ALTERNATIVA

Polêmica das cadeiras e mesas

Antes da punição severa aos comerciantes, o Poder Público deveria esclarecê-lo

Lídia Prata
Publicado em 09/04/2010 às 10:23Atualizado em 20/12/2022 às 07:09
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Polêmica das cadeiras e mesas. Sem querer entrar no mérito de quem tem razão sobre o uso das calçadas pelos proprietários de bares e lanchonetes em Uberaba, alguns pontos precisam ser levados em consideração. Penso que, antes da punição severa aos comerciantes, o Poder Público deveria esclarecê-los sobre a ilegalidade desse uso que é secular em todo o mundo. Se não pode mais ou se se quer moralizar a situação daqui pra frente, melhor explicar o porquê. E dar um prazo para se enquadrarem e cumprirem a determinação. Caso não o façam, aí sim, que sejam punidos. O que está difícil de aceitar é a forma violenta com que estão sendo tratados os comerciantes e seus fregueses, despejados “na marra” por gente truculenta e mal-educada, que nada lhes explica. Ora, os comerciantes não são bandidos, e estão ali trabalhando, muitos deles sequer têm conhecimento da existência de lei proibindo o uso das calçadas. Além disso, em várias cidades (Rio e São Paulo, por exemplo), inúmeros países (na Europa, especialmente), os barzinhos com mesas e cadeiras nas calçadas são emblemáticos. Paris é um exemplo clássico disso. Pois bem. Em qualquer país civilizado haveria uma campanha de esclarecimento à população antes de uma ação fiscalizadora ou punitiva. Uberaba não pode fugir a essa regra, sob pena de agir como se estivesse na Idade da Pedra, em que o uso da força bruta se sobrepunha à razão e ao bom senso.   Abusos em série. Não acho justo que os pequenos comerciantes, os pasteleiros de bairros, os donos de “barzinhos simples” sejam tratados como se bandidos fossem nessa ação policialesca para retirada de mesas e cadeiras das calçadas. Por que só os pequenos, os mais fracos, os que não têm costas quentes são punidos, se outros abusam muito mais e estão aí, impunes? Não se tem notícia de incômodo algum ao dono de “trailer-lanchonete” que usa todo espaço da pracinha entre a avenida Abílio Borges e avenida dos Bandeirantes como se fosse estabelecimento comercial seu. E fica por isso mesmo...   Mais abuso. Em matéria de abuso, o Fumacê anda desbancando a concorrência. Onde já se viu andar pelas ruas de madrugada, esparramando aquele veneno fedido às 4h da madrugada? Pois foi o que aconteceu esta semana no São Benedito, nas imediações da rua Paulo Pontes. Quem aguenta ficar em casa depois que o Fumacê passa?   Bem bom – Se o Fumacê está incomodando você, se mande para a Fornace Pizzaria. Lá você espairece a cuca e só curte papo bom, pizza da boa, chope gelado ou vinho na temperatura certa. Os prazeres da vida passam pela Fornace Pizzaria em todas as ocasiões.   Investimento - Pelas mãos dos empresários José Divino Melo e Gilson Soares de Goes, o Shopping Uberaba ganha hoje mais uma loja de artigos masculinos. A Oxfor abre suas portas às 18h, no espaço que antes abrigou a Empório Abreu do Shopping. Sucesso ao José Divino e ao Gilson nesse novo empreendimento!   De lascar. Novas pérolas do vereador Jorge Ferreira para fechar a semana: “Eu recordo os gregos que davam pão para o povo, mas também o povo precisa de circo”. A frase estapafúrdia serviu para justificar seu voto favorável ao projeto de lei que criou o CentroPark. Achou pouco? Ele foi além e disse: “Ricardo Mateus é muito arrochado”. Na verdade, queria dizer que Rodrigo Mateus é muito arrojado. E, para arrematar, sapecou: “Uberaba tem ruas sem saída porque a terra é redonda”... Oh, Jesus amado, livrai-nos de tanta ignorância!   Justificando o não. O vereador Marcelo Borjão votou “não” ao projeto de cessão de área ao Mart Minas, que acabou aprovado pela Câmara Municipal quarta-feira. Ele destacou que seu voto não foi uma rejeição à empresa ou ao “excelente desempenho” do secretário de Desenvolvimento Econômico, João Franco, ou protesto contra o trabalho da Administração para trazer novas empresas para Uberaba. O parlamentar considera que a cidade é privilegiada por receber investimentos da envergadura dos feitos pelo Mart Minas. Mas o que ele não aceita é a maneira como o projeto foi conduzido. Primeiramente foi apresentada uma permuta de área com o proprietário do terreno, que apresentou diversas irregularidades. Depois foi mandado para a Câmara projeto de alienação da área de 1.225m², remanescente da rua Minas Gerais, pelo valor de R$ 232.500. A PMU retirou o projeto e depois voltou com outro, de cessão de uso, com contrapartida da empresa no mesmo valor. O detalhe é que a obra do Mart Minas já está pronta, ou seja, a votação do projeto pelo Legislativo foi apenas pró-forma. Por considerar um “desrespeito” por parte do Executivo com a Câmara Municipal e mantendo sua coerência, Borjão decidiu por votar contra a matéria.   Atropelando o alfabeto. A propósito, durante a solenidade de inauguração do Mart Minas, ontem, o cerimonial roubou a cena. A mestre-de-cerimônias convidou para falar o diretor da rede ABC, Valdemar Martins, e, ao anunciá-lo, disse: “Convidamos o diretor da rede ABCZ...”. No seu pronunciamento, Valdemar corrigiu, ao microfone: “Nossa rede é ABC, não tem o Z. Ainda não chegamos nessa letra”.   Concorrência feroz. Ao discursar na inauguração da loja do Mart Minas, ontem, o prefeito Anderson Adauto lançou um alerta, ainda que usando um tom bem-humorad “Com esse tanto de supermercado em Uberaba, a gente não tem com o que se preocupar. Se o preço estiver caro em um, a gente compra em outro”, e completou falando que a cidade precisa agora de investidores em outros segmentos. Os supermercadistas certamente concordam.   Em tempo. Ao encerrar a coluna de hoje, deixo registrado um agradecimento muito especial ao professor André Azevedo pela gentileza do convite para a entrevista de ontem, no seu programa DNA, pela Band. Foi uma honra e um enorme prazer ser entrevistada por um colega com o talento e a elegância de atitudes e palavras de André. Valeu!

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