Gê Alves - Redatora Interina
Judicialização da saúde. “A guerra é maior do que se apresenta. Nosso gestor de Saúde está deixando de fornecer remédio essencial à vida! Será que no caso de morte será considerado homicídio doloso?” A afirmação faz parte de e-mail de leitor que, confesso, me emocionou. A frase entre aspas é um desdobramento do que escrevemos ontem aqui na coluna ao abordarmos a questão da dengue, colocando que consegue melhores resultados quem se prepara para enfrentar a guerra. O leitor Eduardo Alves Silveira qualifica a situação da saúde como caótica e diz que as autoridades municipais “não estão nem aí para os processos!”. Ele relata que não recebeu insulina e teve que recorrer ao cartão de crédito para garantir o medicamento. Resolveu procurar o Ministério Público, onde aguardou uma hora e meia na fila porque outras pessoas montavam processos contra a Secretaria de Saúde, um deles para diabético tipo II de 72 anos. “Até quando Uberaba continuará sendo terra de ninguém?”, questiona o leitor de 43 anos, portador de diabetes. Limpeza urbana. As condições dos bueiros e equipamentos de uso coletivo têm gerado reclamações. Uma delas vem de Israel Garcez, que põe a boca no trombone contra a situação na praça do Quartel, onde três bueiros estão entupidos e até crescendo mato. Ressalte-se que, segundo informações, dois destes bueiros são recém-construídos. Reclamações também sobre a praça Manoel Terra. Bem no pé do morro da igreja Santa Rita, a água da chuva empoça e transforma parte da pista de rolamento em piscina para insetos. Como está tudo entupido, a água fica parada lá mesmo depois que a chuva passa. Ontem, com tempo seco, o local ainda estava alagado na hora do almoço. Tranquilidade (?) Nota enviada pela assessoria do Sindicato dos Servidores Públicos diz quese o clima é de angústia entre os servidores – como afirmou a coluna ontem –, de outro lado reina a tranquilidade na entidade. “Estamos formatando a pauta de 2011, e ainda não sentamos pra conversar com o governo municipal”, lembra o presidente Luís Carlos dos Santos. [Uai, então porque tanta tranquilidade?] A pauta – reforça – já tem reivindicações aprovadas nas assembleias, incluindo reajuste salarial e aumento no valor do tíquete-alimentação, além da antecipação da data-base para 1º de janeiro. Lembra ainda que, para 2010, o orçamento do Executivo previa 5% de aumento, mas as negociações com o SSPMU chegaram a 10%, e a data-base foi antecipada de maio para março. Não questiono se o sindicato está ou não empenhado, mas, dizer em clima de tranquilidade, acho muito temeroso. Se ainda nem se sentaram com o governo, por que este sentimento e principalmente diante dos acenos do Executivo já demonstrados via imprensa? Só vejo motivo para tranquilidade a uma entidade sindical de trabalhadores no que se refere a negociações depois de fechadas com sucesso. Ao mesmo tempo, o Sindicato pontua, e neste caso com toda a razão, a pequena participação da categoria nas assembleias. Não há dúvidas de que participação e mobilização fortalecem as lutas. Às compras. Hoje é feriado municipal em comemoração ao Dia da Consciência Negra, mas o comércio vai abrir normalmente, segundo informa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Fúlvio Ferreira. Funcionamento passou por acordo com os sindicatos dos trabalhadores prevendo compensações financeiras e de folgas. Alô, Posturas. Bares da cidade, especialmente no bairro Fabrício, estão ocupando as ruas para colocação de mesas. Não estou falando de ocupação de calçadas com recuo mínimo para o trânsito de pedestres, que realmente já virou tradição na cidade e quase todo mundo gosta. O que tenho visto, certamente os fiscais da Posturas não, são mesas abaixo do meio-fio. Chico Xavier. Os vereadores aprovaram quarta-feira projeto de autoria do prefeito revogando a legislação que autorizou repasse de áreas públicas ao Instituto Chico Xavier para construção do Memorial que leva o nome do médium. A justificativa foi de que somente assim seria possível recebimento de verbas do Governo Federal para a obra na Mata do Carrinho. Diante de dúvidas quanto à justificativa do Executivo para o projeto, busquei mais informações. Segundo o diretor de Comunicação da Câmara, jornalista Denis Oliveira, a argumentação foi de que diante das dificuldades nas doações, a Prefeitura conseguiu junto ao Governo Federal recursos para terminar a obra, mas para isso seria necessário que a área voltasse para a Municipalidade. De acordo com ele, o local será o mesmo, sendo que o projeto seguirá da mesma forma que foi concebido e, portanto, as obras já iniciadas não serão perdidas. Então, tá! Foi demais. Não tivesse eu mesma assistido pela TV Câmara talvez não acreditasse. O presidente do Legislativo, Lourival dos Santos, pediu concentração de esforços para ajudar Nampula, em Moçambique. Tamanha sensibilização do presidente se deu após ter ouvido do prefeito daquela cidade na África, Castro Sanfins Namuaca, em visita a Uberaba, que o orçamento de lá é pelo menos 100 vezes menor que o nosso, mesmo com uma população mais numerosa. Dá licença... não sei se é de fazer rir ou chorar a intervenção do presidente da Câmara, considerando nossas próprias mazelas locais e regionais, onde falta até medicamento de uso contínuo para pacientes do SUS. Bacana. Gostei da sugestão do vereador Samuel Pereira, oferecida ao prefeito, visando à desapropriação de terrenos vagos no centro para serem transformados em estacionamentos comunitários. Estacionar em áreas centrais é um teste diário de nervos. Estratégico. Supermercados de Uberaba testaram e gostaram da experiência de pôr fim às promoções na semana em que é liberado o tíquete-alimentação do servidor municipal. Trata-se da maior categoria da cidade, reunindo algo em torno de oito mil trabalhadores. Assim, a cada dia aumenta mais o número de estabelecimentos que aderem à prática. Dica. Hoje tem lançamento das revistas “Convergência”, da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, e “Saberes Acadêmicos”, da Aciu. Evento acontece no anfiteatro da Aciu, às 19h30, com apresentações artísticas e coquetel.