Sem revelar os “santos”, mas apenas o “milagre” da multiplicação dos reais, o Delegado de Polícia Civil Eduardo Garcia apresentou o relatório final das investigações sobre fraudes em processos licitatórios no Cisvalegran, que resultaram no desvio de recursos públicos da saúde dos municípios consorciados e no consequente enriquecimento ilícito dos envolvidos. Nove pessoas foram indiciadas, sendo dois médicos de Uberaba, outros dois médicos do interior de São Paulo com atuação em Guaíra e Ribeirão Preto, um assessor jurídico do Cisvalegran e um integrante do alto escalão do consórcio (secretário executivo, residente em Delta), além da mentora intelectual do “crime”.
CRIME NÃO COMPENSA
Os dois médicos de Uberaba foram indiciados por peculato, lavagem de dinheiro e associação para o crime. Todos vão responder em liberdade. A menos que o Judiciário decrete a prisão deles. De acordo com o artigo 312 do Código Penal, o crime de peculato prevê uma pena de 3 a 12 anos de reclusão, além de multa. Para lavagem de dinheiro, a pena prevista é de 3 a 10 anos de reclusão, mais multa. Neste caso, a Lei prevê penas maiores para os casos nos quais o crime ocorra de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa (associação para o crime).
ESQUEMA RENTÁVEL
O esquema foi montado por uma ex-colaboradora do Hospital Mário Palmério que, durante anos, observou a movimentação dos atendimentos prestados aos municípios vizinhos e arquitetou um esquema para desviar recursos do SUS, mediante fraude nas licitações do Cisvalegran. O resultado das licitações era manipulado para beneficiar os integrantes do “esquema”. Para se ter uma ideia, a clínica oftalmológica envolvida nessa maracutaia recebeu fraudulentamente R$ 703 mil num único edital. Pior: a Polícia Civil identificou pacientes que perderam a visão, após serem submetidos a cirurgia de catarata nessa clínica. Ou seja, o esquema não só desviou dinheiro da saúde, como causou dano irreversível a pacientes.
PELO ATALHO
Na coletiva à imprensa, o delegado Eduardo Garcia revelou que havia terceirização irregular de serviços. Um desse casos citados foi o edital 005 do Cisvalegran, “vencido” pela Associação Casa da Diálise por 330 mil reais, mas era só “fachada”. Essa Associação teria sido usada para beneficiar o Hospital da Beneficência Portuguesa, que não tinha a documentação necessária para participar de licitações. Todo esse esquema teria sido arquitetado por uma das indiciadas, que presta consultoria ao hospital, segundo o delegado.
PRA QUE ISSO?
Pra quem não sabe, Cisvalegran é o consórcio intermunicipal de saúde, formado por municípios do Triângulo Sul. Foi formado para agilizar a contratação de prestadores de serviço da saúde, já que as licitações em nível de prefeituras são sempre morosas. O problema é que também abriu a porta para a corrupção, como neste caso que começou a ser investigado em meados do ano passado e agora chegou à sua conclusão, com indiciamento de nove pessoas. É de se perguntar se vale a pena manter esse consórcio em atividade daqui pra frente... Ou, pelo menos, quais a medidas que serão adotadas para evitar novos escândalos, como este.
MARACUJINA RESOLVE?
Acredite, se quiser: o vereador Túlio Micheli (sim, ele mesmo) chegou a sugerir “calma” ao colega China na sessão da Câmara, à tarde passada, tal era a agitação dele em plenário. Na véspera, China também deu sinais de inquietude extrema, quando fez seu pronunciamento para condenar a mudança de comando no seu partido, o PMN. China ficou tão irritado, que esmurrou a mesa até machucar a mão.
COMO ASSIM?
Depois de organizar e dar visibilidade positiva ao projeto Todos por Uberaba, especialmente à então problemática Varrição Social, Daniela Arantes está cedendo seu cargo a Ildeu Menezes. Dani vai atuar daqui pra frente na Cohagra.
SALVE, MÃEZINHA!
Permissionários do Mercado Municipal já estão até fazendo novena para a padroeira de Uberaba, suplicando que Nossa Senhora d´Abadia desemperre a reforma do prédio. Até hoje não saiu o resultado da nova licitação da obra. O tempo passa, o tempo voa... e a obra não recomeça..
AGOSTO LILÁS
Não são apenas as agressões físicas ou verbais que podem caracterizar a violência doméstica e levar o homem a ser enquadrado nos rigores da Lei Maria da Penha. De acordo com a sargento PM Carla Collenghi, da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), as críticas e difamações da companheira em grupos de whatsapp (mesmo que sejam de familiares apenas) também configuram abusos passíveis de punição.
Em entrevista ao programa O Pingo do Jota desta terça-feira, ela e a cabo PM Daniella enfatizaram que a internet, em especial as redes sociais, têm impactado muito o relacionamento dos casais, a ponto de desencadear atos de violência e a ruptura conjugal.
MALDITO CELULAR
Conversas e fotos apagadas em conversas de whatsapp, assim como curtidas de fotos alheias estão no ranking dos principais fatores que desencadeiam discussão entre os casais e acabam desaguando em celulares quebrados, quando não são os ossos da mulher...
VIOLÊNCIA PARA TODAS
Engana-se quem pensa que apenas casais de baixa renda se envolvem em ocorrências de violência doméstica. A PM tem atendido chamadas numerosas de mulheres com bom nível de escolaridade e boas condições financeiras, inclusive em condomínios residenciais fechados. Segundo a sargento PM Carla Callenghi, o alcoolismo, o ciúme e os maus exemplos familiares são os principais fatores que levam à violência doméstica. O melhor: Uberaba conta com uma rede de proteção muito sólida para acolhimento e encaminhamento das vítimas ao mercado de trabalho e à reconstrução de suas vidas. Da mesma forma, desenvolve programas de acompanhamento aos agressores para que mudem de vida.
IMPERDÍVEL
Nesta quarta-feira, o juiz criminal Fabiano Garcia Veronez será o entrevistado do programa O Pingo do Jota, a partir das 8h30min. Não perca.