ALTERNATIVA

Nem que sim, nem que não

Urubatan Helou, presidente da Air Minas, decidirá em agosto se os voos continuam

Lídia Prata
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 11:37
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Por Gê Alves gealves13@gmail.com   Passei boa parte de terça-feira lendo e-mails de leitores se manifestando sobre o baixo volume de embarques no voo da Air Minas, inaugurado há pouco mais de um mês, ligando Uberaba a São Paulo, bem como a possibilidade analisada pela coluna de que a operação possa a vir, novamente, ser suspensa.Os leitores foram unânimes em algumas observações. Avaliam, por exemplo, ser elevado o custo da passagem. É que a empresa lançou o voo com preço semelhante à TAM/Gol de Congonhas para Uberlândia. Entretanto, quando utilizado o mesmo aeroporto de partida para comparação, observa-se que a Passaredo oferece frequências diárias operando o mesmo tipo de aeronave (EMB120 - Brasília) com preços 30% menores. Os leitores também lamentam o fato de a Air Minas não ter feito uma promoção inaugural, reclamam falta de divulgação maciça na região, criticam a opção por Guarulhos em detrimento de Congonhas e não concordam que o prefeito deva lavar as mãos caso a empresa desista de oferecer o trajeto. Agradeço a cada leitor por prestigiar a coluna e por se manifestar. Coluna, pra mim, é mesmo um espaço para o debate da sociedade. Por isto, selecionei alguns comentários para constar hoje neste espaço. Aos leitores que não foram citados (até por questão de espaço) peço desculpas, mas as suas opiniões estão contempladas nas notas a seguir.   Decepção. Uberabense residente em São Paulo há 14 anos, Antonio Marques de Oliveira Neto, vice-presidente do Debt Capital Markets-HSBC Bank Brasil S.A. – Banco Múltiplo, conta que faz o trajeto a cada quinze dias. Mas diz que se desloca de carro ou via voo até Uberlândia. “Antes do anúncio da Air Minas, tinha a esperança de novamente me deslocar rapidamente para Uberaba. Entretanto, isto ainda não é possível, pois a companhia conseguiu escolher os piores horários e dias para os seus voos”, opina, alegando ser esta também a opinião de conterrâneos amigos residentes em Sampa e usuários frequentes do transporte aéreo.   Sugestões. Neto sugere àAir Minas considerar alguns fatores no replanejamento da rota. Considera que a maior demanda, pelo perfil de Uberaba, são pessoas com laços com a cidade que visitam parentes. Ressalta que este fluxo não é pequeno, bastando verificar o movimento de outros meio de transporte que fazem a mesma rota como veículos individuais e ônibus interestaduais. “Quem mora em São Paulo, sabe que aqui existe uma miniUberaba, composta por mais de 50 mil uberabenses que deixaram a cidade para trabalhar ou estudar. Com isso, coincidência ou não, o maior fluxo de passageiros é no fim de semana”, analisa. Dentro desta lógica, acredita que a empresa deveria começar priorizando os fins de semana. Para ele, também é infeliz o horário de partida de São Paulo, ressaltando principalmente a opção pelo aeroporto de Guarulhos.   Matemática. “Considerando o trânsito caótico de São Paulo, para se deslocar da região da avenida Paulista, por exemplo, o passageiro teria que sair de casa ou do trabalho com pelo menos três horas de antecedência. Ou seja, como o avião parte às 19h, os passageiros têm que estar no taxi às 16h, que é justamente o início do rush. Com isso, um dos principais benefícios do transporte aéreo, que é a economia de tempo, praticamente desaparece”, explica. Isto sem contar ter que deixar o trabalho horas antes do final do expediente. Para efeito de comparação, o executivo demonstra que de carro (média de 110 km/h), e mesmo considerando o tempo para sair de São Paulo, o mesmo trajeto consome cerca de cinco horas. Melhor, segundo ele, é sair da Paulista e ir para Congonhas e voar para Uberlândia e, então, se deslocar a Uberaba. Neste caso, salienta, o tempo total é de 3h25. “Isto voando TAM ou Gol em jatos e acumulando milhas”, lembra. Para ele, deveriam ser mantidos os horários da Pantanal, que deixava Congonhas às 21h40, fazendo o tempo total de deslocamento cair para, no máximo, duas horas e 30 minutos.   Opções. Do contrário, diz Neto, restará à Air Minas continuar com a baixa demanda, prejuízos e abandonar a rota ou explorar de maneira mais eficiente serviços de shuttle, que ela já faz para o hub regional, que é Uberlândia. Isto – afirma – funciona muito bem nos Estados Unidos. Neste caso, a empresa seria um feeder estabelecendo um code share com a Gol ou TAM, como a Trip já tem. E exemplifica: “No próximo fim de semana vou para Uberaba de avião. Saio de Congonhas às 19h, chego em Uberlândia às 20h10 e embarco pela Trip às 20h50, chegando e Uberaba às 20h10”,  finaliza.   Fora de mão. Já Wesley Carvalho concorda que se não tiver demanda, a empresa não vai manter este voo. Porém, critica os valores nada convidativos, principalmente comparados a outras empresas e rotas. Diz que antes do lançamento do voo pela Air Minas, viajou de Ribeirão a São Paulo pela Passaredo por R$ 149 (valor ainda em vigor). Gabriel Gonzales, por sua vez, diz que é muito fácil jogar a culpa nos uberabenses e dizer que em Uberaba nada dá certo. Mas acredita que estava claro, antes do início, que não iria vingar. O motivo principal, segundo sua análise, é que quem vai a São Paulo a negócios, além de uma aeronave imponente, quer desembarcar em Congonhas. “Não adianta colocarem voo caro desembarcando em Guarulhos, aeroporto totalmente fora de mão. Onze passageiros por dia está até demais. É só ir ao terminal em Uberlândia para se ver a quantidade de uberabenses todos os dias”, diz.   Crítica. O leitor Gabriel não poupa críticas à fala do prefeito de que esta seria sua última tentativa de garantir voos ligando Uberaba a São Paulo. “Ainda temos de aturar o prefeito dizendo que não vai mover uma palha para resolver isso. Ora, quem vai então? O bispo? O Anderson Adauto não quis ser prefeito? Então, ele tem a obrigação de resolver. Como esses políticos querem desenvolver e industrializar Uberaba e até uma fábrica de automóveis se não conseguem o básico? É o cúmulo não conseguirem junto à TAM ou GOL que ao menos um voo que saia de Uberlândia rumo a São Paulo faça uma escala em Uberaba!”, encerra.   Reforçando. Alexandre Moreira resume bem o sentimento dos leitores, avaliando que o índice de passageiros não está satisfatório por três motivos: desembarque em Guarulhos, modelo da aeronave e preços pouco atrativos. Ele critica a falta de promoção inicial para atrair o público-alvo e a discreta divulgação por parte da empresa na microrregião. Para ele, “nossas autoridades” deveriam voltar as atenções para outras companhias, como Gol e TAM, fazendo escalas em Uberaba. “A maioria dos uberabenses que viajam durante a semana para São Paulo possuem negócios direto na capital, sendo interessante descer em Congonhas”, observa.   Resposta. Ainda na segunda-feira, tão logo recebi a nota da Air Minas, fiz contato com a empresa. A assessoria de imprensa não responde nem sim nem não ao questionamento sobre a possibilidade de encerramento do voo Uberaba/São Paulo/Uberaba. Apenas reforça que avaliação acontece em agosto de 2009. Para quem sabe ler...

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