Quem não deve...
Em entrevista à Rádio JM na tarde passada, o prefeito Paulo Piau não se fez de rogado quando indagado sobre o seu impacto emocional diante do pedido de impeachment contra ele, protocolado na Câmara Municipal pelo advogado Vicentinho Araújo. Segundo Piau, “quem não deve, não teme. Eu não temo”. Considerando a iniciativa de Vicentinho como “leviana e aproveitadora”, Piau arrematou: “Quem é correto com as coisas não tem o que temer. Cascudo que sou, com 65 anos bem vividos, não me senti incomodado em nada”.
Barrados no baile
Durante duas horas e meia o prefeito respondeu a perguntas dos jornalistas da Rádio JM e de ouvintes sobre os mais diversos temas. Ele não negou, por exemplo, que tenha deixado de convidar para a inauguração da UPA da Criança os seis vereadores que votaram a favor da instalação da Comissão Especial de Inquérito na Câmara para apurar as denúncias feitas por Vicentinho Araújo. Também não negou que teve motivação política e de foro íntimo a demissão de ocupantes de cargos de confiança, que haviam sido indicados por esses vereadores. “Se o vereador perdeu a confiança do prefeito, seus indicados também perderam” – afirmou o prefeito. Deixando transparecer um certo desapontamento com os seis vereadores (ou parte deles), Piau disse que esperava bom senso deles, tendo em vista o parecer jurídico da Câmara totalmente contrário à instalação da CEI.
Jurado de morte
Ainda na entrevista à Rádio JM, o prefeito revelou que alguns desses vereadores que votaram a favor da instalação da CEI já o procuraram para se “justificar”. E mais: ele revelou que um deles teria dito que votou por “medo”, pois teria sido ameaçado de morte. Piau não quis revelar o nome do vereador, mas uma coisa é certa: se de fato algum vereador tiver sido ameaçado, o mínimo a fazer era procurar a polícia e lavrar um boletim de ocorrência. Caso contrário, dá margem à dúvida sobre a veracidade da alegação para justificar o voto. Francamente.
Rigor extremo
Prefeito está confiante que agora a licitação para a Parceria Público-Privada (PPP) da iluminação terá um “final feliz”. Depois de muitas idas e vindas, paralisação de processo no Tribunal de Contas e contestação judicial do resultado da primeira licitação, a Prefeitura fez novos ajustes no edital e vai ser ainda mais rigorosa na análise da documentação técnica das empresas participantes.
Resgate
Quando o colega Tulio Micheli perguntou ao prefeito qual a lógica na indicação do ex “fiel escudeiro” de Anderson Adauto para a Amvale, Piau disparou: “Digamos que o Zé Luiz andou mal acompanhado por um tempo. Mas agora foi resgatado. É uma pessoa do bem, bom de serviço, e tem o perfil que a Amvale precisa”.
Olha o pardal aí!
“Não abro mão de colocar radares nas ruas.” Foi o que garantiu o prefeito Paulo Piau, ao ser questionado sobre a volta dos pardais. Citando as mortes de jovens no trânsito urbano, ele deixou claro que os radares móveis não serão usados para multar os motoristas. Apenas para flagrar placas frias e carros roubados. Oremos!
Segurança
Ainda sobre os radares no trânsito, Piau admitiu estudar uma forma de adaptar os radares para o funcionamento a partir da meia-noite, de modo sincronizado com os semáforos intermitentes. Com isso, ninguém será obrigado a esperar o sinal verde por medo de ser multado pelo radar. Questão de segurança, pois hoje ficar parado em sinaleiro é um perigo, diante do número de assaltos registrados na cidade.
Banho-maria
Em cima do muro. Assim ficou o prefeito quando indagado sobre a sucessão municipal. Mas explicou que em política não se pode ter pressa. E, assim, vai cozinhando em banho-maria seus secretários que sonham com a cadeira de Executivo municipal. “Primeiro falei para esperarem as eleições do ano passado. Depois, o Natal. Agora, o carnaval. Depois a ExpoZebu... e assim vamos empurrando essa discussão para a hora certa” – desconversou o prefeito.
E a chuva?
Com essa chuvarada toda, equipes da Secretaria de Desenvolvimento do Agronegócio (Sagri) estão trabalhando em regime de plantão para atender às demandas existentes nas estradas e pontes que possam ser afetadas, tanto pelo desgaste quanto pela chuva. Essa época de colheita da soja, depois milho e cana, exige monitoramento permanente dos mais de cinco mil quilômetros de estradas rurais para que o transporte possa ocorrer sem percalços.
E a autoestima?
Embora dizendo que o seu povo é o que Uberaba tem de melhor, o prefeito não deixou barato. Disse que os uberabenses têm baixa autoestima e não reconhecem o que a cidade tem de bom. Além disso, reclamou da falta de coragem dos uberabenses para empreender, citando como exemplo a área da Saúde. “Já era para termos um serviço da alta complexidade aqui” – advertiu.
Rumo aos 200
Nesse aniversário de Uberaba, que tenhamos mais amor e respeito pela nossa cidade, sobretudo reconhecendo o que ela tem de bom. E olha que tem tanta coisa boa aqui... Se não fosse assim tão especial, por que estaríamos até hoje em Uberaba, com tantas outras opções que existem por aí?