Chá de palha
Foi morno o debate entre os candidatos a prefeito de Uberaba levado ao ar pela Band Triângulo, na noite de sábado. Debate, propriamente, não teve. Foi mais um jogo de perguntas e respostas, sem tempero algum. Duas horas enfadonhas de blablablá, reflexo desse processo eleitoral sem graça que estamos vivendo em Uberaba. Todas as abordagens foram superficiais. Nenhuma proposta efetiva chegou a ser apresentada, talvez em razão do curto espaço de tempo para perguntas e respostas. E a culpa obviamente não foi da Band. A emissora disponibilizou espaço em horário nobre, num sábado, para que os candidatos rasgassem o verbo. Mas eles foram tímidos e não conseguiram atrair os eleitores. Foi uma pena. Desperdiçaram uma oportunidade excelente de conquistar votos e convencer eleitores indecisos. Ao final, nas considerações derradeiras, teve até quem agradecesse telespectadores por ter “aguentado” ouvi-los...
Olho no olho
Lerin (PSB) mandou bem no debate da Band. Não tanto em razão das propostas inéditas ou empolgantes – que não vieram à tona. Mas o candidato olhou para a câmera com a segurança dos veteranos apresentadores de televisão. Estava treinadíssimo e desinibido, como de costume, embora isso não o tenha livrado do tiroteio de Edson Santana.
Cautela e caldo de galinha...
Já o candidato Fahim Sawan (PSDB) pisou em ovos durante o debate e preferiu um tom mais suave para sua participação. Nesse momento, todos sabem que não podem errar, nem perder as estribeiras, sob pena de não passar para o segundo turno. Experiente, Fahim foi cauteloso.
Tiroteio
Edson Santana (PPS) e Wagner Júnior (PTC) marcaram pontos com atuação oposta, mais contundente. Aliás, os dois lanternas nas pesquisas de intenção de votos estão roubando a cena nos debates, mostrando postura mais crítica que os concorrentes.
Perdido
Líder nas pesquisas já publicadas até agora, o peemedebista Paulo Piau não conseguiu achar a câmera da Band, durante o debate de sábado. Faltou orientação técnica ao candidato, o que o deixou com olhar perdido o tempo todo. Não pode!
Secretaria desnecessária
O candidato do PT estava mais calmo na Band do que no debate do Marista. Mas Adelmo Carneiro pisou na bola quando anunciou que vai criar uma Secretaria de Cultura, caso seja eleito. Francamente. Secretaria de Cultura para quê? Uberaba já tem uma Secretaria de Educação e Cultura e uma Fundação Cultural para fomentar esse setor. Em vez de ficar criando despesa com ampliação da estrutura de primeiro escalão, cabe ao próximo prefeito ouvir os segmentos envolvidos, definir metas de trabalho na área cultural e cumpri-las.
Chateação fonada
Todos os candidatos estão se queixando de falta de dinheiro para tocar as respectivas campanhas. Mas percebo que em alguns casos o “pouco dinheiro” tem sido desperdiçado com certas ações. Sinceramente não sei até que ponto vale o investimento em ligações telefônicas para a casa de eleitores, com gravações longas e chatas. O eleitor atende ao telefone e vai logo escutand “Olá, eu sou fulano de tal, candidato a prefeito, e peço o seu voto”... Não respeitam sequer o horário de descanso do cidadão, pois as ligações são feitas aos sábados, domingos, em horário de almoço, no horário da novela... Uma chateação!
Mais uma
Mais uma pesquisa foi brecada pela Justiça Eleitoral em Uberaba. Desta vez é a pesquisa Vox Populi, cujos dados foram coletados nos dias 12 e 13, sendo que em um dos questionários não havia o nome de Wagner Júnior (PTC), autor da representação. Esta pesquisa não poderá ser publicada.
De araque
Embora seja voz corrente que as exonerações na Prefeitura estão diretamente ligadas às eleições e à infidelidade partidária, é certo que nem todo “pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Ou seja, há cargos de confiança que não passam de cargos de conveniência. Consta, por exemplo, que cupinchas de certos vereadores já foram readmitidos pela PMU, depois de terem sido exonerados ao argumento de “infidelidade partidária”. Resta saber quem virou o jogo, se o prefeito ou os vereadores que voltaram a emplacar seus pupilos na PMU...
Mensalão
Para o relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, “não há qualquer dúvida de compra de votos a essa altura do julgamento”. Na sessão de ontem, o ministro destacou que ao revelar o esquema de compra de votos no governo Lula, o ex-deputado Roberto Jefferson estava “distante da mera vingança política”. E foi além: “Há várias provas de reuniões mantidas entre os interessados no apoio, de tarefas distribuídas; não vislumbro qualquer deficiência probatória quanto a esse crime”, disse, rejeitando a tese de que houve apenas caixa dois de campanha.