ALTERNATIVA

Manchete do Jornal da Manhã cai como uma bomba

Desde a campanha eleitoral o então candidato Fernando (Leia mais...)

Lídia Prata
Publicado em 06/01/2015 às 10:09Atualizado em 17/12/2022 às 01:57
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 E agora?

Manchete do Jornal da Manhã no domingo caiu como uma bomba em Uberaba. Mas não se pode dizer que tenha sido propriamente uma surpresa. Desde a campanha eleitoral o então candidato Fernando Pimentel deixou clara a discordância em relação ao projeto do governo tucano para viabilizar o gasoduto mineiro. Não deu outra. A licitação para contratar projeto técnico foi cancelada e agora reina absoluta incerteza sobre o destino do gasoduto e, principalmente, da fábrica de amônia da Petrobras em Uberaba. Bom será se essa planta não for pro brejo também. Desculpa para cancelar ou adiar o projeto a Petrobras tem de sobra: dificuldades financeiras, investigações sobre o contrato firmado com a Toyo-Setal para construção da fábrica em Uberaba e agora o atraso no gasoduto. E, como todos sabem, sem gás não tem fábrica de amônia...

Pulga atrás da orelha

É bom ficarmos todos de olhos bem abertos. Os projetos da Petrobras estão muito embananados desde que veio à tona o escândalo da corrupção na estatal. Nesta segunda-feira, o jornal “O Globo”, por exemplo, trouxe extensa matéria sobre o projeto de uma usina térmica da Petrobras no Amazonas. No dia 28 de novembro de 2014, esse projeto era considerado o mais competitivo do leilão do setor de energia do Governo. O jornal carioca apurou que, “entre os 36 projetos de termelétricas habilitados para o certame que define contratos de venda de energia elétrica que serão cumpridos cinco anos depois, apenas Azulão (Amazonas) e outra usina tinham gás natural garantido a partir de fonte própria, na “boca do poço”, como se diz no jargão do setor. Apesar dessa vantagem competitiva, a Petrobras foi obrigada, pelas suspeitas de corrupção que pairam sobre seus contratos, a desistir do leilão. Agora, corre o risco de perder o direito de explorar uma reserva estimada em 4,7 bilhões de metros cúbicos de gás natural que descobriu há 15 anos no meio da Amazônia”.

O imbróglio continua

A estatal nega que a perda do leilão tenha sido motivada por suspeita de corrupção. Mas é certo que ela foi obrigada a desistir da construção da usina com capacidade instalada de 102 MW porque a empresa que venceu a licitação para tocar a obra foi a Toyo Setal, envolvida nas investigações da operação Lava Jato. Vale lembrar que a Toyo-Setal é a mesma que está construindo a fábrica de amônia em Uberaba. É também uma das 23 empresas proibidas de firmar contratos com a Petrobras enquanto são feitas apurações internas das denúncias de superfaturamento de contratos. Entre os denunciantes estão Júlio Camargo e Augusto Mendonça, executivos da Toyo e da Setal, que admitiram, em delação premiada, ter participado de um cartel para fraudar licitações da estatal.

Envolvimento – Segundo ainda o jornal “O Globo”, “documentos internos da estatal mostram que a Petrobras já pretendia oferecer a energia de Azulão no leilão de dezembro de 2013, um mês depois de a Toyo Setal ter ganho o contrato. Foi impedida por atrasos no licenciamento ambiental. Porém, segundo um gerente, a concorrência foi viciada para que a Toyo vencesse com proposta pouco abaixo do teto da faixa de preços que a estatal estabelece.”

Sabia ou não sabia? – Na época da concorrência na Amazônia pela modalidade “convite”, Graça Foster já era presidente da Petrobras e Renato Duque, que foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, havia sido substituído pelo atual diretor de Engenharia, José Figueiredo.

Que sufoco!

Segundo fontes ligadas ao prefeito Paulo Piau, ele não fez outra coisa nesta segunda-feira senão articular politicamente para evitar que a planta de amônia da Petrobras seja cancelada ou adiada mais uma vez. Mas tudo vai depender do destino a ser dado ao gasoduto. Se o governador Pimentel for sensível o suficiente para agilizar uma outra solução para trazer o gás até Uberaba, dentro do cronograma que a Petrobras definiu, poderemos praticamente respirar aliviados. Caso contrário, o governo do PT poderá ser responsabilizado pela perda do maior investimento que a cidade e a região teriam através do gasoduto e da fábrica de amônia.

Troca troca

Ainda que essa confusão do gasoduto tenha roubado a cena neste começo de ano, é certo que o prefeito Paulo Piau promoverá duas mudanças importantes no seu time. E o fará ainda este mês, segundo fontes ligadas a ele.

Companheiro é companheiro

Segundo comentários de bastidores (que o prefeito não confirma), a demora em substituir o secretário de Saúde vai além da dificuldade em conseguir um nome à altura do cargo. Tem uma explicação fundamentada na lealdade. Com base no lema “companheiro é companheiro”, consta que Piau estaria até mesmo tentando uma saída honrosa para Fahim Sawan, materializada possivelmente através de um cargo no governo do Estado. Segundo fontes desta coluna, Piau não quer que Fahim saia “por baixo” ou desprestigiado, já que entende que o secretário tem seus méritos. A conferir.

Desafios

Presidente do Codau avalia que 2014 foi um ano bom para a autarquia, apesar dos desafios pesados que enfrentou, como a seca prolongada, as obras do Água Viva, vazamentos etc. O Codau fechou o ano com média de 100 atendimentos por dia somente entre manutenções de vazamentos, ligações de água e esgoto. Mas, segundo Luiz Guaritá Neto, o grande desafio é o que vem por aí: resolver os problemas de saneamento de Uberaba para os próximos 20 anos. A represa no rio Uberaba, acima da estação de captação, está entre as prioridades. “Cuidar do Codau e fazer da autarquia um modelo no que tange ao saneamento é um desafio prazeroso”, sentencia.

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