverá deixar a cidade “nos trinques”! Elisa reclamou que herdou um contrato mal feito (palavras dela) para a limpeza pública. Mas agora está passando de 8 para 28 equipes de limpeza, assim como incluindo diversos outros itens, como pintura de sarjetas. “Uberaba vai ter uma nova realidade na limpeza da cidade” - ressaltou a prefeita.

PAPO 10

Nessa nova realidade de Uberaba a partir de 2023, Elisa inclui um “up” na área central da cidade. No entanto, ela descarta a opção pela “arrecadação” de imóvel para quitação de débitos de IPTU pelo proprietário. Segundo a prefeita, esse instrumento só será usado em último caso.

Menos mal…

NEM PENSAR

Por outro lado, a prefeita não quer nem ouvir falar em dar autonomia a cada uma das secretarias ou pelo menos à Sesurb, para fazer suas próprias licitações. Lembra que as compras no setor de Obras e Serviços Urbanos tiveram problemas graves no passado, inclusive de ordem policial.

Elisa acredita que será possível zerar a montanha de mais de 330 pedidos de compras existentes atualmente na Secretaria de Administração com a criação da central de compras e a entrada em vigor da nova lei de licitações, prevista para abril de 2023. Oremos!

TRABALHÃO DANADO

A propósito, a prefeita justifica essa interminável fila de processos à espera da licitação de uma forma muito peculiar: “estamos trabalhando muito”, diz Elisa. Todavia, na PMU não é mais segredo algum que os processos chegam para licitação repletos de falhas, obrigando a devolução à secretaria de origem para emendas e correções, o que atrasa a sua tramitação. Não bastasse, a falta de controle efetiva de estoques tem gerado uma quantidade absurda de pedidos de “urgência” na capa dos processos. E, muitas vezes, quando chega a vez de uma licitação, os preços orçados pelo município já estão defasados, obrigando à retomada do processo desde o início. Elisa acredita que a implantação do novo sistema digital deverá acabar com esses problemas. Oremos em dobro!

DE CARREIRA

Elisa defende que a comissão de licitação seja composta exclusivamente por servidores de carreira, de modo que tenham a segurança de permanecer no cargo independentemente do governo ser A ou B. “Têm de ser os mesmos servidores efetivos, para responderem com seu CPF também” - destacou a prefeita.

VAI DAR TEMPO

Se Elisa tem uma carta na manga não se sabe. Mas ela assegurou, com máxima certeza e firmeza, que vai dar tempo de concluir a licitação para a gestão das UPAs a partir do segundo semestre. O prazo está ficando cada vez mais curto, contando meros seis meses até o fim do contrato com a Funepu e até agora não foi sequer publicado o edital. Todavia, a prefeita retrucou, quando indagada a respeit “parece até que vocês estão torcendo contra”...

É óbvio que não. Mas, em se tratando de uma concorrência tão melindrosa, que envolve cifras milionárias e interesses diversos, é legítima a preocupação com eventuais discussões judiciais envolvendo as várias etapas do processo licitatório. Até o Ministério Público já alertou sobre a exiguidade do prazo…

SISTEMA DIGITAL

O atraso tecnológico da Prefeitura parece inacreditável, mas existe. Para se ter uma ideia - e a prefeita contou que também passou por essa saia justa - não há controle efetivo das sepulturas nos cemitérios públicos de Uberaba. Somente agora as fichas físicas estão sendo digitalizadas, para efeito de cadastro. Quando ela perdeu familiar, a prefeita teve dificuldade em localizar a sepultura para o enterro, tendo de recorrer a outro familiar que se lembrava mais ou menos do local.

PARA MELHOR

A partir da informatização dos cemitérios, será possível verificar se há espaço para abrigar mais sepulturas. Elisa já percebeu que a classe média está com dificuldade para enterrar seus entes queridos, uma vez que os atuais cemitérios públicos estão superlotados (em tese), e a tabela de preços do cemitério particular nem sempre cabe no bolso do cidadão. Tanto assim que ela já está negociando a ampliação do cemitério Medalha Milagrosa, nos mesmos moldes do ocorrido com o campo santo de Ponte Alta.

TÔ FORA

Nem Bolsonaro, nem Mourão, nem Elisa. A prefeita, assim como o Presidente da República e seu vice, não pretende ir à posse de Lula, no dia 1º.

Por outro lado, ela adianta que em nome do desenvolvimento de Uberaba, deixará de lado as questões pessoais e político-partidárias, para defender os interesses do município com o governo, a partir de 2023.

PÉ DE MAMÃO, NÃO!

Publicado agora à noite em edição extraordinária do Porta Voz o decreto regulamentando a concessão do desconto de 5% no IPTU 2023, traduzindo em miúdos o chamado “IPTU Verde”. Na semana passada esta coluna alertou sobre as dúvidas em relação à aplicação prática desse desconto. Agora está claro que ter um pé de mamão ou um coqueiro na porta de casa não dará direito ao desconto. Tem de ser árvore que dê lenha.

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