Interina: Larissa Prata
Hi-tech
Já está em andamento o processo licitatório para a contratação de empresa especializada na gestão integral da saúde em Uberaba. A proposta vai além do prontuário eletrônico, sendo uma forma de integrar tudo sobre o paciente na rede pública de saúde. À coluna Alternativa, o secretário Sétimo Bóscolo explicou que, seguindo o termo de referência elaborado pela pasta, o novo sistema vai unir em um único lugar todas as informações sobre o paciente, seja nas unidades de saúde mantidas pelo Município (básicas, regionais e matriciais) como também as de pronto atendimento. “Vai ser o arranque”, anima-se Sétimo.
Por que mudar?
Sétimo explicou, ainda, que o atual sistema não atinge todas as informações, ficando restrito apenas às unidades assistenciais e, assim, a atenção básica não se comunica com a atenção especializada. Quando o novo sistema estiver em funcionamento, ele será alimentado em tempo real até mesmo pelos agentes de saúde, que receberão tablets para as visitas domiciliares. Os equipamentos, inclusive, já foram comprados e estão em poder da SMS, sendo que alguns deles já estão percorrendo as ruas com os agentes no bairro Boa Vista, que passa por uma espécie de “test-drive” da proposta de gestão integrada da Saúde. Os equipamentos também proporcionarão mais segurança aos agentes, justamente por conterem GPS, identificando onde eles estão atuando.
Segurança e otimização
Além de trazer mais conforto ao usuário do SUS, o novo sistema também minará o desperdício. Segundo explicou Sétimo Bóscolo, há casos de exames feitos em excesso, justamente pela falta de comunicação entre as unidades de saúde. “Evitar o desperdício é uma forma de economizar”, avalia o secretário. Assim, ao consultar o paciente será possível saber toda vida pregressa dele, com o histórico de tratamento, para auxiliar também no acompanhamento e profilaxia. De quebra, facilitará à Saúde mapear o atendimento de pacientes. Somente em posse dos números é que se torna possível fazer uma gestão eficiente.
Inspiração
Nas andanças Brasil afora desde o ano passado, Sétimo e a equipe da Saúde viram o funcionamento eficaz da gestão de saúde para inspirar o termo de referência para Uberaba, que precisou ser altamente detalhado “para evitar trocar gato por lebre”, segundo o secretário. O processo licitatório é tocado pela Codiub que, embora não tenha braço para alcançar o desenvolvimento de um projeto de tamanha magnitude, é investida de conhecimento para orientar o processo. Nesse sentido, importa destacar que os profissionais envolvidos com a tecnologia são caros e a morosidade com que é feita a contratação em serviço público, aliado aos baixos salários pagos, inviabilizam que a Codiub tenha corpo para abraçar um projeto desse tamanho.
Logo ali
Sem estabelecer nenhum tipo de comparação ou crítica a outros ocupantes da pasta, Sétimo reitera a necessidade de se investir em gestão eficiente de recursos, além do investimento em contratação de pessoal. Otimista, ele revelou à Alternativa estar ansioso por ver tudo funcionando e afirmou que a expectativa é que na virada do ano o sistema esteja em fase de implementação. Seguindo toda a tramitação legal, o vencedor do processo deve ser conhecido nos próximos 30 dias, em média. O custo global de um projeto dessa magnitude será de cerca de R$ 160 mil mensais, para gerir toda a parte assistencial das unidades. O próximo passo é integrar o sistema com os hospitais e, na sequência, com a iniciativa privada também.
Salários
“Não existe uma bala de prata”, disse Sétimo Bóscolo. Na falta de milagre, é preciso mirar para o que é possível ser feito. O secretário reconhece a dificuldade na contratação de médicos — e um exemplo recente e reiterado é de pediatras, que recebem R$ 1.200 por plantão em Uberaba, enquanto em cidades da região se para R$ 2.000 — e explicou que a prefeita Elisa Araújo também é sensível à questão e tem ideia de promover uma reforma administrativa para melhorar os salários dos profissionais. Mas a gente sabe que esse é um desafio e tanto, já que precisa ter, no mínimo, previsão orçamentária, o que requer um alinhamento com a Câmara Municipal. Para se ter uma ideia, Sétimo Bóscolo contou que no último processo seletivo para médicos da família, de 15 convocados, quatro compareceram e uma das pessoas nem voltou no dia seguinte. Ou seja, realmente é preciso olhar com carinho para a dificuldade de contratação no poder público.
Ladrilhar
Em entrevista ao JM News 1ª edição, Mateus Simões, candidato a vice-governador na chapa do Novo, revelou que as estradas da região de Uberaba serão prioridade em um eventual segundo mandato do Romeu Zema. Ele esteve por aqui e veio de carro à região, então pôde conferir de perto a buraqueira e precariedade. “Desafios grandes de infraestrutura no entorno de Uberaba, na ligação com alguns pólos regionais, que precisam estar articulados na logística. Se a gente pensar na quantidade de estradas que precisam de recapeamento no entorno, isso fica muito evidente. Nós também temos o desafio no fornecimento de energia e na qualificação de mão de obra, então nós vamos ter um investimento muito focado em profissionalizante, ligado à necessidade atual do crescimento industrial de Uberaba”, avaliou o candidato, que, inclusive, se considera uberabense por ter sido criado por aqui.
Além do horizonte
Lúcido como lhe é peculiar, Cristóvam Buarque falou à Rádio JM nesta sexta-feira sobre a decisão de votar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Ter sido coerente com o que sempre pregou e o levou à decisão técnica, visto que ele já havia denunciado situação de irresponsabilidade fiscal em relatórios como senador. Assim justifica o seu posicionamento, o que lhe rendeu, naquele momento, alguns inimigos, que o taxaram de golpista. Buarque, inclusive, revelou que não se encontrou novamente nem com Dilma nem com Lula depois disso. Por mais políticos técnicos nas decisões que não se deixam abalar pelas paixões partidárias ou amizades. Afinal, não elegemos os amigos os detentores de mandato…
Ensino
Também à Rádio JM, Cristóvam Buarque revelou ter saído do Ministério da Educação por ser mais focado na educação básica do que no ensino superior, que era vista como uma bandeira de atuação do ex-presidente Lula. Apesar de não guardar ressentimentos, afinal, abriu o voto presidencial aos ouvintes, Buarque diz que não pretende contribuir com um eventual novo governo petista.
Ponto final
Com esta coluna me despeço de vocês, leitores, muito grata pela temporada juntos. A partir da próxima semana a titular do Alternativa, a jornalista Lídia Prata, reassume o espaço. Antes de me despedir, deixo felicitações aos aniversariantes do dia, prefeita Elisa Araújo e publicitário Zé Renato Gomes.
