Gê Alves interina Só não vê quem não quer. Portador de necessidades especiais, Israel Garcez adotou comportamento cidadão de apontar situações que incomodam a vida da população, pontuando à imprensa, na maioria das vezes com fotos, tais cenas. Que bom seria se mais pessoas agissem assim, claro, espera-se despretensiosamente de objetivos políticos pessoais. Seu último contato reclama do que é um descontentamento geral: os famosos buracos nas ruas, cada vez maiores e em maior número que estressam os uberabenses e fazem a festa das oficinas. “Quando reclamamos, somos chamados de chorões ou de oposição. Mas o que sabemos é que na hora do voto, nós, os eleitores, temos muito valor e somos considerados gente, pelo menos uma vez a cada dois anos”, diz. As imagens enviadas são do bairro Morumbi, em frente do centro de assistência social da Prefeitura. Resposta natural. Se a Câmara Municipal de Uberaba consegue demitir dezenas neste momento para fazer frente à redução do duodécimo – recursos que recebe a título de repasse mensal para se manter – não seria engano avaliar que tal economia já poderia estar ocorrendo. Ou seja, fica evidente que o Legislativo não precisa de tanto funcionário para caminhar. Acena ainda que fazem sentido os vários e antigos questionamentos da imprensa sobre o tamanho da folha de pagamentos. Os cortes agora observados demonstram que a Câmara operava em inchaço profundo. Esta verdade só cai por terra se os que ficarem não derem conta da demanda, hipótese que realmente não acredito. Se o Legislativo, ao longo dos anos, empregasse realmente o necessário, logicamente não teria sido concentrado na folha de pagamentos os cortes mais radicais. Muito blablablá. O professor universitário Paulo Henrique Lopes se diz decepcionado quanto à COP-15. O especialista em Gestão Ambiental diz ter botado fé na conferência, mas percebeu que muito precisamos evoluir para entender as causas ambientais. “Precisamos de mais técnicos no assunto nos governos e não aquele blablablá ideológico sem saber do que estão falando, como a Dilma Rousseff, dizendo que o meio ambiente é um obstáculo ao desenvolvimento sustentável." Para ele, o tema mundialmente carece evoluir e analisa que quando se precisa mexer em orçamento, em todas as esferas, o primeiro a ser lesado é justamente o meio ambiente. Em sua opinião, precisamos de sustentabilidade, mas também da viabilidade, o que apelida de “sustentaviabilidade”, para progredir. A fórmula, acredita, é pensar o ambiental em conjunto com o econômico e social: o viés da gestão Triple Bottom Line. “Não basta simplesmente sair batendo (como fazem os ambientalistas xiitas, que pouco se teorizam) ou se fazer de coitadinhos. Tem-se que criar metas e não falácias, acordos viáveis e perspectivas de fiel cumprimento”, encerra o especialista. Pra lua. Talvez num misto de estratégia e sorte, o secretário João Franco, embora não mais tão prestigiado no governo de Anderson Adauto como em tempos recentes, viu a Saúde desabar em Uberaba após sua saída da Pasta e agora assiste a números satisfatórios para a cidade em termos econômicos enquanto responde por secretaria afim no Município. Isto reforça ainda mais meu entendimento de que como de bobo não tem nada, João Franco jamais aceitaria, como ventilado, retomar a Saúde. Para que desafiar a sorte por mais que possa eventualmente adorar desafios? Por que alguém optaria pelo retorno diante de correr um risco ou cair em uma armadilha? Desabafo geral. Engenheiro, professor universitário e funcionário público, Osmar Ribeiro talvez tenha conseguido exprimir, em texto enviado à colunista, o sentimento de muitos. Aponta problemas sociais, estruturais e administrativos. Deficiências conjecturais da sociedade; a educação infantil e a falta de identidade; a segurança e a ausência do temor da lei, a religião e a falta de respeito, o ensino superior e a busca da enganosa nota; a Justiça e a sua lentidão. Analisa também as dificuldades estruturais, as carências de espaços públicos, as vias deficientes, mas com fiscalizadores de velocidade para captar recursos, (Santana Borges serve de exemplo). Pedido de misericórdia. Como técnico, Osmar opina que a cidade apresenta problemas vários de engenharia (circulação viária, semáforos, enchentes, poluição de cursos de águas, etc.). Na linha administrativa, observa o Plano Diretor à mercê das peculiares individuais. O planejamento da cidade, tentando se equilibrar a todo custo como um órgão municipal e, acredita, deverá conseguir, pois um engenheiro, agora, está no seu comando. Os servidores municipais são descritos por Osmar como povo sofrido, com salários vergonhosos e muitos tidos como usurpadores diante de benefícios legais. “Os óbices podem ser muitos, porém nunca serão maiores que homens corajosos e destemidos. Que Deus nos abençoe e passe, com sua misericórdia, pela cidade movimentando os corações de gigantes amortecidos que se encontram por aí”, encerra.