Precariedade na UPA/São Benedito

Inconformismo. Filha da paciente que morreu em razão de atendimento precário na UPA São Benedito acionou a coluna ontem, indignada com as colocações feitas pelo secretário de Saúde do município. Para Maria Tereza de Oliveira, “a resposta do secretário da Saúde foi uma forma de se safar do caso, pois até o prontuário da minha mãe já desapareceu da UPA”. Ela afirma que não pretende deixar o médico impune. Segundo familiares, Dona Altina faleceu depois de ser atendida por uma guardinha do Probem na UPA, e não receber o socorro médico a tempo de evitar seu óbito, no sábado, dia 9 de janeiro. Aliás, infelizmente a morosidade virou sinônimo da Secretaria de Saúde, que demorou mais de duas semanas para se posicionar sobre o caso, depois que esta coluna publicou a denúncia.   Mentira! Leitor que ajudou a socorrer Dona Altina no dia 8 de janeiro também está indignado com as explicações do secretário de Saúde. Segundo ele, daqui pra frente todo mundo deve tomar cuidado ao recorrer à rede pública de saúde e fotografar tudo, nem que seja pelo celular. “Do jeito que o secretário de Saúde colocou a questão, ficou parecendo que foi tudo uma fatalidade e que os mentirosos somos nós”, desabafou.   Letargia. Enquanto Uberaba fica de braços cruzados e se contenta com pouco, Uberlândia vai lucrando com uberabenses usuários do transporte aéreo. Grande parte dos voos da TAM, Gol e Trip que decolaram do aeroporto vizinho nas vésperas do carnaval teve assentos ocupados por uberabenses. Sem contar a enorme quantidade de carros com placas de Uberaba no estacionamento do aeroporto de Uberlândia, pagando a hora a peso de ouro. Uma agente de turismo contou à colunista que está vendendo (feito água) pacotes de viagem até para o exterior, com voos promocionais da TAM, diretos, partindo de Uberlândia. Acordem, políticos uberabenses! Reajam!   Não deu. Na planilha de custos do Água Viva, consta despesa de R$ 360 mil com contratação de consultor individual para acompanhar o acordo de empréstimo com o Banco Mundial. Consta que o contrato teria sido assinado em 30/11/2009, com término em 31/12/2011. Quando o vereador Marcelo Borjão questionou o Codau sobre quem é o consultor contratado, ninguém soube informá-lo, nem mesmo a técnica Ana Luiza Bilharinho. O que mais está intrigando Borjão é que os pagamentos ao tal consultor técnico já estariam sendo feitos desde o fim do ano passado, em torno de R$ 20 mil mensais.   Furos na matemática. Outro problema que deixou Borjão com a pulga atrás da orelha na análise dos documentos apresentados pelo Codau aos vereadores foi a matemática do Água Viva, que não “fecha”. Na soma dos valores dos empréstimos há uma diferença de cinco milhões de reais entre o que consta na planilha do Codau como “total” e o que efetivamente foi somado, coluna por coluna. Ou seja, nas colunas que individualizam os preços, os números não batem com a soma lançada como “total”. Esse outro furo foi questionado à gestora do projeto, Ana Luiza Bilharinho, que também não soube explicá-lo.   Péssima escolha. Chama a atenção um terceiro problema no projeto Água Viva, entre vários outros que o vereador detalhou à colunista, em visita ao JM. Trata-se do valor dos juros que o Município terá de pagar à Caixa Econômica Federal pelos financiamentos contratados. Borjão fez os cálculos e concluiu que Uberaba está fazendo “péssimo negócio”. Acompanhe o raciocínio de Borjã o financiamento acertado terá juros calculados pelo Sistema Price, que somam R$ 134.415,15 em 12 meses. O mesmo financiamento, se contratado pelo Sistema SAC (usado também pela Caixa), resultaria em juros de R$ 130 mil no mesmo período de 12 meses, com a vantagem de poderem ser amortizados na dívida. O outro não. “O Codau não soube me responder por que optou pelo Sistema Price”, afirmou Borjão.   De mudança – Secretário João Franco aproveitou o carnaval para mudar-se para o condomínio Flamboyant. Tornou-se o mais novo vizinho do prefeito Anderson Adauto, que continua na Bahia.   Puro mato – O mato nas ruas e praças de Uberaba continua crescendo “impunemente”. Enquanto os moradores são multados pela Prefeitura por não limpar seus terrenos, as ruas e praças parecem “terra de ninguém”...   Grande porte. Construtora Sonai, com tentáculos por todo o planeta, já iniciou as obras de construção do novo shopping center em Uberlândia, em frente da Unitri. O empreendimento será ancorado pelo Walmart, que deve construir ali sua maior loja do interior. Com investimentos estimados em mais de R$ 100 milhões, a obra do novo shopping vai empregar, de cara, cerca de duas mil pessoas, entre “peões”, engenheiros, arquitetos e executivos. Parte da mão-de-obra está vindo de São Paulo, mas outra parte será recrutada na região. A inauguração do shopping está prevista para julho do ano que vem e a comercialização das lojas já começou, com prioridade para grandes grifes nacionais e até internacionais.   Fora do alvo. Empreendedores do novo shopping na cidade vizinha são os mesmos responsáveis pelo Shopping Dom Pedro, de Campinas. Apesar de se tratar de um empreendimento de grande porte, eles não foram prospectados por Uberaba. É o que informa o secretário João Franco.