ALTERNATIVA

'Me ajudem, companheiros'

No popular, Lula, mandou o seu recado em 8 minutos de explicações

Lídia Prata
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:25
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Por Gê Alves - interina

gealves13@gmail.com No mesmo dia em que os números recordes de desemprego no Brasil vieram a público, Lula foi reconhecido como a 18ª pessoa mais influente do mundo. Mas o brilho acabou ofuscado pela presença da primeira-dama francesa que, no Brasil, atraiu todos os holofotes, roubou a cena. E Lula, neste emaranhado, chamou a atenção para si e falou à Nação. Falou muito, oito minutos. Uma fala popular - com cara de povo ("Dinheirinho no bolso"), encorajante ("Não furte seu sonho com medo do futuro"), explicou a crise e a cadeia produtiva de forma quase didática ou paternal ("Se você não comprar, o comércio não vende. E se a loja não vender, não fará novas encomendas à fábrica. E aí a fábrica produzirá menos"), ameaçadora ("E, em médio prazo, o seu emprego poderá estar em risco). Ali estava um Lula desesperado diante de uma situação de crise, um desafio dos grandes, que ele nunca viveu como presidente. Mas se fez entender por todos, é persuasivo, convincente. E mais: às vésperas do Natal, quando as pessoas estão mais sensíveis e loucas para consumir. Afinal, o conselho foi este: "Quando você e sua família compram um bem, não estão só realizando um sonho. Estão também contribuindo para manter a roda da economia girando. E isso é bom para todos." Resumo da fala do presidente seria "Me ajudem, companheiros! ".   Para inglês. Sem abono para o funcionalismo, férias fora de hora penalizando colaboradores no momento do acerto (apesar de ser legal), e uma grande média: a maquiada devolução de valores ao erário para encobrir uma má administração e posar como aquele que soube contornar uma situação de crise. Esta foi a estratégia de Lourival dos Santos no comando da Câmara para fechar a contabilidade. Ou seja, quem salvou não foi o ótimo comandante, mas o trabalhador às custas de sacrifícios impostos goela abaixo depois de ser cevado com gordos abonos e outros agrados enquanto interessava. Lourival segurou até onde deu, empurrou com a barriga, criou factóides, explicações inexplicáveis, soluções não-confirmadas, porque precisava do voto popular para voltar ao Legislativo. Não poderia carregar, naquele momento, a imagem do fracasso administrativo. Passadas as eleições, com interesse em continuar presidente, o voto que passou a lhe interessar foi o voto político, de vereadores, e aí veio o bote. Pior mesmo foi ouvir do próprio que sua maior marca foi fazer uma administração humanizada. E mais: "Me sinto mais experiente agora até para dizer não". Precisa comentar?   Semelhanças. Vereador de primeiro mandato, o professor Carlos Godoy não gosta quando ouve que vai ocupar a vaga deixada por Marilda Ribeiro, já que ambos são do magistério. "Não pretendo substituir a vereadora Marilda, até pelo respeito que tenho a ela, mas quero contribuir com minha categoria, minha origem." A exemplo do discurso da petista, diz que vai nortear suas ações parlamentares pela independência, transparência e princípios. "É isto que quero para meu mandato e para o PTB", reforça. Godoy aponta para a vontade de buscar o resgate da juventude e da sociedade, hoje alheios à política.   Contagem. Caminha para decisão final a celeuma em que se transformou o concurso da Câmara de Uberaba. As partes interessadas aguardam o fim do recesso do Judiciário torcendo que a decisão final, a cargo do ministro Marco Aurélio, do STF, ocorra nos primeiros meses de 2009.   Indignação.Transcrevo na íntegra e-mail de moradora da rua Cazuza. É para pensar: "Estou indignada. Um senhor passou mal aqui na rua de casa nesta semana. Ligamos para o Samu, não veio, encaminhou para ambulância da Prefeitura, que também não veio. É um absurdo. Eles perguntam o que a pessoa está sentindo e dão o diagnóstico - se é sério ou não - por conta da telefonista. Estou passada com a qualidade de vida da nossa cidade. Pobre tem que morrer, não tem vez. Desculpa falar assim, mas é que fiquei muito indignada."   Cobrança. Moradores das imediações do recém-inaugurado viaduto da rua Felipe Aché, no bairro Boa Vista, e usuários daquela via cobram da Cemig a instalação de postes no lado direito de quem trafega no sentido bairro-centro.   Interatividade. Não há dúvidas de que o prefeito vem adotando um novo layout político para encarnar 2009 e, com certeza, 2010. Para começar, parece ter aberto olhos e ouvidos para o G-9 – grupo apartidário que aglomera vários segmentos da sociedade civil organizada. Quanto à imprensa, também se mostra mais compreensivo e diz reconhecer sua importância, inclusive quando apresenta críticas lógicas e problemas em nome da comunidade. "Enxergo até onde meus olhos alcançam", diz, justificando que muitas vezes a imprensa aponta para questões não-percebidas pela Administração.   Momento. Prefeitos, sobretudo os de primeira viagem, gostariam de estar mais eufóricos e empolgados com a posse. Mas o que se vê é muita preocupação e tensão diante da crise mundial e que, seguramente, vai refletir na realidade que os espera.   Um super Natal aos leitores e anunciantes do Jornal da Manhã. Em nome de Lídia Prata e em meu nome, os agradecimentos sinceros às mensagens carinhosas que recebemos neste fim de ano. Que 2009 venha mesmo com muita energia positiva.    

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