SÓ URGÊNCIA
A partir de segunda-feira, dia 20, o Hospital do Amor, de Barretos, vai reduzir drasticamente os atendimentos. Acontece que uma ordem judicial afastou 400 funcionários do trabalho, como medida preventiva ao risco de contágio pelo coronavírus, depois que um enfermeiro do hospital morreu vítima da Covid-19. A ação foi movida pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Ribeirão Preto e região para proteger os funcionários que se enquadram no grupo de risco do coronavírus. Diante disso, apenas os casos oncológicos mais graves serão atendidos no Hospital do Amor.
QUE SITUAÇÃO!!!
Embora o Hospital de Clínicas da UFTM tenha área específica no Pronto Socorro para atendimento a casos suspeitos de Covid-19, deixou paciente aguardando dentro de ambulância por mais de duas horas na porta e não permitiu sua entrada, alegando que ela era suspeita de coronavírus. A paciente, no caso, é uma mulher de 61 anos, de Pirajuba, que estava em tratamento em Frutal. Teve sua transferência solicitada para o Hospital de Clínicas, mas lá chegando foi barrada. Levada ao Hospital Regional, para não ficar sem assistência, lá se constatou que o caso não era de Covid-19. Resultad a coitada acabou sendo transferida para outro hospital.
Acionada, a superintendência do Hospital de Clínicas ainda não se posicionou sobre os motivos da recusa no atendimento à paciente.
TOQUE DE RECOLHER
Lojas de conveniência nos postos de gasolina estão enquadradas nas regras ditadas pelo decreto 5459/2020, válidas para o comércio em geral. Isso significa que não podem funcionar no período entre meia noite e 5h da manhã, para tristeza da moçada que faz point nesses locais nos finais de semana.
E AS GARAGENS?
Questionado em entrevista ao programa O Pingo do Jota, da Rádio JM, na manhã deste sábado, o secretário de Saúde Iraci Neto rodeou e não respondeu claramente como ficará a situação das garagens de veículos usados, e lojas de tecidos, móveis, calçados e roupas, diante do Decreto que permite a reabertura do comércio em Uberaba. Uma das restrições ao atendimento normal é justamente a obrigatoriedade de colocação de barreiras na porta do estabelecimento para impedir que o cliente entre. Pois bem. O secretário sugeriu que os garageiros mostrem os produtos aos clientes através fotos dos veículos enviadas pelo celular. Será que esse método de venda vai funcionar na prática? Com veículo pode até ser que tenha algum êxito, mas com tecidos e móveis será bem mais complicado…
BARREIRA PARA TODOS
A propósito, a obrigatoriedade de instalação de barreiras vale para todo o comércio. Ao responder a pergunta de ouvinte sobre estabelecimentos que prestam serviços de informática, o secretário Iraci Neto foi taxativ a regra vale para todos. E sugeriu que as empresas desse segmento mantenham funcionário para atender os clientes na porta.
DEMISSÕES EM MASSA
Presidente do Sindicato dos Contabilistas fez os cálculos e chegou à assustadora conclusã a pandemia já dizimou cerca de 15 mil empregos em Uberaba. Para chegar nesse número, Marco Antônio de Oliveira fez um levantamento das demissões processadas em todos os escritórios de contabilidade da cidade, considerando o período de 24 de março até 15 de abril. Embora os números não sejam oficiais, porque o Caged está fora do ar, são altamente preocupantes.
DIFÍCIL REGRESSO
Ainda de acordo com o presidente do SindCont, muitas empresas colocaram seus empregados de férias quando o comércio foi obrigado a fechar as portas. Agora as férias estão acabando. Outras empresas, por sua vez, optaram pela suspensão dos contratos de trabalho, ou redução da jornada e de salários. Nesta situação há cerca de 9 mil trabalhadores em Uberaba. Esse número pode aumentar, pois aquelas empresas que optaram pelas férias coletivas poderão agora recorrer também à suspensão dos contratos ou redução de jornada e salários. Isso significa que a retomada da economia local vai demorar. Marco Antônio acredita que essa retomada será lenta, muito lenta.
NOVA ORDEM
Para o ex-presidente da Aciu, Karim Mauad, os números do desemprego em Uberaba sinalizam que haverá uma nova ordem econômica no pós-Covid 19. “Os modelos de negócios que tínhamos até aqui terão de ser repensados e certamente serão substituídos por outros, não apenas aqui como no resto do mundo”.
Karim chama a atenção para um fato inédito no cenário internacional: “Nunca imaginei ouvir o FMI pedir aos países credores para darem 1 ano de refresco para os devedores, como estamos ouvindo agora”.
QUEM DIRIA?
Segundo Karim, a pandemia tem provocado outras mudanças que às vezes escapam à percepção das pessoas comuns. Uma delas é a inédita união dos três maiores bancos privados do país para formatar modelo de socorro às empresas com juros mais baratos e para tomar medidas preventivas contra provável inadimplência muito alta em todas as áreas. Até propaganda na TV esses três bancos estão fazendo juntos.
Aliás, diante desse quadro, Karim lança um alerta aos empresários: “Quem vender a prazo, daqui pra frente, vai precisar ter muito cuidado. Vender é importante, mas receber também.”
MAIS FÔLEGO
“Tudo aquilo que o Brasil conseguiu reduzir de despesas com as reformas de 2018 e 2019 será consumido agora para salvar a economia. Esse refresco que o Governo está dando às empresas, com a concessão de crédito para folha de pagamento e flexibilização dos contratos de trabalho pelos próximos 60 a 90 dias, não será suficiente. Serão necessários outros 90 dias para as empresas começarem a respirar. Na pior das hipóteses, o Governo terá de prorrogar o que está concedendo agora” - analisa Karim.
Na avaliação do ex-presidente da Aciu, é hora de o Governo criar novos mecanismos de estímulo às empresas para ajudar a economia se reerguer.
ALTERNATIVA PARA O GASODUTO
Pré-candidato a prefeito pelo Patriotas, o empresário Antônio Marques de Oliveira Neto voltou a defender a abertura de capital da Codau, com consequente venda de 5% de suas ações e, assim, levantar recursos capazes de custear a construção do gasoduto a partir de São Carlos até Uberaba.
Em entrevista ao Pingo do Jota, Antônio Neto explicou que serão 220 km de duto até o Distrito Industrial 3, ao custo de 220 milhões de reais. O BNDES pode financiar 80% desse valor, ficando o restante para o Município e a iniciativa privada aportarem, o que dá algo em torno de R$ 44 milhões. A Codau, por sua vez, está avaliada em R$ 400 milhões no mercado. “Ou seja, se nós vendermos 5% da Codau na Bolsa de Valores, como proponho, conseguiremos participar com 50% do consórcio para viabilizar o gasoduto. Esse investimento será capaz de gerar milhares de empregos para Uberaba. Poderemos ter uma distribuidora de gás no DI-3. Sem contar que vamos ter uma vantagem competitiva muito grande no mercado” - destacou, ressaltando que o gasoduto poderá representar a redenção energética do município, que hoje depende exclusivamente da Cemig.
A HORA É ESTA!
Ainda de acordo com Antônio Neto, já existem interessados na iniciativa privada para participar desse consórcio para viabilização do gasoduto de transporte entre São Carlos e o DI-3. Citou, inclusive, a Encalso, empresa que construiu os três residenciais Damha em Uberaba.
“Temos de aproveitar essa crise agora, porque está gerando uma oportunidade sem precedentes de termos o gasoduto. Está na hora de Uberaba reescrever sua história.” - frisou Antônio Neto.